Poemas para Homens

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Os grandes homens são maiores na recordação do que ao natural. Aquilo que vimos neles é, ao mesmo tempo, o seu melhor e o melhor de nós próprios.

A morte surgia-lhe como uma consagração de que só os mais puros são dignos: muitos homens desfazem-se, poucos morrem.

Todos os homens nascem livres e iguais; se, depois, decidem casar-se, a culpa é deles.

Duas verdades em que os homens em geral nunca acreditarão: a primeira, a de não saber nada, a segunda, a de não ser nada. Acrescente a terceira, que depende muito da segunda: a de não ter nada a esperar depois da morte.

Os homens brigam com mais frequência por via das palavras. É por palavras que eles matam e se fazem matar com maior empenho.

Não apenas os homens, mas o gênero humano foi e sempre será necessariamente infeliz. Não apenas o gênero humano, mas todos os animais. Não apenas os animais, mas todos os seres a seu modo. Não os indivíduos, mas as espécies, os gêneros, os reinos, os sistemas, os mundos...

A igualdade repugna de tal modo aos homens que o maior empenho de cada um é distinguir-se ou desigualar-se.

A paixão transforma, muitas vezes, o mais hábil dos homens num louco e torna muitas vezes mais hábeis os mais tolos.

Mais glorioso não é quem vence em batalhas milhares de homens, mas sim quem a si mesmo vence.

A ignorância é a condição necessária da felicidade dos homens, e é preciso reconhecer que as mais das vezes a satisfazem bem.

Por mais soberbas que sejam as distinções de que se gabam os homens, eles têm todos a mesma origem, e essa origem é humilde.

Nem sempre é pelo valor e pela castidade que os homens são valorosos e as mulheres castas.

Os homens geralmente preferem ser enganados com prazer a ser desenganados com dor e desgosto.

Os homens vivem juntos, porém cada um morre sozinho e a morte é a suprema solidão.

Todos os homens fecundos da natureza se desenvolvem de uma maneira egoísta; o altruísmo humano, que não é egoísta, é estéril.

A vida espiritual dos homens, os seus impulsos profundos, o seu estímulo à ação são as coisas mais difíceis de prever, mas é justamente delas que depende a morte ou a salvação da humanidade.

Sobre os amantes e os soldados, sobre os homens condenados à morte, sobre todos aqueles que o poder cósmico da vida preenche, o poder do destino desce por vezes imprevisto numa súbita iluminação que será a sua graça e o seu fardo.

Os defeitos das mulheres foram dados pela natureza para pôr em atividade as qualidades dos homens.

Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.

Nada na história serve para ensinar aos homens a possibilidade de viverem em paz. É o ensino oposto que dela se destaca – e se faz acreditar.