Poemas Melancólicos

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Sempre que olho para o céu à noite eu sinto um vazio enorme no meu peito e acabo me perdendo naquela imensidão.
Nesses momentos eu me sinto muito pequena, a tristeza vem e começa a tomar conta de todo o meu ser.
Então eu me atrevo a procurar entender as estrelas, sem sucesso, me junto à elas que me acolhem.
Sento no quintal onde a vista pro céu é mais clara e fico ali, sozinha, com a solidão que me habita.
Lembro-me das pessoas que partiram e fico as imaginado nas estrelas mais brilhantes e assim a solidão vai passando aos poucos.
É horrível saber que nem todos contemplam a beleza de um céu estrelado, é uma pena já que maioria só vê a importância de um simples céu a noite quando se está no fundo do poço.

eu disse eu te amo pra tantas pessoas
uma delas foi embora
outra morreu
outra está à beira da morte
dentre todas essas a que mais me amou
fui eu.

Dizem que há coisas que não voltam mais
e eu acredito muito nisso!
O tempo nós apenas recordamos
pois, não mais o recuperaremos.
Já a palavra pronunciada, pode causar
destruição em questão de segundos.
como escreveu a poeta
(a palavra é pássaro, voou, não volta mais)
É preciso cuidar bem dela.
Por outro lado, a VIDA é única
e há nela coisas que muito podem ferir:
O orgulho que cega
A raiva que destrói os sentimentos mais puros.
A tristeza que infelicita a alma.
A bebida que destrói lares, e ceifa vidas.
A maldade que não tem limites em machucar...
Das coisas que me fazem viver
A fé, a esperança, o amor e a amizade.

⁠O Ultraje da solidão

Um coração custodiado
Não sabe o que é aflorar-se mais
Em mansidão aparente, Um rosto tanto calmo, por dentro pandêmico, quem diria se o visse?
O exílio é perigoso, mas é onde encontro o meu eu mais próximo do gênese,
Viciante, tanto pensar, pra que me culpar?
Deveis apenas seguir o rebanho?
Só busco ascender, conectar e talvez desafrouxar os laços que me confinam ao pretérito
Porém tão fácil dizer
E difícil demais compreender cada dia minha existência
E o que tanto me amarguras

Falar o que agora..
Sobre nada ou sobre nós, no caso, quase a mesma coisa, já que não tenho nada a dizer, nem de mim nem de você.
Eu e você não existe, pois não chegou a ser.
Ser é o que não foi, não é ou é o que é, o que sei é que nada é.
E falando em nada, nada é falar em você, pois você não é o que era e nada tenho a dizer, nunca acontece nada, nada há de acontecer, vou só parafraseando pra você entender.
E mesmo que eu tente muito, ainda que pague pra ver, nada nunca acontece ou pode até acontecer, mas na verdade não chega a ser.
Cansada de ver tudo partir, exausta de esperar pra ver, to morrendo por não fazer nada e nada de novo acontecer. Entendo que nada e ninguém é, na verdade tudo está, até quando não der em nada e nada voltar a ser.
Não é amargura ou rancor o que sinto, não é tristeza ou lamento, não é dor, não é vaidade, na verdade o nome do que sinto é nada.

Ainda tua lembrança...(soneto)

Há no ar certo cheiro de maresia,
Na bruma, toques de irrealidade,
Na brisa, um tanto de nostalgia,
Em mim...solidão, fragilidade...

Nas ondas, um vaivém de melancolia,
No horizonte, laivos de saudade
Sentimento, que as vezes, acaricia,
Em outras, traz dor e infelicidade...

Nas pesadas nuvens, um tom cinzento,
No imenso mar, sonhos naufragados
Na branca areia, pela espuma, espalhados...

Olhar ao longe, na direção do vento,
Na alma, mágoa e desesperança,
No coração, ainda tua lembrança...

Com o tempo, a vida deixa
memórias acesas, de corações desesperados,
Que pedem pra pertencer novamente a alguém.
A dúvida sufoca, esmaga nosso coração,
nos faz sofrer ao saber que somos esquecidos tão fácil,
Que o que antes era amor, hoje é um simples "boa noite".

Alquimia
É transformar cores e ervas
em temperos para agradar
a alma, o olfato, o olhar.
Picantes como pimenta,
salgados como o mar.
Misturas que invento,
com cheiro de alecrim, sálvia, coentro, cravo e canela,
na dose certa, sem miséria ou exagero.
Escondem amarguras, tristezas
escritos nas papilas, pelas coisas do tempo…

Por que o mundo está podre?
Por que todos se tornaram tão egoístas?
Por que a tanta guerra?
Por que cada vez que olho para alguém que esta sofrendo algum abuso ninguém o socorre?
Por que nós temos que temer em possuir algo de valor?
Por que nós não temos que temer o próximo?
Onde está a justiça?
Por que o mundo está tão podre?

Ainda lembro aquela dia
Com lágrimas no rosto
Um diz pro outro
Te amo
Sem pensar nos problemas
Sem pensar nas consequências

Quando o mar estava agitado
Um segurou a mão do outro
E tudo deu certo
Vimos o amanhecer
E fizemos nosso amor

Ainda lembro aquela vez
Com lágrimas no rosto
Disse pra mim
Que o dia
O dia que eu não estivesse mais bem
Precisaria olhar pra trás
E ver os motivos pelos quais
Nos apaixonamos

Ainda lembro dessa paixão
Que chegou e eu logo soube
Soube que era essa
Essa a pessoa que eu queria comigo
Essa a pessoa que me faz bem
O refúgio da minha vida
O esconderijo dos meus demônios

A chuva cessou,
E o que restou
Foi eu.
Coração quebrado,
Lágrimas quentes rolando no rosto.

Imagino cada pessoa,
Todas com sua chuva.
Cada uma com sua garoa.
Cada uma com sua tempestade.

Será que essa tempestade
Que reina em mim
Cessará?
Será que algum dia
Apenas uma brisa
Libertará minha alma
Desse frio, dessa nevasca,
Que minha alma está?

A chuva cai torta
Como as minhas lágrimas
Na direção do vento
Escorrendo pelas calçadas

As pétalas voando
De um buquê de flores
Que eu nunca ganhei
E não fico esperando

Passaram lindas
Girando como em uma dança
E leves como o coração
De uma criança

O meu choro era pesado
Pesava mais que uma nuvem carregada
Porque levava a tristeza
Que também escorria pela calçada

Um dia daqueles
Que o sol já não brilhava
Que meus olhos não sorriam
E o silêncio dominava

Dominava até mesmo
O barulho dos trovões
Que caiam do céu com raiva
Mas eu só via os clarões

Iluminavam os meus olhos
Me faziam pensar mais
Será que existe outro caminho?
Ou só cair como a chuva faz?

Eu sei, mesmo quando você age como se nada estivesse errado
Eu sei que está esperando
Em seus olhos que tentam sorrir há tristeza
Mas não posso fazer nada em relação a isso

Velha Lágrima

Solidão. Que mágoa na aurora!
Senso ao vento, paira pelos ares
Em suspiros, lágrima que chora
De antigos e buliçosos pesares.

Pulsa uma dor, deveras se sente
É tal tristura que no peito diviso
Versos, que de teu verso ausente
Vazios poéticos do teu doce sorriso.

Ah! Por que tu assim fizesses
Meu eu dum eterno teu escravo
Se outras eram minhas preces
E com o descaso fez conchavo?

Por que então ainda insiste
Nesta trama tão alvoroçada
Como quem ama, assim, triste
E com a alma fria e calada?

Se clamo ao infinito celeste
Por um olhar manso e sensível
Por que é que não me disseste
Palavras ao coração inteligível?

Se terrível, era a dor impiedosa
Me livra desta coroa de espinho
Se bom é ter-te em verso e prosa.
Por que deserto é o nosso ninho?

Porém, melhor a outra figura
De ter a sofreça em segredo
Do que conhecer a tal ventura
E deixá-la ao leu tão cedo...

Assim, então pouco a mim seria
Em pranto a face, de sua partida
Antes os desafetos que nos alivia
Do que fuçar na aberta ferida...

Tem pena de mim! Tem pena
Desta velha lágrima. Caridade!
A paixão não me é tão pequena,
Secará. Pois tanta é a saudade...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

E novamente ouço , a depressão batendo em minha porta , pelas 3 batidas serenes eu ja sabia que era ela
Pensava que ela havia partido, acreditei até que estava livre dela, mas enganada ,ela voltou
Sem permissão ela entra , senta em minha cama e debuta a me olhar
Seu olhar ruinoso ja me enfraquece deixando-me cada vez mais acometivel , ela es tão vigorosa e eu tão fraca, cuja eu jamais suplantaria
Pálida e vencida , prostrada naquele chão gélido , ela se aproxima de mim , ela sabe que temo à ela , mas aquela desgraça não se importa comigo
E novamente ela conseguiu , tirou tudo que ainda restava de mim e me possuiu
Agora nos somos a mesma pessoa , acordo e durmo com ela , ela convive 24 horas comigo , ninguem jamais reparou a presença dela , ninguem notou minhas atitudes estranhas , minhas palavras suspicavez , ninguem constatou que não era eu que me refreava , proferia e agia
Estou possuida a mais de cinco anos

Meu olhar mortal me assusta,
As pessoas correm,
Enquanto egoístas vivem,
Os que se fecham comigo morrem.

Hoje marquei a data da minha morte.
Por que?
Cansei de exigir atenção para aqueles que nem se importam com a minha presença.

►Vasto Vazio

Ontem eu dormi triste, lembrei do passado
Às vezes isso acontece, é culpa do acaso
Por que eu estava triste? Não sei
Tantas foram as lágrimas que já chorei,
Que hoje, quando me lembro delas, amoleço.

Quando eu estava prestes a cair em depressão,
Fui resgatado por alguém que cuidou do meu coração
Hoje estou sozinho, sem ninguém para me acudir na solidão
Comecei a escrever textos sem nenhuma paixão.

Quero rejuvenescer o meu verso
Não quero continuar criando-o no inverno
Preciso aquecê-lo o mais rápido possível
Preciso restaurar meu antigo sorriso.

Comecei a sentir aquele vazio
Deixado por quem já não está mais comigo
E ele me amedronta tanto quanto um pesadelo
E acabo ficando com medo, e com receio de que ele não se vá
Sinto-me, então, um inocente aprisionado em Alcatraz.

«Mãe é um ser maravilhoso, ela cuida, te ajuda, te ouve e te quer feliz»
«Mãe é quem estará sempre la para te ajudar»
«A Mãe vai te tirar da depressão e vai te dar vontade de viver»

Que engraçado né...
A minha mãe não cuida, não me ajuda, não me ouve e nem tenta, e ela só me coloca triste.
Minha mãe nunca esteve lá para ajudar, e, quando precisava de ajuda... ela fugia
Tirar da depressão? ... Mas foi ela que me colocou na depressão!!

E ele estava ali
Doce garoto
Sentado em seu balanço
Olhando seu jardim
Refletindo o irrelevante
Pois é assim
Sente o vento em seu rosto
Indo e voltando
Impulsionando o corpo, a vida
Solta gargalhadas cativantes
E sem medo de cair
Salta do balanço
Seus pés tocam o chão como lanças afiadas
Seu sorriso se desfaz
Ensanguentam todo o belo jardim
Manchando de vermelho todo o verde
Pouco a pouco chega a dor
Já não há mais vento suave
Pois é assim
Que somos ensinados
A viver