Poemas Nordestinos
No Interior.
No sertão o tempo para
como o choco da galinha
trago o meu fecho de vara
enquanto se moi a farinha
aqui barulho é coisa rara
e pode ter vida mais cara
mas não troco pela minha.
COISA RARA!
O nordeste tem meu nome
o sertão tem minha cara
o interior é o sobrenome
com valor de joia rara
mas o amor é um codinome
que nem a seca e nem a fome
nem mesmo o tempo separa.
FELICIDADE!
Posso viver na cidade
no sertão posso morar
se tiver felicidade
eu vivo em qualquer lugar
quem preza por qualidade
prefere ter amizade
do que dinheiro pra gastar.
O JUAZEIRO - João Nunes Ventura-01/2019
No sertão o pé de juazeiro
E tão embalado na canção,
De pouco valor o fruto tem
Deixa sombra na plantação,
E nele eu estico minha rede
Para você viu meu coração.
Uiraúna meu amor,
Serás sempre minha paixão,
Minha princesa, meu sertão,
Mesmo com tristezas e alegrias,
Voltarei pra você um dia.
VERDE RARO!
No sertão de tanta prece
na espera da bonança
o milagre só acontece
quando a quentura amansa
e o verde só aparece
ao solo quando enriquece
devolvendo a esperança.
"Do Brasil
Composição: Vander Lee
Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Clemente
Que leva a semente
Em seu embornal
Zezé e o penoso balé
De pisar no cacau
Maria que amanhece o dia
Lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega
A esperança em seu caminhão
Pra capital
Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar o tiro no escuro
Errar no futuro
Da nossa nação
Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão
Agradeça a Tião
Que conduz a boiada do pasto ao brotão
Quitéria que colhe miséria
Quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
O valor do pregão
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Amar o Brasil é fazer
Do sertão a capital...
Com a beleza de uma flor
Que cresce nesse chão
Sertania é a princesa
E o seu trono é o sertão
Cidadezinha pacata, onde o comércio fecha para o dono ir almoçar
E sempre quando morre alguém, o carro passa na rua pro velório anunciar
Refrão
Quando se anda pelas ruas, não se vê ninguém com pressa
E o povo ainda se encontra, em praças, velório, nas novenas e nas rezas
Refrão
Se você não acreditou, que venha logo ver
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
Refrão
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
No coração de Sertânia cabe a mim e a você
Sertânia, a flor do sertão
Com a singularidade e a beleza de uma flor que cresce no meio do sertão
Sertânia é mãe de um povo forte e guerreiro que com suor no rosto consegue o seu pão
Cidadezinha pacata onde o comércio fecha para o dono almoçar
E sempre quando morre alguém o carro de som passa para anunciar
Nas ruas não se vê ninguém com pressa
E o local de encontro do povo ainda são as praças, os velórios e as rezas
Para você que não acredita, que venha ver
No coração do Nordeste existe uma cidadezinha linda para você conhecer
PARTIDA!
A chuva quase não vem
a água tá pouca e rara
o sertão foi um harém
hoje parece um Saara
já vou embora também
sem ajuda de ninguém
não conheço dor que sara.
NORDESTE LAR.
Nordeste Deus quem fez
nossa terra prometida
no sertão tem escassez
no litoral água fluída
e que vem com sensatez
passa férias uma vez
e quer ficar pra toda vida.
O fato é que Deus
Insiste em olhar
Para o homem no sertão
Para o homem do campo
Para os bêbados de ilusões
Para a mulher que lava a roupa
Mas que canta.
No sertão!
Aqui eu tenho felicidade
nos arvoredos do sertão
a comida é de qualidade
e faz gosto a educação
aqui não tem ansiedade
só paz e tranquilidade
e muito amor no coração.
Guibson Medeiros.
FEITO DE GADO
O que é feito d'aquele gado
tocado, lá no alto do sertão
piola, boiadeiro bravo
berrante tocando fado
estralo na palma da mão.
O gado que passou porteira
ploc-ploc, pelo chão...
Cruzou rios com piranhas
alvoroçou grandes façanhas
... Poeira amor e paixão.
O que é feito d'aquele gado
do sol quente pirambeira
lua fria escuridão...
Que passou pelos quatro ventos
curandeiros e seus ungüentos,
coloral pimenta açafrão.
O que é feito d'aquele gado
e do pasto secando no campo
d'aquele ar tísico no tempo
da distancia ao sentimento
das lagrimas enxugando encanto.
D'uma saudade adoidada
vivendo os sonhos do amar
d'aquela flor na estrada
do amor por quase nada
chorando além do mar.
O que é feito d'aquele gado
que passou pela corrente
do rio cheio de peixe
do rastos da estrela cadente...
do sangue brotando n'água
da fogueira conto de fada
da chuva nascendo semente.
O que é feito d'aquele gado
do sol escaldante do dia...
Da sombra d'aquele oitão!
Do segredo e da paixão,
que sentiu dona Maria...
O que é feito d'aquele gado
que embarcou nas quatro rodas
deixou p'ra traz, ribeirão...
Campo, bosque e a grande grota
deixou lá no rancho o seu João
vivendo a vida que gosta.
FORÇA E FÉ.
Ser do sertão é ser forte
é ter o mato na veia
é não falar mal da sorte
mesmo se a coisa tá feia
é não ter medo da morte
é ter Jesus no suporte
sem invejar vida alheia
CHUVA NA HORTA!
Quando chove no sertão
a semente se aflora
nasce broto em cada grão
o pé cresce sem escora
e na mesa do cidadão
volta o queijo e nasce pão
e o cuscuz feito na hora.
VERDE VIDA!
Quando há chuva no sertão
a planta cresce na hora
o verde da plantação
pela terra revigora
brota flor em cada grão
e no peito do cidadão
a tristeza vai embora.
Loucuras de poeta
Sou o projeto de um sonho de um louco apaixonado
Sou chuva mansa no sertão
Sou poeira vermelha
Sou estrada sem curva
Sou o canto dos pássaros ao por do Sol
Sou o néctar em árvores de framboesas
Sou poesia sem rima
Sou fragrância rara com cheiro de cerejas
Sobremesa cristalizada em potes de vidro
Sou a canção do amor
Sou corda de violino, sonhos indevidos
Sou o caminho da euforia a ser encontrado, nas vielas da vida sem graça
Autora:Simone Lelis
Em terra de peão não existe moda não
Bota, calça, respeito e muita tradição
Quem veio do sertão sabe que amamos o mato
Triste é ver uns abelha conhecido como Cowboy de asfalto!
Eles não entende de nada e querem saber de tudo
Mas bancam de sertanejo isso é um absurdo
Eles acham que o traje é o que define a cultura e a fama
Mas nunca acordaram cedo e não sabem o que é cana-caiana
Eu não queria criticar mas me senti obrigado
Ver essa juventude tudo desacreditado
Eles acham bonito mandar uma pinga no gargalo e se embriagar
Menina de 12 anos já tem filho, menino 12 anos já querem matar
Mas quem foi criado no mato saberá de fato!
Que no sertão tem cultura e amor, quando o pai chama respondemos por sim senhor
Cada um foi criado em culturas diferentes, no seu jeito
Mas tenho muito orgulho e bato no peito, que foi lá no mato que aprendi o significado do respeito
A proza está boa mas no meu estradão irei bolear
Tião Carreiro iria se orgulhar se esses versos eu pudesse recitar
Mas já que não posso, quando para o mato voltar pro meu pai irei mostrar e tenho certeza que um abraço ele irá me dar
Então o jeito é me despedir sempre com muita fé
Abraços a todos, inté!