Poemas Ótimos para serem Recitados
IMAGINE...
Quantos versos perdidos
Muitos viram problemas
Na placenta dos poemas
Outros nos cantos esquecidos.
Quantas frases rasgadas
Vista como pecado
De um amor do passado
Para serem resgatadas.
Imagine a beleza da poesia
Sufocada pelo silêncio
Infiltrada na maresia.
Acorrentada na alma
Rabiscada num papel
Desesperada sem calma.
Imagine..
Autoria Irá Rodrigues.
Risco a madrugada com meus poemas devora me nos quatros ciclos dos céus na velha história de queixas sobre a lua
Que no futuro falaram que bonito linda poesia e no anonimato eu como meus erros propositais...
Desvanecendo na primeira luz da alvorada sobre o gramado molhado de orvalho, o frio e prateado o gramado a luz do sol em reflexo vívido
As sombras dos buracos negros no espaço no empuxe da verdade nada disso minutos morrendo e a história que conto
sobre mim e nesta automação, ócio dourado que vir cérebro eletrônico, o músculo mecânico de sorriso fixo e frio
Sem coração só fluido e metal eles vem porque os humanos e tornou frio e criou sua imagem e semelhança ai de vós AI de vós porque o povo dirão Amém
Não guardes de mim
apenas flores, querida
nem poemas sacanas
a cada instante.
o amargo também se faz presente.
POEMAS DO LIVRO: Palavras azuis acordam a madrugada.
Editora 7Letras
01
O poeta se põe a escrever
como se entrelaçasse a face de um fantasma.
O vulto transita pela cena, flutua sem corpo
e deixa no ar o poema com voz trêmula.
02
Queria falar do susto
quando acordei pálido
com palavras azuis pedindo
escreva um poema azul?
Eram palavras assustadas,
não queriam dizer nada,
vieram no pesadelo
procurando a poesia da madrugada.
03
Neste palco despovoado despertamos.
Sei que me olham de soslaio
sondando o que há em volta.
Agora miram meus olhos e dizem
palavras azuis acordam a madrugada.
04
Palavras azuis acordam a madrugada,
mas dizem nada sobre a noite sonâmbula.
Antes que seus nomes sejam pronunciados
regressam ao seu destino, imersas em sono.
Não podemos tocar nessas imagens nuas,
ressonadas de sonhos e cansaço.
05
A dançarina silenciosa escapa da mão.
Que desleixo deixá-la caindo caindo
por mero desatino, sem destino.
Que mão abre-se relapsa
soltando a mão de outra
que se perde sem sentido?
Sem sentido a seguir
a dançarina se refaz
e renasce em cor
tão flor tão forte.
Em si ela contém o mundo.
E não tem nome algum.
Não me pergunte o que é.
Não a colhi de palco alheio.
Veio sem tempo de ser começo, meio
e fim.
É coisa cadente, estrela abandonada.
Caiu de mão que retém nada.
06
Escreve tuas palavras de horror.
Mas não grites.
Não levantes a voz acima do poema.
Escreve em caligrafia fria teu pavor pálido.
Para onde vamos quando enlaçamos as mãos?
Sentei-me ao pé da árvore e me colei ao solo.
A gravidade me consola e lança a maçã no meu colo.
Gravitando em torno da palavra, o poema nos acolhe
em sua órbita mordaz.
POEMAS EM HOMENAGEM A VLADIMIR CARVALHO
Vladimir Carvalho: Voz dos Candangos
Vladimir Carvalho, de fita e sena,
No cinema nacional, faz-se presente,
“O País de São Saruê”, um poema,
Mostra a história do Brasil latente.
“Conterrâneos Velhos de Guerra”, retrato
Dos operários erguendo Brasília,
Morrendo na lida, sem aparato,
Imagens que revelam a dor, sem trilha.
Deu voz aos candangos, aos excluídos,
Revelou as contradições do Estado,
Desigualdades de um povo sofrido.
Na censura, sua arte foi cravada,
Formou cineastas com seu legado,
Sua marca na cultura é eternizada.
- Antonio Costta
24/10/2024
Guardião da Memória do Cinema Nacional
Vladimir Carvalho, guardião da história,
No cinema brasileiro, eternizou,
A memória do país que registrou,
Imprimindo na tela, de forma notória.
Desde jovem, na Paraíba iniciou,
Consagrando documentarista, com paixão,
Filmou injustiças, a censura, a opressão,
Na ditadura a verdade revelou.
Parte do Cinema Novo, movimento vital,
Captou lavradores, violeiros, ceramistas,
E os candangos, na capital federal.
Eternizou o Nordeste, suas conquistas,
Vladimir Carvalho, com seu olhar social,
Fez do cinema, voz dos injustiçados e artistas.
- Antonio Costta
24/10/2024
Nem todos os versos são poemas
Nem todas as regras
Fazem parte do sistema
Fico no escuro pensando
Ande um pouco, corra um pouco
De vez em quando não corra perigo...
Tenho tanto medo de ter medo
E o medo é um bom conselheiro
Tenho tanto medo de não ter a solidão
De não ter o teu olhar no vazio
A olhar o frio atrás da vidraça...
O mundo é uma ameaça
Viver é um perigo
E amar... o que é amar?
Os beija-flores têm caso com as rosas.
As borboletas enfeitam o jardim
Mas as primaveras se acabam no sol do verão
Troca de olhares são poemas calados.
Mas já foram tantos.
Que me perdi em meio as contas.
Então me diga o por que.
De ter sido ela e não eu?
Não fui o suficiente garoto?
Ou vc simplesmente preferiu ela?
Me diga por favor.
Pois assim talvez poderei seguir em frente em paz.
Escritora da janela
Da minha janela,
o que eu vejo?
Outras janelas ...
Poemas, ruas e vilarejos.
Viajo a olhar na direção das colinas.
Enxergo trens, flores, cores e ruínas.
Pássaros voando em bando e,
no céu a beleza da lua.
Vejo crianças cantando,
numa ciranda no meio da rua.
O tempo que passa, apressado,
no tic tac das horas,
um verso no papel, rabiscado.
O que vês,
escritora da janela?
Indaga-se, Francine, curiosa.
Vejo o que ninguém vê ...
Subjetivamente, misteriosa.
Lise Oliveira
Sempre fiz poemas pra ti
Mas nunca mostrei nenhum...
A saudade bate na porta algumas vezes
Ontem ate tomei café com ela...
Ela me disse que também se dói em vir
Mas não tem escolha, se apaixonou por mim
Acredita ela, gamada assim?!!
É bom, companhia né... mas enfim!
Seu lugarzinho ainda esta aqui
Quer seu arroz branquinho?
Lembro de você dizer assim
"tem que cuidar de mim"
E eu cuidei como nunca
Cuidaria de novo...
O que não daria para ouvir seus gritos...
Suas propostas para comer pizza na sexta
E se um dia eu falhar?
Nunca acreditei que era possível...
Eiii saudade? Decidi terminar !
Podemos nos ver só daqui dois anos ?
Obrigada e até já já!
Eu não leio poemas
Não vejo belezas nas flores
Não entendo trocadilhos
Nem troco os móveis de lugar
Não pinto aquarelas
Não entendo de pianos
Não bebo vinhos
Não movo montanhas
Não queria viver em sociedade
Não defino limites
Não amo demais
Tão quanto de menos, talvez
Não vejo pores do sol
Nem naceres de lua
Vivo sem bateria no celular
Tenho medo de antenas
Não dirijo carros dos outros
Não empresto meus poemas não lidos
Nem minha visão de mundo
Não alugo minha alma
Não me encanto por valores
Não queria gostar de café
Não queria ser criativo pra poemas sem sentido
Queria saber tocar contra baixo
Sempre quis ver o mundo do alto
Aprender a voar
Esquecer o gosto de remédios ruins
E voltar a sentir o mesmo gosto que senti quando te provei a primeira vez
Queremos muita coisa
Inventamos desejos novos como máquinas de escrita de jornais antigos
Desenvolvemos negações sobre momentos que não há de ser preciso
Amamos e odiamos o que compõe o mundo a nossa volta na mesma intensidade
quero escrever poemas formidáveis
igual o poeta que não sou.
um verso marcante
que faça alguém sorrir
e venha nutrir paz dentro de si.
uma inspiração!
queria que minha poesia
se tornasse um abraço
para as almas tristes.
O Infinito Chamado Saudade
Te escrevi vários poemas que talvez nunca lerá.
Ou quem sabe um dia, quando o tempo fizer sentido pra nós.
Fico pensando o que você está fazendo agora,
se o vento que sinto aqui também passa por você.
Será que, em algum momento, você também pensou em mim?
Enquanto eu crio versos, tentando te alcançar com palavras,
será que aí, do outro lado, há um silêncio que me busca?
O mundo é tão grande, mas meu pensamento insiste em te encontrar.
Será que você sente isso também?
Ou sou só eu, perdida nesse infinito chamado saudade?
Quem mandou o poeta se apaixonar? E agora começa a fazer poemas para te dedicar
Nessa imensidão que são Teus olhos castanhos eu quero afundar, em cada cachinho do teu cabelo, eu quero me enrolar
E o teu cheiro que cada vez mais faz minhas narinas te buscar, o teu jeito calmo de falar, me conquista todos os dias, mesmo sem você se esforçar
Quem mandou o poeta se apaixonar por uma pessoa que tem medo de amar? E eu posso te dizer que o amor é tudo que eu tenho para te oferecer
Vou ter saudades
De tudo que não aconteceu
Vou ler os poemas
Que você não escreveu
Vou me esquentar
No abraço que não mi deu
O que vai fazer mais falta
É seu amor que nunca foi meu.
Dói. Sinceramente ? Dói muito. Eu poderia escrever milhões de poemas e ainda sim doeria.
Sabe ? Simplesmente Dói.
Dói esperar, pensar, ouvir e simplesmente nao conseguir falar nada.
É como se eu fosse sequestrada por bandidos e estivesse com a boca selada, porém eu teria menos valor que qualquer refém.
Alguém me questionou como você consegue escrever tantos poemas?
A minha questão é Como você conseguiu notar todos eles!
Últimopensador
Sou poetisa em negação
Não mostro meus poemas
Eles sou eu,
Derramada em tela
Descuidadamente
Como aquarela,
só que em lágrimas
Como tinta olhos
Seria mais que pornografia
Pois com grafia
Poesia
"Resolvo problemas fazendo poemas
As vezes nem é preciso chorar
Afogo minhas mágoas na folha e caneta
Que chore por mim quem o poema escutar"