Poemas Nordestinos
O Nordeste é um país
Tem seu próprio dialeto
É difícil pro turista
Entender tudo correto
Mas se disser um oxente
Mesmo não muito fluente
Já pode passar discreto
Aqui o povo já é feliz,
Do mais velho ao menino.
É um povo acolhedor,
Seja qual for seu destino.
É um povo sem vaidade
Mas que preza a liberdade
Grandeza do nordestino
Sou oriundo de um povo guerreiro,
cujo o espírito de luta é incansável,
contrariando seu sofrimento,
ignorando suas lágrimas
algumas vezes entrelaçadas
com seu suor,
o dissabor do preconceito,
mostrando assim
em vários momentosa sua garra, enfrentando a sua dor
com muita Fé em Deus,
agradecendo por cada pequena conquista,
expondo um sorriso estampado
no rosto,
um amor verdadeiro e acolhedor.
Possui muitas histórias,
uma cultura ricae um fervor distinto.
Portanto, graças ao Senhor,
sou nordestino, não sou de ferro,
mas sou de um barro bastente resistente
e deste Brasil amado,
sou do Reino chamado Nordeste.
Animal Doméstico
Quando às vezes me recordo admirado
Do deleite dos encontros casuais
Ponderava uma vida despojado
Dos amores e paixões de calmaria
Em meu âmago de afetos ilibados
Renegados em meus dias perspicaz
Postergava apegos inacabados
Passeando entre o lirismo e a boemia
Do encanto dos casais desavisados
À ironia do entendimento tão fugaz
Desguardei o sentimento resguardado
Mais que insulto ao amor, eu proferia!
Sem notar que já tinhas me domado
Fui cativo em teu colo tão voraz
Não previ que tal amor era meu fado
Há quem viva sem amor, à revelia?
Se o sorriso sumir
E a esperança esmorecer
Se o sol bater 40°
E o suor me descer
Se a labuta de hoje
Amanhã eu não puder colher
Se a chuva não vier
E a colheita definhar
Se os pássaros não voarem
Se a flor não desabrochar
Se o meu sangue precisar cair
Se a comida na mesa faltar
Se meu nome não puder dizer
Se minha voz eu tenha que calar
Em meio a tudo isso
A Asa Branca cantará
Quero que o mundo saiba
Que o Nordeste é o meu lugar
Eu não sou mais o que era
Do tempo que já passei
Eu libertei minha fera
Sou hoje o que me tornei.
Santo Antônio do Salto da Onça RN
Nasci e me criei no Ceará.
E tendo alma de poeta,
A dor não me afeta
Pois a sina é superar.
E se vejo alguém rimar
Sobre chuva no Sertão
Dou graças pelo feijão,
A canjica e o bovino.
Eu também sou Nordestino
Do jeito que vocês são.
Chuva forte é "toró"
Rir dos outros é "mangar"
Pão bisnaga é "tabica"
Matar aula é "gazear"
Um estouro é "pipoco"
Um botão é um "pitoco"
Afrouxar é "afolosar"
Quando sofremos o preconceito
Acompanhado de risada
A indulgência do sujeito
É nos culpar, como piada
Entenda por que é tão tóxico
Essa pobre alma perturbada
Não conhece seu próximo
Precisa rever sua caminhada
Mas, nunca baixar a cabeça
Não é sinal da nossa fraqueza
Batalhar e vencer desavença
Sempre foi nossa riqueza
Seja na lavoura ou tecnologia
Seja sertão, campo ou cidade
Desse povo não se duvidaria
De toda a sua capacidade
Encaramos todas as dificuldades
Enfrentamos sem medo o destino
Nos dá força, orgulho e felicidades
A honra de nascer nordestino.
DICIONÁRIO DE CEARÊS
"Macho réi" é bom amigo.
Rapaz bobo é "abestado".
Confusão, "botar boneco".
Falar muito é "leriado".
Arrogante é "boçal".
Homem que se veste mal
está "apapagaiado".
O forró está de luto
E Campina muito mais
Pela morte de Biliu
Que tristeza isso traz.
Mais tenhamos certeza
Que seu legado ficou
Pois seu nome encravou
Na cultura nordestina.
Biliu está partido
E deixando as lembranças
Das prosas do calçadão
Dos versos de improviso.
Do coco de embolada
Do forró e do baião
Que fez feliz muita gente
Nas noites de São João.
Por aqui vamos ficando
Preservando a sua história
Vá em paz velho Biliu
Maior carrego do Brasil.
Ser nordestino é um estado de espírito, cuja sintonia está ligada diretamente com o cuscuz e a rapadura.
Sou nordestina com muito orgulho e prazer. Não posso e nem devo generalizar, mas idiotas preconceituosos e ignorantes existem em qualquer lugar. O que vem de baixo, não atinge a quem olha por cima. E como diz Ariano Suassuna, "Não troco o meu oxente pelo ok de ninguém!"
Eu sou tão nordestino que meu coração não faz tum... tum, ele faz cus...cuz...cus...cuz...cus...cuz...cus...cuz.
O nordestino é tão valente, mas tão valente...
que encara o preconceito, trava uma luta contra a seca, supera as pancadas do destino e ainda enfrenta a dor, a fome e o abandono.
"Ser nordestino é ter no quintal aquilo que os turistas querem fotografar e dizer lá fora:fui em Sergipe e vi seus Cânions,passei em Pernambuco e fui em Itamaracá,em São Luís dancei com as crioulas, lá na Paraíba aprendi dançar o autêntico forró pé de serra,na Bahia comi acarajé,na Cidade de Natal vi o maior cajueiro do mundo,em Teresina como aquele bode na brasa,de Alagoas estou levando lembranças de suas praias tranquilas,do Ceará recordações de Canoa Quebrada,as vezes penso em conhecer a Europa,mas lembro que na minha região tem tudo,e tudo que aqui tem é obra da natureza."