Poemas inteligentes
O mais digno diálogo é àquele em que não nos espelhamos, apenas quando necessitamos, eis a razão do poeta.
Ensinar é perder tempo e por falar em tempo, lembrança é energia, e a liberdade faz bem, Deus existe é bom saber, eu não sei onde Ele está e com todo RESPEITO nem quero saber.
HÁ grandes oportunidades no mundo desde que conservemos sentimentos, respeitando os espaços que dão origem ao plano da existência.
A antipatia é uma transição em nível consciencial; niquem transitando a procura do empírico; onde deuses brincam com a razão.
O domínio em sua conjugação, enquanto seres, pode ser válido a um determinado nível, desde que estes não queiram abraçar o mundo com as pernas.
Nem todos possuem a mesma larva... e nem toda consciência está atrelada a K-ama, o fato é que isso está se tornando raro para a devi-da conjugação dos Sutras.
Teu sorriso embeleza meus dias, teu canto uma grande harmonia de cura, perfumes me dão revigorando os são.
Será ou não será,Tomar uma decisão eis a questão,Acontecimentos parecidos,Fatos verdadeiros ou fatos mentirosos,Falsos descobertos.
Eu às vezes tenho a sensação de que estou procurando às cegas uma coisa; eu quero continuar, eu me sinto obrigada a continuar. Sinto até uma certa coragem de fazê-lo. O meu temor é de que seja tudo muito novo para mim, que eu talvez possa encontrar o que não quero. Essa coragem eu teria, mas o preço é muito alto, o preço é muito caro, e eu estou cansada. Sempre paguei e de repente não quero mais. Sinto que tenho que ir para um lado ou para outro. Ou para uma desistência: levar uma vida mais humilde de espírito, ou então não sei em que ramo a desistência, não sei em que lugar encontrar a tarefa, a doçura, a coisa. Estou viciada em viver nessa extrema intensidade. A hora de escrever é o reflexo de uma situação toda minha. É quando sinto o maior desamparo.
A cor das flores não é a mesma ao sol de quando uma nuvem passa ou quando entra a noite.
(Do livro Fernando Pessoa Obra Poética II, Coleção L&PM, Organização: Jane Tutikian, pág. 69.)
Ouve-me, ouve o silêncio. O que eu te falo nunca é o que te falo e sim outra coisa. Capta essa coisa que me escapa e no entanto vivo dela e estou à tona de brilhante escuridão. Um instante me leva insensivelmente a outro e o tema atemático vai se desenrolando sem plano mas geométrico como as figuras sucessivas em um caleidoscópio.
Permitia-se um pouco de equilíbrio como uma trégua, mas que o tédio logo invadia. Até que, na vontade mórbida de novamente sofrer, adensava esse tédio, transformava-o em angústia.
Não se pode ir a um teatro sem precisar dizer se gostou ou não, e porque sim e porque não. Aprendi a dizer “não sei”, o que é um orgulho, uma defesa e um mau hábito porque termina-se mesmo não querendo pensar, além de não querendo dizer.
Até então eu nunca vira a coragem. A coragem de ser o outro que se é, a de nascer do próprio parto, e de largar no chão o corpo antigo. E sem lhe terem respondido se valia a pena.