Poemas inteligentes
"Que doce som de prata faz a língua dos amantes à noite, tal qual musica langorosa que ouvido atendo escuta"
Converte-te numa pessoa melhor e assegura-te de saber quem és antes de conhecer mais alguém e esperar que essa pessoa saiba quem és.
Suponhamos que eu seja uma criatura forte, o que não é verdade. Suponhamos que ao tomar uma resolução eu a mantenha, o que não é verdade. Suponhamos que eu escreva um dia alguma coisa que desnude um pouco a alma humana, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha sempre o rosto sério que vislumbro de repente no espelho ao lavar as mãos, o que não é verdade. Suponhamos que as pessoas que eu amo sejam felizes, o que não é verdade. Suponhamos que eu tenha menos defeitos graves do que tenho, o que não é verdade. Suponhamos que baste uma flor bonita para me deixar iluminada, o que não é verdade. Suponhamos que eu esteja sorrindo logo hoje que não é dia de eu sorrir, o que não é verdade. Suponhamos que entre os meus defeitos haja muitas qualidades, o que não é verdade. Suponhamos que eu nunca minta, o que não é verdade. Suponhamos que um dia eu possa ser outra pessoa e mude de modo de ser, o que não é verdade.
Será que o meu ofício doloroso é o de adivinhar na carne a verdade que ninguém quer enxergar?
Quero aceitar minha liberdade sem pensar o que muitos acham: que existir é coisa de doido, caso de loucura. Porque parece. Existir não é lógico.
Quero escrever o borrão vermelho de sangue. (...) Quero escrever noções sem o uso abusivo da palavra.
Vagamente pensava de muito longe e sem palavras o seguinte: já que sou, o jeito é ser.
Sou onívoro de sentimentos, de seres, de livros, de acontecimentos e lutas. Comeria toda a terra. Beberia todo o mar.
Ainda não estou preparado para perder-te. Não estou preparado para que me deixes só...Não estou preparado hoje nem nunca o estarei. Ainda te Necessito.
Nota: Trecho de "Ainda te necessito"
Haverá ainda, no mundo, coisas tão simples e tão puras como a água bebida na concha das mãos?
Sobre todas as coisas, para que alguém se torne digno de confiança, tão certo quanto a noite sucede o dia, é preciso nunca ser falso consigo mesmo.
Que os mortos me ajudem a suportar o quase insuportável, já que de nada me valem os vivos.
Abraçar é dizer com as mãos o que a boca não consegue, porque nem sempre existe palavra para dizer tudo.
E não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou. Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste.