Poemas inteligentes

Não estou só...
Venho sempre que posso.
Trago-te mel e flores...
Re/cordas de amor.

Inserida por ClaudethCamoes

De onde venho tem terras coloridas,
Águas cristalinas, ventos e brisas...
Nevoeiros.
Seu trabalho nos alcança.

Inserida por ClaudethCamoes

Curemos os desprezados...
Esses possuem tudo;
Pois não querem nada.
Por isso (todos nós) temos tudo.

Inserida por ClaudethCamoes

Todo éter tem um segredo...
Alguns são violetas, outros verdes...
Que? Mistificação!
Não olhes para nada em vão.

Inserida por ClaudethCamoes

Água é uma emoção de bem aventurada...
Alegria de vida não enganada.
Errada!
Ave mahatara.

Inserida por ClaudethCamoes

Ser feliz é uma condição universal...
Uma necessidade celestial.
Uma aventura anormal...
Que purifica mentes condicional.

Inserida por ClaudethCamoes

Invejas faças por merecer.
Tu és dona da escassez...
Quem são os de vocês...
Voxi!

Inserida por ClaudethCamoes

Ser o que se é...
É ... uma rendição.
Vivas amada natureza...
Aos encostão mil curas sim és não!

Inserida por ClaudethCamoes

Azeda é a nostalgia...
Quero mesmo viver meu dia.
Com alegria.
Te trazer paz e fazer companhia.

Inserida por ClaudethCamoes

Sacode poeminha!
Chegando em delicadas brisas.
Levando tantas peninhas.
És paz para hora da farturinha.

Inserida por ClaudethCamoes

Resgatar (um) solitário.
Amar ló no "camino".
Vós Cativai-lo...
Na solidez.

Inserida por ClaudethCamoes

Sábio é o que se contenta com o espectáculo do mundo,
E ao beber nem recorda
Que já bebeu na vida,
Para quem tudo é novo
E imarcescível sempre.

Coroem-no pâmpanos. ou heras. ou rosas volúveis,
Ele sabe que a vida
Passa por ele e tanto
Corta a flor como a ele
De Átropos a tesoura.

Mas ele sabe fazer que a cor do vinho esconda isto,
Que o seu sabor orgíaco
Apague o gosto ás horas,
Como a uma voz chorando
O passar das bacantes.

E ele espera, contente quase e bebedor tranquilo,
E apenas desejando
Num desejo mal tido
Que a abominável onda
O não molhe tão cedo.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Odes de Ricardo Reis. Lisboa: Ática. 1946 (imp.1994). P. 32
Inserida por pensador

A Esperança da Humanidade

A vida política, porém, veio como um trovão desviar-me dos meus trabalhos. Regressei uma vez mais à multidão.
A multidão humana foi a maior lição da minha vida. Posso chegar a ela com a inerente timidez do poeta, com o receio do tímido; mas, uma vez no seu seio, sinto-me transfigurado. Sou parte da essencial maioria, sou mais uma folha da grande árvore humana.

Solidão e multidão continuarão a ser deveres elementares do poeta do nosso tempo. Na solidão, a minha vida enriqueceu-se com a batalha da ondulação no litoral chileno. Intrigaram-me e apaixonaram-me as águas combatentes e os penhascos combatidos, a multiplicação da vida oceânica, a impecável formação dos «pássaros errantes», o esplendor da espuma marítima.

Mas aprendi muito mais com a grande maré das vidas, com a ternura vista em milhares de olhos que me viam ao mesmo tempo. Pode esta mensagem não ser possível a todos os poetas, mas quem a tenha sentido guardá-la-á no coração, desenvolvendo-a na sua obra.
É memorável e desvanecedor para o poeta ter encarnado para muitos homens, durante um minuto, a esperança.

Pablo Neruda, in "Confesso que Vivi"

Inserida por Nickdim

Nunca Aprendi a ExistirTenho as opiniões desmentidas, as crenças mais diversas - É que nunca penso nem falo nem ajo... Pensa, fala, age por mim sempre um sonho qualquer meu em que me encarno no momento.
Vem a fala e falo-eu-outro. De meu, só sinto uma incapacidade enorme, um vácuo imenso, uma incompetência ante tudo o que é a vida. Não sei os gestos a acto nenhum real.
Nunca aprendi a existir.

Fernando Pessoa, 'Inéditos'

Inserida por Nickdim

Dorme sobre o meu seio.
Sonhando de sonhar...
No teu olhar eu leio
Um lúbrico vagar.
Dorme no sonho de existir
E na ilusão de amar.

Tudo é nada, e tudo
Um sonho finge ser
O espaço negro é mudo.
Dorme, e, ao adormecer,
Saibas do coração sorrir
Sorrisos de esquecer.
Dorme sobre o meu seio,
Sem mágoa nem amor...

No teu olhar eu leio
O íntimo torpor
De quem conhece o nada-ser
De vida e gozo e dor.

Fernando Pessoa
PESSOA, F. Poesias. Lisboa: Ática. 1942 (15ª ed. 1995). p. 103
Inserida por pensador

Minha Grande Ternura

Minha grande ternura
Pelos passarinhos mortos;
Pelas pequeninas aranhas.

Minha grande ternura
Pelas mulheres que foram meninas bonitas
E ficaram mulheres feias;
Pelas mulheres que foram desejáveis
E deixaram de o ser.
Pelas mulheres que me amaram
E que eu não pude amar.

Minha grande ternura
Pelos poemas que
Não consegui realizar.

Minha grande ternura
Pelas amadas que
Envelheceram sem maldade.

Minha grande ternura
Pelas gotas de orvalho que
São o único enfeite de um túmulo.

Manuel Bandeira
BANDEIRA, M., Estrela da Tarde, 1960
Inserida por rodkalenninfe

Quando passo o dia inteiro
sem ver o meu amorzinho
corre um frio de janeiro
no junho do meu carinho

Teus olhos tristes parados
coisa nenhuma a fitar
ah meu amor,meu amor
se eu fora nenhum lugar

Adivinhei o que pensas
só por saber que não era
qualquer das coisas imensas
que a minha alma de ti espera

Inserida por cilamar

Mas foi pintando sujeira
O patamo estava sempre na jogada
Porque o cheiro era bom
E ali sempre estava uma rapaziada

Inserida por backlup

"O SONHO É VER AS FORMAS INVISÍVEIS
DA DISTÂNCIA IMPRECISA,E E, COM SENSÍVEIS
MOVIMENTOS DA ESPERANÇA E DA VONTADE,
BUSCAR NA LINHA FRIA DO HORIZONTE
A ÁRVORE,A PRAIA,A FLOR,A AVE,A FONTE_
OS BEIJOS MERECIDOS DA VERDADE"

Inserida por arochaviversonhar23

Ora até que enfim..., perfeitamente...

Ora até que enfim..., perfeitamente...
Cá está ela!
Tenho a loucura exatamente na cabeça.
Meu coração estourou como uma bomba de pataco,
E a minha cabeça teve o sobressalto pela espinha acima...

Graças a Deus que estou doido!
Que tudo quanto dei me voltou em lixo,
E, como cuspo atirado ao vento,
Me dispersou pela cara livre!
Que tudo quanto fui se me atou aos pés,
Como a sarapilheira para embrulhar coisa nenhuma!
Que tudo quanto pensei me faz cócegas na garganta
E me quer fazer vomitar sem eu ter comido nada!

Graças a Deus, porque, como na bebedeira,
Isto é uma solução.
Arre, encontrei uma solução, e foi preciso o estômago!
Encontrei uma verdade, senti-a com os intestinos!

Poesia transcendental, já a fiz também!
Grandes raptos líricos, também já por cá passaram!
A organização de poemas relativos à vastidão de cada assunto resolvido em vários —
Também não é novidade.
Tenho vontade de vomitar, e de me vomitar a mim...
Tenho uma náusea que, se pudesse comer o universo para o despejar na pia, comia-o.
Com esforço, mas era para bom fim.
Ao menos era para um fim.
E assim como sou não tenho nem fim nem vida...

Inserida por Marialins