Poemas Nordestinos
Nessa noite de natal
Não quero ganhar presente
É melhor ser virtual
Do que ter um monte de gente
Vou tapar minha chaminé
Fica em casa, “Seu Noer”
Vamos deixar mais pra frente.
Nos percursos dessa vida
Devemos continuar
Buscar sempre evoluir
E pra frente caminhar
Os desafios são muitos
Há decepção, desânimo
Mas não deixe de lutar!
Os problemas são normais
Não podemos nos render
Vencedor é o que ganha
Faz por onde merecer
Está disposto a lutar
De prontidão sem cessar
Supera o que aparecer!
O Natal do meu Nordeste
Não tem neve, mas tem sino
Não tem gelo, mas tem fé
O jantar é gordo ou fino
Pode até não ter presente
Mas não sai da nossa mente
O nascer de Deus Menino
No tecido que se fia
No tear da educação,
Cabe em cada entrelaçar
Um sonho e um pé no chão.
Um sonho pra dizer sim
Uma palavra pra dizer não.
Em cada tecido cru
Em cada palavra dada,
Um sinal de esperança
Na escola foi plantada.
E em cada sala de aula
No sertão do Ceará
A lição é ensinada.
Na rede que é formada
Linhas traçam um caminho,
A caneta que faz a lei
Também escreve o destino.
E o menino que ali brinca
Desenhando o caminhar,
Também é fio tecido,
Que logo vai se formar.
A Política puxa dali,
A Gestão estica lá
E a avaliação em larga escala
Vem junto pra examinar
Se o menino está aprendendo
Soletrar o BÊ- A- BÁ
Se até o 9º. Ano ele vai continuar
As políticas determinam
Onde as crianças vão chegar
Não importa a tecitura
E a história do lugar
SPAECE e IQE fazem a conta
Pro ICMS pagar
E no ranking e na rede globo
O município vai parar
Avaliação e responsabilização
Andam junto a se abraçar
Com o fio da accoutability
Pra novo tecido formar
E fazer com que os gestores
Venham a rede emendar
Traçar metas com PAIC
Para o PEN10 alcançar.
Do sertão à capital
Da capital ao sertão
Cada fio é importante
Pra costurar a gestão.
E fazer da escola
Um lugar de educação
Com políticas de equidade
Para todo cidadão.
Reconhecendo os professores
Com políticas de indução
O Ceará vai crescendo
E mostrando pra nação
Que é possível fazer bonito e ser exemplo
No quesito educação
E embora ainda falte muito
Pra fechar a equação
A pesquisa demonstrou
Que o Ceara fez a lição
E entre críticas e apoios
Vai mudando a situação.
Aumentando indicadores e
E cumprindo sua missão
Formando uma rede forte
De grande repercussão.
Liduína Gomes.
Não acredito em destino
Penso que cada um faz o seu
Mas este encontro inusitado
Confesso: me surpreendeu
Eu havia bebido em excesso
Meu Deus, quanto retrocesso
Depois nada me rendeu
Estava eu de mudança
Cuidando de tudo sozinha
Precisava de internet
Aqui na minha casinha
Combinei um horário legal
Nove horas não estarei mal
Eu vou estar boazinha
Depois de tudo combinado
Vieram aqui trabalhar
Às nove horas em ponto
O porteiro ligou pra avisar
Estava em estado vegetativo
Meu corpo já tinha morrido
Sem forças nem pra levantar
Preciso abrir a porta
Pensei com zero energia
Fui lá atender o povo
Com nada de simpatia
Eu só queria dormir
Ou tomar algo pra reagir
E sair daquela agonia
O povo ficou sozinho
Pensei comigo: Oh lasqueira!
Estava deitada e ouvindo
Aquela conversa maneira
Queria ter sido solícita
Mas a desnutrição era explícita
Dormi a manhã inteira
Depois que tudo passou
Pensei em me redimir
Comentei o status dele
Mas logo me arrependi
Apaguei o comentário
Fui arrumar meu armário
Se precisar estou aqui
Respondeu ele do outro lado
Desculpa: mandei sem querer
Fiquei toda atordoada
Sem saber o que ia dizer
O papo foi logo fluindo
A ficha também foi caindo
Meu Deus! O que vou fazer?
Do nada ele sumiu
Parou de me responder
Fiquei foi logo com raiva
Espera que tu vai ver
Apaguei foi logo o contato
Igual a bicho do mato
Nunca mais você vai me ver
Mas a situação se transformou
E com ela voltei a conversar
Entre encontros e desencontros
Senti medo de me apaixonar
Mas depois me tranquilizei
E com outros olhos á avistei
Agora somos dois a sonhar
Estou na nuvens, estou nos dias, e sou ventania.
Entre montanhas, terra e ar encontro meu habitar.
Escrevo no céu, penso em cordel como uma forma de me declarar.
Espero no tempo, com muito sentimento, um jeito de extravasar.
Ruas escuras percorro nas sombras da noite um alvoroço.
Viver nessas ruas sem poder circular inteiramente nua, sem pressa e sem meta é falta de alegria, igual a uma epidemia.
Mesmo assim eu insisto em sair na rua, pois cada canto tem um cheiro, um ar e um apelo.
Lá naquela casa que moro, sou apenas mais um corpo.
Ninguém fala, quando falo, ninguém me escuta, estão todos sem astúcia.
A mulher encantada subia a calçada
estava descalça e desfigurada
Ela no entanto caminhava com rebeldia enquanto se mexia
Seu corpo e todo seu molejo era feito um sacolejo
Querendo voltar a ser menina lembrando das pernas finas.
-Eu queria era ser vista com uma roupa mais bonita para ser chamada de Margarida.
-Sol escaldante queima a minha pele, sinto que algo me fere e me repele
-Sinto meu corpo passar no agito da cidade e ninguém o notar.
Será que sou transparente ou não existo ao passar?
Casamento nas Estrelas
Era distante a cidade,
Assim, tão quanto pequena,
Tudo era tranquilidade,
Desde a brisa ali serena,
E na Vila da Bondade,
Tudo cheirava açucena.
Moravam na mesma rua,
Eram ainda tão crianças,
O menino era aventura,
Brincadeira de balança,
Fazia seu mundo a lua,
Quando da terra a esperança.
Cada dia que passava,
O menino ia se encantando,
Quando a menina o esperava,
Na janela e ele passando,
E Por vezes implicava,
Quando estava demorando.
Um sentimento crescendo,
Inundava o coração,
E talvez fortalecendo,
O amor ou sua ilusão,
Mas estava obedecendo,
Que era pura intuição.
Anos se prolongaram,
ele rapaz, ela moça,
Então se prepararam,
Para viver outras coisas,
Sonhos concretizaram,
Feitos como em nova força.
Na reaproximação,
A presença assim mais forte,
Mudou o bater, coração,
Mostrando algum outro norte,
O qual era indicação,
Sinal agora de sorte.
Ali surgiu outro olhar,
Havia agora um desejo,
Estavam por revelar,
Quem sabe esperando o beijo,
Sentir que fazem sonhar,
E desfazendo os seus medos.
Hora que decidiram,
Por mudar as suas vidas,
Não obstante descobriram,
Onde reside a alegria,
Enquanto refletiram,
Quando antes nada existia.
Veio a esperada união,
De quem nunca deveria,
Passar por separação,
Contudo, assim é a vida,
Amor vem à gratidão,
Sendo batalha vencida.
Voaram feito vento, anos,
E ali só crescia o amor,
Cada dia eternizando,
Sentimento de valor,
Graças, família aumentando,
Sendo vovó e vovô.
Quando se vive no Amor,
O tempo é menestrel,
Ensina viver a dor,
Descoberto de seus véus,
Começa na terra o amor,
Se imortaliza no céu.
Certo dia imaginei
A vida num carrossel
Traduzi aquele sonho
Com um verso no papel
Fiz a rima com ternura
Rabisquei xilogravura
Fiz nascer o meu cordel
Da garota mais linda eu tirei um sorriso!
E tudo dela é rir do que digo.
O semblante dela é meu preferido!
Da minha pesquisa é ela que eu sigo!
Mais fazer oq se ela não tem irmã!
Ela é a minha varoa, cristã!
Quando a vi pela primeira vez!
Eu falei é ela que eu quero talvez?
Ela apareceu do nada, mas Deus escolheu ela pra ser minha namorada.
Por trás de um belo sorriso, tem um cisco!
De lágrimas talvez?
Uma pessoa tão legal.
É com ela que eu me sinto especial!
Mensagem de bom dia, eu mando!
Todo santo dia, ao acordar.
Só sei de uma coisa, é com ela que eu quero me casar!
Chifrudo é o Diabo
Josineide pensa que me engana com esse papo de caô-caô,
todo domingo saindo perfumada, dizendo que vai ao culto do senhor.
Mas só volta para casa de madrugada, descabelada e deita ao meu lado.
Devagarzinho vai se aconchegando, enquanto eu roncando finjo dormir!
No outro dia já acorda cansada, toda disfarçada e prepara o café.
Eu fico só de butuca com o meu jeitão de mané.
Depois puxa papo e inventa lorota tentando me enrolar;
dizendo que fica até mais tarde no templo ajudando o pastor orar.
Para salvar umas almas perdidas, que já estavam nas mãos do cão.
Enquanto o outro chifrudo aqui em casa, fica assistindo as bostas da televisão.
Se dormir no trilho, meu irmão - não adianta rezar;
Pois se o trem já esta desgovernado,
não há santo que possa ajudar.
Se fosse São Tomé - só acreditaria vendo.
Se fosse Pôncio Pilatos - lavaria minhas mãos.
Mas sou cabra da peste, devoto de Padinho Cícero.
Descendente do cangaceiro, com sangue de Virgulino Lampião.
Por isso vou ter que dar um chego lá no igreja,
ter um lero com esse pastor e resolver a situação.
O cabra resolver acabar de vez com a hora extra do culto,
ou então que se entenda com o meu três oitão.
Se vendeu a alma para o diabo, meu irmão, não adianta rezar.
Depois que o chifrudo descobre, a conta ele vai cobrar.
Chifrudo é o diabo - literalmente.
Existe uma gente insana
Querendo ser capataz
Só pra tirar nossa paz
Age de forma tirana
E muito da desumana
Querendo ser importante
Pois se faz de deslumbrante
Mas é longe de ser rosa
TEM MUITA TESTA OLEOSA
SE ACHANDO MENTE BRILANTE.
MOTE: IZABEL NASCIMENTO
Eu vim hoje bem cedinho
Pois, Jesus mandou dizer
Acalma teu coração
E não temas o sofrer
Que a fé é sua escolta
E numa reviravolta
Deus fará você vencer.
No Natal ou todo dia
Ore, reze um pouco mais
Encoraje-a com a Fé
Lute sempre pela paz
Inspire-se com a poesia
Ajude mais os demais.
Novamente finda mais um ano,
Mais uma vez venho versejar,
Pois quero sempre mais lhe inspirar,
E digo: que você trace um plano,
Mas não invente de causar dano,
Nesse Ano Novo faça uma meta,
Siga, caminhe mais na sua seta,
Em um papel escreva o que almeja,
Na vida faça o que mais deseja,
E assim o seu sonho se completa.
Viaje mais na leitura,
Ande na imaginação,
Siga mais o coração.
Beba da literatura,
Abasteça de cultura.
Vai viciar em beber,
Mas livre você vai ser,
Vai amar o diferente.
O leitor planta na mente
a semente do saber.
(Mote: Ataídes Silva, o poeta de Ibitiara-BA)
Eu falo com o coração,
Por isso quero versejar,
Para falar de gratidão,
Vou tentando metrificar,
Pra dizer vamos agradecer,
O bem vamos oferecer,
E o irmão vamos auxiliar.
Noélia Dantas, a jovem
poeta de Banzaê BA.
Mais um dia que nasceu,
Vamos mais agradecer,
Mais uma oportunidade.
E uma página escrever,
Veja mais a natureza,
Encante com a beleza,
E contemple o seu viver.