Poemas Marcantes de Amor
O edifício Beverly hills
[Fernandha Franklin]
Era o apartamento mais badalado.
O mais bonito, e o mais visitado.
Havia sempre gente nova, bonita e diferente.
De longe parecia que a "felicidade" dominava o décimo nono.
Festas e risos, música da melhor qualidade...
Mas sempre que o som encerrava, a solidão voltava a fazer companhia para o morador do mil novecentos e sete.
E na solidão, ele se tornará melhor, assumia sua ousadia e sua paixão em ser poesia.
Ele. A própria contradição.
Diante da euforia, em meio a agitação, beijava tantas bocas e não se prendia a nenhum coração.
Parecia ser isento de qualquer emoção.
Mas quando a festa acabava, e os convidados iam embora, a madrugada lhe trazia sua verdadeira personalidade.
Os filmes, as séries na tv, revelavam a verdade do que ele queria viver. .. mas que por vergonha, guardava só para madrugadas, para quando ninguém pudesse ver.
Mas eu via. ..e via por querer!
Ele é o que eu assisto.
Cada dia uma cena nova e um enredo diferente.
As vezes ele deixa os filmes e vira o dia vendo globo news...
E eu de longe observo cada reação do solitário morador do edifício Beverly Hills.
Fernando Medeiros - Canção do desamor
Vou fazer
Uma canção para curar as dores
E as feridas causadas por amores
Que um final feliz não puderam ter
Enquanto escrevo esse verso
Confesso, busco inspiração
Sucesso eu não busco não
Quero apenas que meu coração
Que meu coração
Com essa canção te esqueça
E que ele não
Por te amar demais padeça
E hoje vou cantar
Minha canção do desamor
Pra não mais te levar
No peito aonde eu for
Hoje vou cantar
Pode até não rimar
Pois essa não é pra você
Essa canção fiz foi pra te esquecer
Mas rimou
Sobre Anseios da Alma:
BALADA DE UM TROVADOR
Pensei ouvir uma música suave aos ouvidos,
Revirei-me no meu leito sonolenta,
Meus olhos pareciam pesados,
Minhas pernas e braços pareciam cansados
E lembrei-me de tempos passados.
Era uma música suave de um trovador.
Canção que falava de saudade, esperança,
E amor,
No mesmo instante de bonança
Vinha um vendaval de ilusões, tristezas,
E dor,
Era uma música suave de um trovador.
Os versos subiam pelas paredes do meu quarto,
Esbarravam no meu porta retrato
Era uma música suave de um trovador.
Entravam pela janela afora,
Embalavam rosas no jarro num canto.
Era uma música suave de um trovador.
O instrumento: um violão, viola ou violino?
Ou, um instrumento dos anjos, tocando uma canção de amor!
'SEMITONS'
Os dias vazios aproximam pequenos tons que se perdem no espaço. O regresso das melodias atenuam-se em semitons que viajam às novas terras desconhecidas. O ardor da ausência, abastarda, dança pequenos passos, imprecisos, já sem tantas sinfonias...
Entonações descrevem a fosca expressão imbuída no rosto. O convite aos vários 'concertos' deleita-se aos diários aplausos viscerais. Encontramo-nos e perdemo-nos a tantas novas orquestras, tormentos. E a chegada de novas composições que nos apaixonam de imediato, servem de fôlego nos dias inférteis...
As belas canções que aprendemos em busca dos enigmas que criamos, miniminizam as tantas perguntas que afligem os pequenos vácuos. E das tantas trovas óbvias lançadas, que sejamos gigantes nas pequenas palavras e estritamente enorme nos grandes abraços...
'MÃE'
Inala-me com teus impulsos e verdades.
Vejo-te 'SUPER',
Influentes Olhos Quebradiços.
Cabelos brancos inspirando proteção.
És pedra preciosa,
Diamante lapidado pelo tempo.
E no tempo,
És transmissão de vida...
Quero agradecer-te pelos auxílios nas noites acordadas.
Pelos seus superabraços e carinhos quando mais precisei.
O meu amor por ti,
longe de ser passageiro,
É duradouro,
Infindável,
Aromatizante em todas as estações...
'NATUREZA'
Presenciamos-te virgem na tua breve morada,
Passageira como nuvens,
Maravilhando-nos nos dias inventivos,
Jorrando admiração por entre vales e matas.
Transcendental,
Tal qual o bater de asas e o cantar dos pássaros,
Que ausente de amarras/dores,
Respira liberdade,
Multiplica felicidades,
Transforma vidas...
Era-nos lugar de predileção.
Espetáculo ao olhos na chama do alvorecer.
Ar puro inclinando pulmões,
Adocicando crianças,
Trazendo esperança.
Sem declives,
Os córregos clamavam-te com suas águas límpidas,
Criando canções/moradas,
Animais livres.
Natural Habitat das Vegetações...
És agora lacônico na tua célere morte.
Transformaram teus dons/paisagens.
Tuas jazidas exauridas,
Todavia,
Berços de atrocidades.
Calhordas visionários te despem,
Não gestam tuas belas e provocantes tonalidades.
Desvairam tua pobre sobrevivência.
Homens/Naturezas não mais existem
Apenas eloquências ausentes/saudades...
'TALVEZ LINA'
Tento desnudar, a cada promessa não dita, os teus segredos mais profundos. Sem perceber, na serenidade das noites, ousei invadi teus sonhos para que eles se tornassem reais e os seus olhos Sirius: sumptuosos e sedutores! Porquê não traguei barreiras? Não sei! Talvez a flecha da paixão não estivesse pontiaguda. Talvez a força do meu olhar estivesse sem...
Viajo nuvens de anseios, abraços nos dias de calor, romaria além dos horizontes. Vejo-te segredos, clave harmônica, essência das minhas loucuras. Sinto fome de você, tradução da minha essência. Jeito menina. Tão pequenina e violentamente graciosa...
Devorar-te-ei nas minhas ficções diárias. Desde então, as noites são fantasmas. Fecho o mundo criado! Esbarro decididamente covarde. Estiveste tão perto e num sopro, distanciou-se. Deixou ausência, carência, mancha inspiração, bolha sabão...
'ESCURECER'
Açoite.
Pernoite.
O céu estufado.
Corre José!
Vislumbra a escuridão,
Violenta e cortês,
Exausta o coração.
Berra!
Vocifera!
Adormece as crianças,
Na cama doente.
Sem castiçal,
Anjos devoram,
O sonho mortal.
Suplica demônios.
Aluvia as igrejas.
Desaponta o acaso,
Há tempo na vida!
Peregrina...
Corre José!
Foge morfina!
A cada escurecer,
O coração grita vida:
Vem! Vem! Vem!
Aqui! Galgas o peito.
'HODIERNO'
- Perdeu o ofício?
- Sim. Mas tenho novos voos,
Nos ventos: pulmões!
Visito rochedos.
Pra quê receios,
Da vida,
Do freio?
Subo em árvores.
Névoas de crônicas.
Tombo montanhas.
Fobias transformadas.
Perito em bater asas
Quebro horizontes
Céu Transmutei em pousadas.
Agora quadrilátero
Saúdo trovões
Amorteci os medos
Transmito, agora sim,
Meu louco grito
Alma imensurável
Sons ambíguos...
Você já se sentiu mal, por não ter coragem de pedir desculpas ? Deve ser uma sensação terrível! Principalmente se quem você magoou/humilhou não merecia tais atitudes da sua parte. O arrependimento e a consciência pesada nos adoece e nos torna infeliz!
A Vida Anda e o mundo gira. Tudo que fizermos com palavras, ações, maldade e injustiça, ainda que venhamos esquecê-las, um dia nos retornará de forma mais intensa porque a colheita é sempre maior que o plantio.
Não há nobreza maior do que o reconhecimento do erro praticado. Se desculpar, entretanto, não nos garante o restabelecimento do relacionamento com quem magoamos /humilhamos.
Se você tem certeza que errou, crie coragem e tente se desculpar. Todos tem direito ao PERDÃO. Isto vai lhe fazer um enorme bem!
Não podemos voltar o tempo, mas podemos tentar nos redimir.
'POEMA INACABADO'
Declamar-te minha
Cultivo poemas
Nas noites pratinas
Disperso no tom cristal
Mar glacial
Poemas sem teoremas
Gélidos sob as cores sintéticas
E a alma cética
Barco esquelético
Metamorfose insurgente
Cheiro neblina
Pedra atracada
Aduela alvejada
Noites lufadas
Garoa rapina
Recitarei-o inacabado
Vocábulos
Nos verdes disfarçados
Mais importante que ser o primeiro,
é saber que você cruzou a linha de chegada
mesmo sendo o último, e arrancou calorosos
aplausos por não ter desistido no caminho.
Atento a cada esquina
Com uma arma na mão
Não conseguindo controlar
O palpitar do coração
Vejo chão manchado de sangue
Caveiras ao calor do deserto
Nem uma pessoa por perto
E o sol não parece erguer
Caminhando sem rumo
Neste meu próprio mundo
Pensando na real vida
E na tua imagem sagrada
Com um sorriso na cara
Lembro os momentos
Em que tu estavas para
Me abraçar
A vida não é facil
Nem me deixa pensar
Deixa-me fragil
Sem saida a contornar
Mas com uma gota solitária
Crio em meu redor a memoria
Mais realista
Que me faz chorar
De que forma você me vê? De que forma quero te ver?
São as formas que se entrelaçam e formadas por embaraços,
Me mostram o incerto que já foi descoberto por certo,
Mostrando dentre as cores que assim são os amores
Ela gosta do meu rosto liso,
Porém eu amo minha barba.
Ela vive de cara fechada,
Eu faço tudo para roubar seu sorriso.
Ela adora andar descalça,
Eu gosto da minha bermuda, chinelo e a regata.
Ela se envolve no sertanejo,
Eu fico com Racionais, CBJr, O Rappa e Detonautas.
Ela faz parte da turma dos baixim,
Eu boné de lado e magrim.
Ela gosta de brigadeiro,
Eu, se pudesse comeria o dia inteiro.
Ela gosta de outro cara,
Eu dou a maior força, mas acho ele um babaca.
Ela vai ser feliz,
E eu meu caro, eu irei fazer de tudo para trazer sua felicidade e pedir bis.
Infidelidade
Mistérios e enigmas rodeiam teu corpo.
Silencioso, vejo-te balbuciar.
Em meio ocioso fiz-me pairar,
Sob palavras melodiosas,
Tudo o que me restar.
Se vens como um anjo caído,
A noite escura convida a viajar.
Toque minha mão,
E faça este tal brilho durar.
Cada sensação nunca antes vista,
Cauteloso e perigoso te faço bastar.
Palavras divinas em meio a tormenta,
Vida tirana vem a desinteressar.
Pessoas comuns na falta do que conduz.
Tua vitalidade escassa,
Um tanto anti social,
Bipolaridade disfarçada.
É meu último suspiro frente ao que resta de tua amada.
Até então cheia de luz,
Retiro de tua mão a espada.
Encha-me com seus conselhos,
Serei eu tua aprendiz.
Como movimentos de teus cabelos.
Vertentes opostas de uma mesma diretriz,
Te guio por espelhos.
Passos descompassados,
Pela dor que esmaga.
Se como um golpe me conduz,
Serei eu desnecessária.
Em tua mão um fulgor reluz,
Tornando-me por total errada.
Idealizarei tua utopia,
Com um vigor que me afaga a alma.
Viva feliz e sorria,
Fiz do mundo tua morada.
Eu sou fiel meu bem.
Considero o que me é ensinado.
Te elevo e consagro,
Ainda que dentre todos,
Sejas tu, o meu maior pecado!
- Encontrar alguém especial é tão difícil.
- Aham. Concordo com você.
- E leva tanto tempo…
- É... pode ser, mas não se esqueça de que alguns tesouros são muito bem escondidos.
- Siga em frente.
- Mas senhor, só existe água, sequer uma pequena ilha à vista.
- Por isso mesmo, não procure alcançar um porto seguro sem antes lutar contra o medo que afoga a sua alma.
- Você parece indeciso.
- E estou.
- Mas afinal, o que aconteceu?
- Passei tempo demais admirando meus olhos, esperando que neles, encontrasse respostas.