Poemas Nostalgia
A maioria dos ídolos da nossa geração estão mortos e suas músicas vivas. Os ídolos da geração Z estão vivos, e suas músicas ja morreram.
No bailar do tempo, ser alado e grácil, Seus instantes breves se desvanecem no ar, E ao olhar para trás, percebo tão sutil, Que tudo são memórias, doces a recordar.
Sentava-se ao lado, mas sentia-se tão longe, quanto mais presente se apresentava, mais longe estava.
Ainda que a nossa história tenha chegado ao fim, saiba que você fará parte de um dos meus livros e contos favoritos.
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Às vezes, lembro-me de esquecer tantas coisas. Mas, na maioria das vezes, continuo lembrando-as desnecessariamente.
Saudade é um punhado de recordações aromatizadas pelo passado no eclipse crepuscular do pensamento.
Saudade é esse elo bendito que faz-me valorizar quem está perto e não me esquecer de quem está longe.
São tantos eus que carrego comigo ao longo da vida que acabei ficando com os passos lentos, com o olhar cansado e com essa alma nostálgica de quem esqueceu os sonhos em algum canto da memória.
Saudades são as flores das lembranças mais singelas que guardamos, desabrochando sutil e perfumadas no jardim do coração.
Há dias em que todas as minhas janelas se abrem para o mar das sensações. Sentada na areia branca da saudade me ponho, então, a saborear memórias, com a mesma urgência de quem assiste o último pôr do sol.
São nesses dias tão repletos de ausências que eu mais te falo de amor nas entrelinhas do silêncio, nos suspiros longos carregados de saudades, no olhar perdido além do tempo que está te buscando a todo instante.
Que importa se acabou, o que realmente importa são as emoções vividas, os arrepios sentidos, os beijos trocados, os olhares revelados, os caminhos percorridos sobre a derme, as lembranças lindas que ficaram para sempre gravadas na pele nua da memória.
O olhar longínquo ancorado no céu bordado de estrelas. A saudade tateando lembranças distraídas, personificadas de presença, enquanto no oceano das memórias singram fragmentos daquela voz melodiosa como um sussurro aveludado tocando com delicadeza o intocável.
Hoje acordei saudade. Uma saudade miúda, levinha, levinha... Saudade dessas que chegam com a brisa delicada da manhã, cheirando a flor de laranjeira.
O fato de sentirmos saudades de situações, lugares e pessoas que não conhecemos, seria um indicativo de que Shakespeare está certo e, realmente "existe mais mistérios entre o seu e a terra que supõe nossa vã filosofia?"
No fundo, no fundo todos nós temos em um cantinho empoeirado da memória uma lembrança que a gente não quer que se apague.
Borboleta é uma palavra com asas que me remete à longos vôos à infância.
Acho que esqueci minhas asinhas em uma daquelas tardes perfumadas pelos ventos que traziam o cheiro das flores, prenunciando a primavera. Era ali no meio das flores que eu me embriagada com o olor primaveril e o canto nostálgico dos pássaros, que eu ensaiava a coreografia dos vôos ao lado de borboletas miúdas que vinham dorminhar nos jasmineiros floridos que eu cultivava na inocência do meu olhar de menina.