Poemas para os Pais que Morreram

O Brasil é um país de dimensões sentimentais. Nós nos achamos os maiores em tudo, até em falcatruas e rapinagens.

Se o Brasil não existisse, como pretendem alguns detratores, teria de ser inventado. Eh, país surrealista, sô!

Se a justiça brasileira resolver mesmo condenar todos os corruptos do país, será necessário construir um novo presídio em cada cidade.

O Brasil é um país tão peculiar, para não dizer esquisito, que até na Academia Brasileira de Letras há imortal que não sabe escrever.

Enquanto o governo extingue ministérios em Brasília, a Polícia Federal desvenda mistérios país afora.

Plagiando o conde Afonso Celso, vou escrever um opúsculo: Por que me desufano do meu país.

O Brasil é o único país que conheço que condena político inocente. Que coisa!

O Brasil é um país tão incrível, que até mesmo seus cidadãos não acreditam mais nele.

Pela lógica jurídica nacional, o Brasil é um país em que há crimes, mas não há criminosos.

O Brasil é um país tão esquisito, que há mais versões de boatos do que verdadeiros fatos.

O Brasil é um país tão incrível, que até seus ateus, à época da eleição, recorrem a Deus para ganhar votos.

O Brasil é um país tão esquisito, que aqui "progressão de pena" significa "regressão da punição": a pena regride, em vez de progredir.

O Brasil é um país tão avançado, que agora já tem papagaio de pirata até para selfies.

Depois da Operação Carne Fraca, o país assiste estarrecido, há algum tempo, à Operação Carne Podre.

O Brasil está um país tão confuso, que não sei se o vizinho está batendo panela ou preparando uma omelete.

⁠A Avenida Brasil, no Rio de Janeiro, é uma alegoria do país que lhe dá o nome: grande, caótica e mal-conservada.

⁠Não há razões que justifiquem uma ditadura atacar um país democrático.
Os ditadores nunca têm razão!

Somos eco do meio em que vivemos em forma de vibração, aos pais que vibram ódio e ira para os filhos não esperem que eles ecoem amor.

Meu país e as minhas raízes. Tudo que me faz conectar com o sagrado e divino. O clima que favorece meu respirar. O ar que respiro meu lar. A casa que escolhi fazedora de minha evolução. Sua beleza singela é sem igual. Seus horizontes de cores e luz. Seu povo destemido, sobretudo um povo que acolhe e colhe o que semeia e planta. Um país da diversidade e adversidade. Do amor e da dor. Da luta e da paz. Da dualidade do viver todos os dias e ter que aprender as lições e os ensinamentos independente de credo, crença, raça, gênero e cor. A multiplicidade está na beleza, na natureza, na riqueza, na realeza sem coroa, na sutileza do sentir. Na coragem que se ergue, na fé inabalável, na esperança que crêr. A pátria do evangelho, a pátria amada, Salve Salve meu Brasil.

Precisamos ressignificar o papel da escola com professores, pais e comunidades interessadas e instalar, no seu cotidiano, formas mais solidárias e plurais de convivência.