Poemas de Miguel de Cervantes
O medo é que faz que não vejas, nem ouças porque um dos efeitos do medo é turvar os sentidos, e fazer que pareçam as coisas outras do que são!
Natural condição de mulheres: desdenhar a quem lhes quer, e amar a quem as aborrece.
Entre os pecados que os homens cometem, ainda que afirmam alguns que o maior de todos é a soberba, sustento eu que é a ingratidão, baseando-me no que se costuma dizer, que de mal agradecidos está o inferno cheio.
A liberdade, Sancho, é um dos dons mais preciosos, que aos homens deram os céus: não se lhe podem igualar os tesouros que há na terra, nem os que o mar encobre; pela liberdade, da mesma forma que pela honra, se deve arriscar a vida, e, pelo contrário, o cativeiro é o maior mal que pode acudir aos homens.
A valentia que se não baseia na prudência chama-se temeridade, e as façanhas do temerário mais se atribuem à boa fortuna que ao seu ânimo.
“Três coisas em demasia e três coisas em falta são perniciosas aos homens: falar muito e saber pouco; gastar muito e possuir pouco; estimar-se muito e valer pouco.”
Amor e deseo son dos cosas diferentes, que no todo que se ama se desea, ni todo lo que se desea se ama
Onde a virtude estiver em grau eminente, verás que é perseguida; poucos, ou nenhum, dos famosos varões que passaram na terra, deixaram de ser caluniados pela malícia.
Eu nasci pela vontade especial do céu de restaurar a idade perdida da cavalaria. Eu sou Dom Quixote de La Mancha.
Bendito seja o poderoso Deus, que tanto bem me faz. As suas misericórdias não tem fim, e com ela, nada pode os pecados dos homens
É o ciúme, perturbador da tranquila paz amorosa! Ele é o punhal que mata a mais firme das esperanças!
Se os ciúmes são sinais de amor, é como ter febre em um homem doente, que, ao tê-la, mostra ter vida, mas vida doente e sem disposição.
As coisas humanas não são eternas e vão sempre em declínio desde o princípio até ao seu último fim, especialmente as vidas dos homens.