Poemas Nordestinos
Sertão sossegado.
Aqui tenho meu roçado
onde faço a plantação
do suor vem o trocado
pra nossa sustentação
tenho a família do lado
que por Deus abençoado
sou feliz no meu sertão.
MAR!
Trecho da Peça: O Sertão Vai Vira Mar
Com o tempo, a quentura e a seca começaram a fazer parte do dia a dia de todos.
De tão quente e tão sem chuva, pouco a pouco as pessoas daquela cidade foram indo embora, deixando suas casas, suas histórias e seus animais!
Os animais!
Esses sentiram os efeitos da seca.
Poucos restaram naquele sertão.
Sofreram muito com a saída dos homens, mas tiveram que lidar com o que tinham.
Cada um, do seu jeito foi se preparando para o dia que o Sertão virasse Mar.
Isso mesmo, de acordo com as teorias da Senhora Asa Branca, um dia o Sertão viraria Mar e quem não preparasse o seu barquinho, não teria chance de sobreviver.
Ninguém nunca imaginaria que o grande problema de todos, a falta de agua, seria agora, justamente um novo problema, só que ao contrário, a pá virada virou de vez, e ia ser agua demais, agua pra encher as bacias, lagoas e até uma cidade!
Um mar!
SOLO.
Amanhecer no sertão
é um presente Divino
é sentir a plantação
é ver o sol cristalino
é não ter poluição
é ter orgulho do chão
onde nasce o nordestino.
NO MEU SERTÃO
Hoje no meu sertão o Bode tem que estar cercado, amarrado, vigiado, caba armado, acordado e com os olhos arregalados e ainda assim o Bode é roubado.
O pacato cidadão que mora lá no Sertão.
Os calos nas mãos de tanto puxar a enxada.
Da vida moderna não sabe nada.
Levanta o chapéu e da testa pinga o suor.
Pega o lençol e dá nó.
E com a habilidade de uma das mãos apanha feijão.
Olha pro Céu e diz:
“Vixe Maria!” O Sol está no meio do céu! Já é meio-dia.
Em casa o feijão está cozinhado.
De lá do roçado ele sente o cheiro do cuscuz.
Pensando consigo diz:
Ah Jesus! Vou cuidar, ainda tem a carne pera assar.
Almoça o feijão com carne e cuscuz.
Agradece a Deus com muita ternura.
Adoça a vida com um “pedaço de rapadura".
Poeta Adailton
SAGA DE LUZIA-HOMEM
A seca castigava o Ceará
Luzia era a retirante,
Cabocla formosa do sertão.
Numa região quente elegante
Emprega-se numa obra
P'ra contrução d'um presídio
fino e elegante.
Luar do meu sertão
Vivo no meu mundo sonhando,
E sinceridade falando,
No universo em que vivo,
Me sento para compor agora,
De manhã bem cedinho,
Antes de raiar o dia,
O meu galo carijó,
E o meu despertador,
Suas asas batem forte,
La no galho do paiol,
Levanto da minha rede,
Acendo o fogão de lenha,
Minha chaleira na chapa,
Esquenta que relampeia,
Chaminé feita de barro,
Abro a tampa para soltar a fumaça,
La na gruta,
Os bezerros berram de fome,
Abro a janela de madeira ripada,
Um odor invade a cozinha,
É o cheiro da relva,
Misturado com o gramado,
Flores de framboesa,
Cerejas e hortelãs,
Meu Deus do céu,
Esse mundo é bom demais,
A capa fina de neve,
Cobre o cerrado na montanha,
Vou para o piquete,
E laço meu manga larga,
Seu nome é travesso,
E de sua mãe é beleza,
Jogo a cela no seu lombo,
Ele parece que vai saltar,
Sua felicidade é tanta,
Que relincha nas estribeiras,
Sem esporas e sem chicote,
Damos uma volta na fazenda,
Juntamos a vacada,
Para o alimento das crianças,
Duas tetas pros filhotes,
E duas para o leite e o queijo,
Na garoupa um laço de corda,
Material de primeira,
No roçado,
Milho ,arroz e feijão,
Do outro lado,
Canavial e algodão,
Uma época é soja e trigo,
Girassóis na vastidão,
Suas cores amarelas,
Dói até minha visão,
Nem sei se estou sonhando,
Ou ainda acordando,
Toco viola,
Para saborear o que estou falando
Ahooooo pedaço de paraíso
Se compus essa canção,
É porque moro aqui no fundo,
No luar do meu sertão.....
Autor:Ricardo Melo
O Poeta que Voa
Do sertão ou da cidade
seja homem ou menino
não importa qual idade
sua vida ou seu destino
pois é na dificuldade
que brota a honestidade
da raiz do nordestino.
DAQUI!
Sou filho desse sertão
que o lampião ilumina
sou do arado do chão
onde a semente germina
sou cria da região
sou da nação nordestina.
O poeta das poesias.
No mar ondulado em que vivi,
Foi um sertão pantaneiro de coração fértil e bem regado,
Ali nasceu uma família,
Que viviam do seu suor derramado,
Naquele tempo,
Veio em minha imaginação,
E tentei fazer uma canção dedicada,
Buscando em meu mundo de sonhos,
Em uma época cheia de realidades,
As estradas eram turvas,
Mas meu olhar sempre estava aguçado,
No Teatro da vida,
Ainda me lembro,
Nada era e nunca foi premeditado,
Tudo foi ao vivo,
Naquele cenário lindo , alegre e inusitado,
As estrelas guias iam sorrindo,
Pareciam que iam dizendo,
Do seu jeito sereno como garoa fina caindo,
E ao mesmo tempo,
Como um nevoeiro fechado,
Aqueles sorrisos lindos de outrora,
Era de mamãe e papai,
Irmãs ,titias(os) e primos(as) e outras senhoras
Chamado por um destino,
Deixei tudo e fui embora,
Inspirado em minha própria criação,
Fui vivendo e atropelando,
Balançando e caindo,
E levantando quase toda hora,
Sem álcool e sem tequilas,
Em pouco tempo fui aprendendo,
Ser inspirador por dedicação,
Um mero rimador indexado,
Avante em minhas escritas,
Um tropeiro nessa longa estrada,
Varei campos e fazendas,
E vicinais nessa jornada,
Deus sempre em primeiro lugar,
A chinela chiava que até quebrava,
Escolhendo palavras em um alfabeto desconhecido,
Fazia levantar poeiras debaixo de chuvaradas,
Inspirações faceiras,
Heranças de uma infância,
Que trago comigo desde o ventre que nasci,
A luta é batuta,
E o meu coracao é aquebratado,
Sou da terra e sou do ar,
Sou do Mar e desse imenso Sol sagrado,
Não sou indigente,
Sou humano e sou gente,
Que também erra e comete pecados,
Sou do poema,
Sou dessa confraria,
Sou de Deus e sou da lua,
Sou uma vida que está a deriva,
Sou eu mesmo em minha imaginação,
Que inspira no lindo Azul do céu,
Porque foi esse que me deu,
Esse dom de ser,
O poeta das poesias....
Autor:Ricardo Melo.
O Poeta que Voa.
Ida e volta!!!
A Beleza aqui aflora
tem do sertão ao mar
um clima que revigora
bem fácil se apaixonar
mesmo quem foi embora
até hoje ainda chora
pedindo a Deus pra voltar.
Ara chão!
Surgi o sol na alvorada
com seus raios de quentura
quem no sertão faz morada
investe na agricultura
deixa o chão da terra arada
que na primeira chuvada
no plantio vai ter fartura.
Conto Tião - Um mago no Sertão
"Nosso herói não é filho de nenhum semideus, nem tão pouco foi picado por aranhas radioativas. Ele é feito de verdades ancestrais, de natureza, de esperança. É feito de pé no chão, de lata na cabeça, é feito de Nordeste. Seu nome é Tião e ele é um mago; um Profeta da Chuva. "
Trecho do livro "Lendas de Vó - O Livro dos Contos" por Kate Salomão
No SERTÃO.
Banho eu tomo de bacia
e me esfrego com sabão
de noite o cantar da gia
e na janta tem fruta pão
e eu agradeço todo dia
a Jesus pela alegria
de viver no meu sertão.
Sertão!
Esse é o meu sertão
lugar de rara beleza
do roceiro e do peão
do verde da natureza
quem nasceu na região
ora a Deus em gratidão
pela fartura na mesa.
UM CUSCUZ.
No sertão ou na cidade
o cuscuz é uma raridade
que nasceu na natureza...
não conheço um nordestino
que no café matutino
não sirva um desse na mesa.
Terra amada!
O Nordeste é um harém
nas praias e no sertão
um povo que trata bem
quem vem de visitação
e as belezas que aqui tem
não tem em outra região.
Poesia
Quer saber quanto doi a saudade? Escolha amar alguém do sertão.
Quando olhei nos olhos dela, foi tão gostosa a sensação, minhas mãos gelaram na hora, meu coração disparou e em meio àquele furor nossas almas se encontraram e eu pude perceber, o que é tanto alguém querer mesmo tendo outra opção.
Ela pra mim sorriu e minhas mãos alcançou, eu retribui com um beijo e o abracei com desejo pois sabia que ali encontraria abrigo pra meu coração ferido, carente e cheio de amor.
Quer saber quanto doi a saudade? Escolha amar alguém do sertão.
Os dias foram passando e ela ao meu lado a sorrir, mal sabiam nossas almas que no fim daquele dia, ai meu Deus que agonia, ele teria que partir.
E na despedida eu fui traído, mal sabia a bandida, da tristeza malvada, o quanto seria invocada para o nosso amor levar. E hoje te espero agoniado, volta logo para casa que aqui é o teu lugar.
Quer saber quanto dói a saudade? escolha amar alguém do sertão.
Desde então aquele dia, a vida se tornou vazia, olho o mapa todo dia, querendo um jeito encontrar de te ver mais perto chegar.
E em desespero clamo, pra que Deus por um engano, abrevie a saudade, que tanto meu peito invade, que tanto me faz chorar.
Amor te espero ansiosa, olhando aquelas orquídeas, que me faz feliz da vida, me lembrando que na hora da partida, me prometeste voltar.
Volta logo pra o aconchego, que aqui eu te espero sem medo, só em ti encontro sossego e eu prometo sem segredos que pra sempre vou te amar.
Minha terra, meu sertão
minha vida, meu destino
onde a flor brota no chão
onde nasceu Virgulino
peço a Deus em oração
se tiver reencarnação
ser de novo nordestino.