Poemas para Fita de fim de Curso
Aurora
Aurora singular refugia-se na mata sombria
Em meio a flores mortas, apenas nela a luz cintila
O sol relutante neste lugar negou-se renascer
Sabia que era meu dever aparecer
Que mal tem fugir da escuridão?
Verdade profunda ali habitava
Coração em meu peito gritava
Porém era meu o dever de aparecer
Oh, Aurora, fique aí!
Me dê mais uma chance
E te alcançarei
Se nesta mata ainda há vida
Ressurgirá comigo em teu canto
Lutei a vida toda para o melhor para todos...
Até esqueci de mim .
Agora me resta-me pouco tempo !.
com licença, desculpem,
mas lá vou eu..
Estou no meu habitat
Feliz comigo mesmo
Nada me é estranho
Ando a esmo
Pelo mundo desconhecido
E não encontro-me perdido
Alegre é como me sinto
Sozinho, ou com amigos
Pois meu corpo é meu abrigo
E o nada já é capaz
De trazer-me alívio
Encontrei em mim
O que procurei em você
A verdadeira harmonia
Entre a agonia e o prazer
E eu que pensei que, sem ti
Meu caminho seria de inflorescência
Mas me surpreendi, com o "poder"
Que há em mim
O Peso Dos Meus Pecados.
O peso de meus pecados
Agora cai sobre mim,
E mudando de lado
Não vejo mais o fim.
A luta é assim, a guerra não vencerei,
E lutando por mim, nada alcansarei.
É o meu jeito poético,
Buscando paz de espírito,
Ter medo disso é patético
Pois já enfrentei os críticos.
A luta resisto, com o meu melhor lado,
E na batalha resisto, para quebrar o legado.
Estou vivendo os meus dias
Com esse vazio sem fim,
E as minhas alegrias,
Já fugiram de mim.
Foi simples assim: Elas me abandonaram.
Meu lado ruim, as fraquesas abraçaram.
Hoje o dia é mais belo,
E tenho mais uma luta.
Colei os medos com celos,
No envelope da disputa.
Minha força ultra, daqui me impulsiona.
O medo da luta, não me abandona.
Essa dor é o acúmulo dos problemas.
Fracassado é o meu novo emblema.
IDOS CAVERNOSOS
Tempos de caverna
Natureza instintiva
Presevando a vida
Sincera labuta
Mais rude e mais bruta
Tribal convivência
Conflito em tacape
Utilidade que iberna
"Civilizando" o ataque
Modernidade se externa.
Eu tento consertar todas as coisas
Eu tento consertar meu coração partido
Mas eu não sei a quem chamar
E eu não sei por onde começar...
Energize-se
Vá sob o sol
sem bambear
Firmes passos
de quem vai
pelo caminho
que escolheu
Lutai a própria
batalha
Sentir-se-á
vitorioso
cada crepúsculo
Triunfará o amanhecer
Saciando-se de ser...
Alguns sentem medo;
Eu? apenas seu cheiro;
Em faces? o constrangimento.
Calmo e astuto, porém imperfeito.
À palmos de um surto, conheço a mim mesmo.
Conheça te, mesmo que não faça sentido
Cresça e constate, o mundo não lhe dará ouvidos;
Aguce os sentidos, eu? venho das sombras.
Onde os inimigos, São além de pessoas.
Demônios corrompem, me fizeram abstrato
Mas isso foi ontem, Pertence ao passado.
E tudo aqui passa, mesmo olhares sem graça,
O que por si só nos mata, Aquecido em brasa
Espinho cortantes, rosa com sangue, fé no amanhã.
Branca de neve? veneno. não morda a maçã.
Sem conto de fadas, mas luta de espadas
Sem escudos e máscaras, o faiscar das adagas.
Sou
Sou a palavra cacimba
pra sede de todo mundo
e tenho assim minha alma:
água limpa e céu no fundo.
Já fui remo, fui enxada
e pedra de construção;
trilho de estrada-de-ferro,
lavoura, semente, grão.
Já fui a palavra canga,
sou hoje a palavra basta.
E vou refugando a manga
num atropelo de aspa.
Meu canto é faca de charque
voltada contra o feitor,
dizendo que minha carne
não é de nenhum senhor.
Sou o samba das escolas
em todos os carnavais.
Sou o samba da cidade
e lá dos confins rurais.
Sou quicumbi e Moçambique
no compasso do tambor.
Sou um toque de batuque
em casa gege-nagô.
Sou a bombacha de santo,
sou o churrasco de Ogum.
Entre os filhos desta terra
naturalmente sou um.
Sou o trabalho e a luta,
suor e sangue de quem
nas entranhas desta terra
nutre raízes também.
Às vezes somos nós mesmos
que escolhemos os caminhos
mais difíces, aqueles em que
o sofrimento... é maior.
Encontro
Eu vivia por ai
Minha vida era vazia
Não havia nenhuma razão pra viver
Vivia dia e noite
Noite dia a sofrer
Mas uma noite um sonho aconteceu
Eu estava numa luta
E uma voz ame dizer
Você vai vencer
Olhe para o céu
Que estou a te o olhar
Você é meu filho
Estou aqui pra te guardar
E a voz de Deus
Invadiu meu coração
Me deu a luz
E me pegou pela mão
Um pouco de serenidade
As mazelas desenfreadas nos tiram dos eixos.
Tanto, tanto desconcerto de quebrar o queixo.
Tenho dito e muitos não compreenderam.
O abuso da desobediência de um povo.
Despreza o fruto, o pão, o ovo.
Esta nação, este coração com gosto de fel.
Não percebeu que aqui emana leite e mel.
Até parece que fomos abençoados como Israel.
Falta consciência e sobra paciência.
Multidão nos campos e futebol e nos carnavais.
Poucos sonhando em libertar o povo dos currais.
Nesse drama, se acende a chama do aborrecimento.
Tenho medo do castigo.
Pois o senhor tem o dom e todo conhecimento.
É mesmo assim, o que seria se tudo fosse perfeito.
A torre de babel alcançaria os céus.
Mas...será que não podemos aproximar.
Em direção ao perfeito e correto.
Tentar pelo que é certo.
Dar vida a natureza.
Partilhar com franqueza.
Ensinar e aprender sobre integridade.
Corrigir os laços de insanidade.
Acreditar e apossar da fé.
Incentivar e tentar ficar de pé.
O jogo de mil faces.
Desvendar não é a intenção.
Simplesmente acreditar e compartilhar cada caractere que soe solução.
O povo, o pensamento, a esperança o fluir de cada um.
A sagacidade, um pouco de serenidade.
A luta pelo bem comum.
Giovane Silva Santos
O FIM DO CAMINHO
Conheço o fim do caminho.
Percebi que atalhos não existem...
E se existem, não valem a pena trilha-los.
Que se vá devagar,
Que se corra para chegar...
O tempo não conta.
Tudo tem o seu tempo.
Nada do que ajunto posso levar.
Apesar de não ver nada nas mãos
Sinto as mãos cheias...
Mãos Cansadas!
Que sorte, a minha!
Aprendi esperar e amar o fim...
Como o melhor dia da vida.
Nada mais faço por mim.
Já conheço o fim do caminho.
Nada posso levar...
Nada deixo, porém, pra onde vou,
Não posso levar!
Fim do caminho, sem encruzilhada,
Sem placa
Nada...
Trabalhar ou pensar
Pensar pode ser doloroso
Trabalhar pode ser prazeroso.
Parar e pensar
Trabalhar sem parar
Trabalhar e parar para pensar.
Parar é difícil !
Viver é fácil se parar.
Parar para viver.
Parar é difícil !
DISCIPLINA
Vida ensina
Sem pantumima
No vento a crina
Lapida a mina
Busca Divina
Topo acima
Obra-Prima
Lá Sublima
Disciplina
Se o Sentimento
Não Tiver Força para Continuar
Não há Sentido, Nele, Conter Amor.
Pelo amor até se encontra morte. Há luta.
Mas à sua desistência, sua morte. Há luto.
Somos presos a certas ações, pessoas e até pensamentos recorrentes em nossas vidas.
Certos dias amanhecem em cinzas, como resultado de nossas guerras internas.
E continuaremos a morrer...
Morre quem luta contra si mesmo, quem luta contra a própria natureza em busca do novo homem.
Morro mil vezes até perceber...
Velhos hábitos nunca mudam.
Como eu posso decidir o que é certo
Quando você está nublando meus pensamentos?
Não posso vencer sua luta perdida
O tempo todo
Quem é mal por que simplesmente escolheu ser?
E quem é bom se não tiver lutado para se tornar.
Na vida tudo é aprendizado!
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