Poemas Nordestinos

Cerca de 1562 poemas Nordestinos

Respeite Januario

Quando eu voltei lá no sertão
Eu quis mangar(zombar) de Januário
Com meu fole prateado
Só de baixo, cento e vinte, botão preto bem juntinho
Como nêgo empareado
Mas antes de fazer bonito de passagem por Granito
Foram logo me dizendo:
"De Itaboca à Rancharia, de Salgueiro à Bodocó, Januário é omaior!"
E foi aí que me falou mei' zangado o véi Jacó:
"Luí" respeita Januário
"Luí" respeita Januário
"Luí", tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
E com ele ninguém vai, "Luí"
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!

Eita com seiscentos milhões, mas já se viu!
Dispois que esse fi de Januário vortô do sul
Tem sido um arvorosso da peste lá pra banda do Novo Exu
Todo mundo vai ver o diabo do nego
Eu também fui, mas não gostei
O nego tá muito mudificado
Nem parece aquele mulequim que saiu daqui em 1930
Era malero, bochudo, cabeça-de-papagaio, zambeta, feeei pa peste!
Qual o quê!
O nêgo agora tá gordo que parece um major!
É uma casemiralascada!
Um dinheiro danado!
Enricou! Tá rico!
Pelos cálculos que eu fiz,
ele deve possuir pra mais de 10 ontos de réis!
Safonona grande danada 120 baixos!
É muito baixo!
Eu nem sei pra que tanto baixo!
Porque arreparando bem ele só toca em 2.
Januário não!
O fole de Januário tem 8 baixos, mas ele toca em todos 8
Sabe de uma coisa? Luiz tá com muito cartaz!
É um cartaz da peste!
Mas ele precisa respeitar os 8 baixos do pai dele
E é por isso que eu canto assim!

"Luí" respeita Januário
"Luí" respeita Januário
"Luí", tu pode ser famoso, mas teu pai é mais tinhoso
Nem com ele ninguém vai, "Luí"
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!
Respeita os oito baixo do teu pai!

Inserida por chachabrasil

⁠Feliz dia dos Pais.



Num cantinho do sertão, vou contar sem rodeio,

A história de um pai, que é meu maior anseio.

Não é o melhor do mundo, mas pra mim ele é,

Ensinou-me pescar, caçar e assar castanha até.

A arapuca armou com destreza e cumplicidade,

Cada lição valiosa, sem perder a simplicidade.

Ensinou virtudes e valores, com toda a educação.

Meus dotes de culinária foi dele a motivação.

Esperto e competitivo, humilde e responsável,

Seu exemplo me guiou, tornou-me admirável.

Nas conquistas me apoiou, desde minha infância,

Corrigindo-me, orientando, com carinho e relevância.

No meu coração guardarei, eterno amor e gratidão,

Pai presente, amigo fiel, sempre na direção.

Sincero, preocupado, fala pouco e tem ação.

Admiro seu jeito, virtudes sem igual,

Homem de valor, meu pai especial.

Amo muito, mais que as palavras podem medir

Carinho, orgulho, uma jóia para mim.

Feliz dia, meu pai, com todo meu afeto,

Sábio e posturado, seu legado é eterno

Que sua vida seja plena, tenha saúde e força no viver,

Pai e professor nota 10, continue a crescer.

Que a fé seja teu guia, rumo à vitória a conquistar,

Neste cordel sincero, em versos a vibrar.

Guardo-te no peito, és meu norte, meu bem,

Pai querido e amado, és meu herói também.

Inserida por Lv7_vida

Lá no sertão, quase ninguém tem estudo
Um ou outro que lá aprendeu ler
Mas tem homem capaz de fazer tudo, doutor
E antecipa o que vai acontecer

João do Vale

Nota: Trecho da canção Oricuri (O Segredo do Sertanejo).

Inserida por pensador

⁠Meu nome é Everton Lima,
minha casa é o sertão,
o meu verso tem paixão
e tinta pintando o clima.
Minha seresta é com rima,
o meu clássico é forró,
e no cordel sigo só
porque nele me destaco...
Minha maleta é o saco,
meu cadeado é o nó!

Inserida por evertonlimaoficial

⁠Quem pensa que o Nordeste
só tem sertão, seca e fome
que só no Sul e no Sudeste
o que é de bom se consome
eu falo pra quem conteste
na terra que a gente investe
o povo escolhe o que come.

Inserida por GVM

SERTÃO DE SÃO DOMINGOS

Neste seu sertão onde os ipês
se entristece pois as flores caem,
E suas folhas são levadas pelo ventos
de outrora que vai voltar,

E eu quero deslumbra ainda em vida
A cigarra que canta infinitas horas...
Que a primavera já em breve vai embora, deixando lembranças o seu perfume no ar.

O cheiro do cerrado em flores cálidas,
Infiltrados na pele impnotiza o olhar,
Nesta tarde de Domingo eu de longe,
Sonhando está contigo
nas palmeiras de São Domingos!

O sentimento rege toda essa orquestra de cores...
A mata, o vento, a pastagem o sol da tarde e alma no seu repouso encontra a calma.
Para longo logo seguir em frente.

Talvez a chuva cai ai no seu corpo seu doce sertão.
E você sinta saudade de desabrocha no meu coração.
Meu amor é como Deus da a mão em toda as estações
Porque amor verdadeiro é cheio de bênção e afeições.

Inserida por Itaoe

⁠Chuva cai
chuva cai
águas de São Pedro
Trazendo as nuvens
vem regando
no agreste do meu sertão
De tão seco
de tão seco
morreu de solidão!

Inserida por poetisaazul41

⁠No calor do dia o ar pesado e seco...
O sertão parece pegar fogo...
Imagens ao fundo da ar de água...
O calor sufoca as nuvens dão um contraste bem ao longe...
O vento soprar um sotaque...
Alma brasileira é guerreira...
Num discurso ao longe margarida se despede do tempo que escolhi uma gota de orvalho...

Inserida por celsonadilo

SÃO JOÃO NA PANDEMIA

⁠Esse ano no sertão
A sanfona não cantou
A fogueira não acendeu
Pra transformar frio em calor
Mais eu digo a você cabra
Meu amor pelo são João aumentou
Meu são João abençoado
Tem seu povo animado
Para um forrozinho dançar
Mas o triste do corona
Mizeráve fii da boba
Hoje quer atrapalhar
Acha ele que nordestino
Hoje vai se abalar
Mas esqueça logo isso
A gente vai é se ajeitar
Nem que seja com as lives
Mas um forró nós vai dançar
A Sanfona não cantou porem
Eu canto e conto, no são João
No ano que vem vou dançar
Meu forrozim com juros
E sem descontos e outra
Eu não danço sozinho
Ao som de Luiz Gonzaga
Fulo de mandacaru ou
Jorge de autinho
Vai ser uma festa só
Pra dançar o meu forró
Junto ao meus vizinhos

Inserida por lleandrogoncalves11

⁠Tem gente que é demais
quando deixa o sertão
vai pro Rio, Minas Gerais
pra São Paulo de busão
passa um mês nas capitais
quando volta chia mais
do que panela de pressão.

Inserida por GVM

⁠No sertão de nossa vida,
Uma chama pode arder,
É a amizade querida,
Que nos faz tanto crescer.

Não precisa ser pra sempre,
Nem promessa imortal,
Mas enquanto ela estiver,
Seja forte, sem igual.

Amigo é como um farol,
Noite escura, a brilhar,
Mesmo que o tempo passe,
Sua luz vai nos guiar.

Se um dia for embora,
Lágrimas podem cair,
Mas o que foi vivido,
Jamais vai se extinguir.

Na lembrança vai ficar,
Como um verso de cordel,
A amizade é uma estrela,
Que nos leva ao céu.

Que seja infinita então,
Enquanto durar a chama,
Pois o valor de um amigo,
Nunca se apaga na alma.

Inserida por matheushruiz

⁠CANÇÃO DA ESPERANÇA NO SERTÃO.

No rincão do meu ser, onde a seca se revela,
O solo clama por água, numa espera singela.
A chuva cai, bálsamo divino que tudo conserta,
Enche de vida a terra árida e incerta.

No chão ressequido, a sede é um fardo pesado,
Mas a esperança brota como um novo legado.
E o sertanejo, de pé, firme e determinado,
Acredita que a natureza em breve sorri abençoado.

O canto melodioso do curió é trilha da esperança,
Anunciando a chegada da tão esperada bonança.
A chuva vem, rega a terra com alegria e confiança,
E a vida renasce, em festa e dança com esperança.

Entre espinhos e flores, a vida se consagra,
E o sertanejo, em gratidão, a Deus se entrega sem desagraça.
Na comunhão com a natureza, ele se abraça com graciosoca,
E a seca se transforma em bênção que se propaga com graça.

Assim, no rincão do meu coração sertanejo,
A chuva e o amor regam o chão árido com ensejo.
A fé na vida se renova em um doce abraço com desejo,
E a natureza com gratidão nos enlaça em um doce beijo.

Inserida por wagne_calixto

⁠Sou caboclo do sertão
Me criei nesse pedaço de chão
Me enfio nas veredas
Em cima do meu alazão,
Saio a procura de alguém
Que roubou meu coração.

Inserida por cantodapoesia

⁠NOSSO SERTÃO


Sou do sertão,
Sou da seca,
Sou cristão.

Caminho descalço
com os pés no chão,
Isso é que me faz
ter motivação.

Mandacaru que brotou no
chão, colore o nosso sertão.
Crianças se diverte, nada o
impede.

Livre ele se sente,
isso colore sua
mente,
A cada pedaço de pão.

O homem ganha força, para
continuar com sua missão,
Alegria habita em seu
peito.

Então a Deus mostra seu
respeito, por tudo que ele tem feito,
A cada raio de sol, a
alegria é contagiada.

Entre nosso humilde
sertão
Essa é a razão, de toda essa
emoção.

Inserida por Brunodasilva

⁠RECORDAÇÃO DO MEU TEMPO NO SERTÃO
Versão Urbana ou Pardal
Eu já fui Curió,
Que só vive no mato,
Não vive na cidade.
Hoje sou Pardal,
Que não vive no mato,
Só vive na cidade,
Por circunstâncias,
Ou por necessidade.
Acho que sou um Curial,
Mistura de Curió com Pardal.
Acho que sou um Pardió,
Mistura de Pardal com Curió.
Como não consigo definir,
Deixa assim que é melhor.
Vez em quando dói o coração,
Na cabeça vem recordação,
Do meu tempo no Sertão.
Quando não aguento a saudade,
Junto vara de pesca e carabina,
Deixo a cidade e vou pro sertão,
Pescá recordação e matá saudade.

Minhas filhas me dão tanta alegria,
Enviando fotos e vídeos de pescaria,
Ver os nétos aprendendo a usar vara,
Prá pesca lambari, bagre, lobó, piapara...
Não importa tipo e modelo de vara.
Nem espécie e tamanho de peixe,
Mas só a alegria de pescar,
Escutando seus pais falar:
Sobre catar e chupar guavira,
Guabiróba, guapeva, jaracatiá,
Coquinho pindó, macaúba, bocajá,
Comer marolo, goiabinha do campo,

Comer ariticum cagão,
Pouco prá não dar diarréia,
Comer jabuticaba do mato,
Pouca prá não entupir,
Tirar palmito, mel de európa e jatei...
Essas e muitas coisas que eu vivi...
Por isso é tanta recordação...
Quanta saudade do sertão...
Saudades dos parentes,
Povo bom e boa gente,
A grande maioria vivia,
Em sítios e fazendas,
Dentro dos sertões.
Longe das cidades.
Tantas recordações,
Quantas saudades...
Marsciano

Inserida por MaNantes

⁠O poeta é entendedor
Da cultura popular.
Vai do sertão a Europa,
Sem sair do lugar.
Conhecedor do passado,
Do presente é letrado,
Não tem como comparar.

Pra o futuro é diplomado,
Com a imaginação vai além.
Já o profeta é enganador,
Falando o que lhe convém.
É um Grande apostador,
Pensando que é doutor,
Tentado enganar alguém.

Inserida por paulinhoalves

⁠A lua quando aparece
E clareia o meu Sertão
Todo ser vivo se esquece
Da noite de escuridão.

Santo Antônio do Salto da Onça RN
Terra dos Cordelistas
26 junho 2024

Inserida por gelsonpessoa

⁠Sertão

Há tantos rascunhos escritos
Que ao ler
Eu me pego a chorar.
O tempo passa tão rápido
E eu não sei explicar
A saudade do meu sertão
Que hoje veio me apertar
Maltrata meu coração
E faz os olhos derramar
Lágrimas de um paulista
Que ama o sertão do Ceará.

Alexandre C.
Poeta de Libra ⁠

Inserida por poetadelibra

O VELHO CARRO DE BOI - João Nunes Ventura-10/2024

Nasci no sertão minha terra adorada
Sou nordestino do Pajeú meu rincão,
Com disposição o homem da enxada
Tangendo boiada cantando a canção.

Tenho saudade do velho carro de boi
No meu aboio festejando a plantação,
O touro valente e a poeira da estrada
Da invernada banhando nosso sertão.

Sou sertanejo e por todos abraçados
Campeando gado é a nossa tradição,
É a cultura derrubar o boi no terreiro
Sou vaqueiro em festa de apartação.

O grito de vaqueiro chapéu de couro
Origem dos cantos todo o esplendor,
Que linda morena no cavalo montada
Seu sorriso e vida seu gesto de amor.

Inserida por joaonunesventura

⁠A esperança do sertão

As vezes me lembro da última chuva
A maninha ainda tava na barriga da mamãe
Conseguia ver o sorriso de painho em seu rosto
Agradecíamos a Deus por cada gota de água que nos abençoava
Ainda tínhamos esperança

Gostava dessa época
Acordávamos bem antes do galo cantar
Miguel sempre resmungava das longas caminhadas até o poço
Ajudávamos papai até nossas mãos se enxerem de calos
Eu nem ligava, o importante era que nós estávamos juntos
Ainda tínhamos esperança

Depois que partimos de lá
Não se falava mais com vovô
Tentava chamá-lo, mas ele não respondia
Mamãe rezava mais uma Ave Maria, com os olhos cheios de saudade
Ainda tínhamos esperança?

Muito tempo se passou e a chuva no sertão não volta atrás
Olhando para baixo, vejo os registros das pessoas que já passaram por aqui
Olhando para frente, vejo a seca assombrar cada pedaço de vida desse nosso interior
Olhando para o lado, vejo a face de todos se apagando lentamente
Não temos mais esperança

Inserida por Rubiare