Poemas inteligentes
Parecia-lhe que havia cometido um crime e que comera um anjo e, porque acreditava, eles existiam.
A metafísica do corpo se entremostra nas imagens. A alma do corpo modula em cada fragmento sua música de esferas e de essências além da simples carne e simples unhas. Em cada silêncio do corpo identifica-se a linha do sentido universal que à forma breve e transitiva imprime a solene marca dos deuses e do sonho.
Quero romper com meu corpo, quero enfrentá-lo, acusá-lo, por abolir minha essência, mas ele se quer me escuta e vai pelo rumo oposto. Já premido por seu pulso de inquebrantável rigor, não sou mais quem dantes era: com volúpia dirigida, saio a bailar com meu corpo.
Depois que descobri em mim mesma como se pensa, nunca mais pude acreditar no pensamento dos outros.
Ninguém compreende o outro. Somos, como disse o poeta, ilhas no mar da vida; corre entre nós o mar que nos define e separa. Por mais que uma alma se esforce por saber o que é outra alma, não saberá senão o que lhe diga uma palavra – sombra disforme no chão do seu entendimento.
Os meus sonhos são um refúgio estúpido, como um guarda chuva contra um raio. Sou tão inerte, tão pobrezinho, tão falho de gestos e atos. Por mais que por mim me embrenhe, todos os atalhos do meu sonho vão dar a clareiras de angústia.
"Esses atores eram todos espíritos e dissiparam-se no ar, sim, no ar impalpável. Um dia, tal e qual a base ilusória desta visão, as altas torres envoltas em nuvens, os palácios, os templos solenes, e todo este imenso globo hão de sumir-se no ar como se deu com esse tênue espetáculo. Somos feitos da mesma substância dos sonhos e, entre um sono e outro, decorre a nossa curta existência." ( A Tempestade )
Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir. O que confesso não tem importância, pois nada tem importância. Faço paisagens com o que sinto. Faço férias das sensações. Compreendo bem as bordadoras por mágoa e as que fazem meia porque há vida.
Nunca a vida foi tão atual como hoje: por um triz é o futuro. Tempo para mim significa a desagregação da matéria. O apodrecimento do que é orgânico como se o tempo tivesse como um verme dentro de um fruto e fosse roubando a este fruto toda a sua polpa. O tempo não existe. O que chamamos de tempo é o movimento de evolução das coisas, mas o tempo em si não existe. Ou existe imutável e nele nos transladamos.
Em tempo de lutas quem poderá dizer que a unidade não é a morada da beleza, certamente em lume a vitória possa de fato se estabelecer, e, por sábias reflexões, colher bons frutos em todos os seres, principalmente por àqueles que necessitam da graça pra se restabelecer.
A modernidade social não exige aproximação, no entanto, é categórica quando diz respeito a compreensão e necessidade de seu verdadeiro significado, sê sábio uso, adquirente será, agregando conhecimento, desta forma, encontrará saúde do corpo interno e externo, por via da consciência, sê ignorante deliberado, refém se torna, sendo sujeito dos efeitos da irracionalidade individual e coletiva, advinda de seu mal uso, tendo como consequência diversas classificações (pandemicas), principalmente as psíquicas.
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço; sábado ao vento é a rosa da semana.
Se o meu mundo não fosse humano, também haveria lugar para mim: eu seria uma mancha difusa de instintos, doçuras e ferocidades, uma trêmula irradiação de paz e luta: se o mundo não fosse humano eu me arranjaria sendo um bicho.
Não lembro de muita coisa, eu só sei que eu ouvi alguém dizendo que me levaria para a "sala da punição". Tudo ficou branco por alguns segundos... depois de um tempo pude ver denovo. Eu diminui de tamanho, não sentia nenhum membro do meu corpo, e eu estava apoiado em um barco em movimento. Estava confuso mas não disse nada sobre isso. Fiquei parado por um tempo mas depois percebi que não conseguia mexer meu corpo, não importa o quão forte eu tentava... tentei gritar mas nada saiu. Eu tentei inúmeras vezes mexer meu corpo mas tinha algo me forçando a olhar para frente. Fiquei ali parado esperando o barco parar de se mover. Mas ele não parava. De repente eu ví um homem muito mais alto que eu, com uma lata de cerveja na mão. Ele se ajoelhou na minha frente, e despejou um pouco da bebida em minha boca. Eu... simplesmente tomei. Enquanto tomava ele disse... "Aí ó, ta bom, chega. Você vai embora". Eu me assustei mas ainda não conseguia mover meu corpo. Então eu senti algo me dar um tapa, como um martelo com pregos grudados nele. O tapa me empurrou para trás, e bati as costas na superfície da água e... afundei. Eu estava morto e nunca abri os olhos denovo..........
...pode-se estar apaixonado por várias pessoas ao mesmo tempo, por todas com a mesma dor, sem trair nenhuma. Solitário entre a multidão do cais, dissera a si mesmo com um toque de raiva: " o coração tem mais quartos que uma pensão de putas". (O amor nos tempos do Cólera)
Há entre mim e o mundo uma névoa que impede que eu veja as coisas como verdadeiramente são — como são para os outros.
Sinto isto.
Deus, desperte em todos e em todos os lugares, ilumina o jogo da alegria.
Amém Brasil 💛💛💛💛💛💛💛🌞💛🌞💛💛💛🌞🌞🌞🌞💛💛🌞🌞💛💛🌞🌞💛🌞💛💛💛🌞🌞🌞🌞🌞🌞🌞🌞🌞🌞🌞🙏