Poemas Góticos de Amor
Constatação
Chove nos edifícios, nas árvores e nos sapatos.
Um silêncio mudo invade meu olhar distante.
Sou aquele que espera a resposta do vento
e acredita explodir todos os porquês.
Não mendigo razão, nem uso maquiagens no coração...
O que fascina meu olhar é o inesperado,
a ausência de regras descoloridas.
Abro a porta, castro a covardia,
saio sem capa de chuva pela tempestade da incompreensão.
Gosto dos pingos da chuva acariciando minha nuca,
beijando minha face...
Busco a sensação peculiar
que a naturalidade pode oferecer aos lábios sem prisão,
sem cortes, sem escudos, sem perfeição.
Sou lagarto se adaptando ao clima da vegetação.
Sei dizer, sei escrever... sei também que
de certas coisas,pessoas e momentos...
O silêncio fala mais.
Nosso silêncio aos outros é indecifrável.
Deixemos... interpretem como queiram.
Não nos tornemos reféns da mórbida
curiosidade alheia... Confesso:
Sermos alvo de tantos que nada
representam... me faz sorrir.
Solidão a Dois
Pensamentos frustrados
Na penúmbra do quarto...
Do silêncio o clamor.
Sonhos despedaçados
O ressentimento é farto,
Já não existe amor.
Nas amarras do cinismo
Fenecem os sentimentos,
Cada vez mais escassos.
Aprisionados no abismo,
Entre dolosos lamentos
Resumem tal fracasso.
Esta solidão a dois
Disfarçada alegria,
Já não satisfaz a alma.
Fica tudo pra depois...
Foi embora a fantasia,
É sofrer que não acalma.
No ar, o medo e o silêncio sepulcral
a invadir
os primeiros raios da manhã
Corações sobressaltados
em prece e oração…
muitos sem saberem sequer rezar
No trilho traiçoeiro
espreitava a morte a cada passo
que se desse em falso
na picada
Sem perder de vista o combatente
à nossa frente
perscrutávamos, no lusco fusco do alvorecer,
as sombras que se dissipavam
por entre as silhuetas das bissapas
Nas mãos doridas,
por matar,
o peso da G3 engatilhada
dos soldados
De repente o grito e a dor
pelo estrondo e pela morte trazida
no estilhado e no sopro da granada
As lágrimas morriam afogadas
pela raiva e ódio surdo
nos corpos amputados
In “Há o Silêncio em Volta” (poética de guerra), edições Vieira da Silva do poeta Alvaro Giesta
Eu queria um silêncio e me sufoquei em mágoas por que desejei de mais e amei demais, todas as vezes, é 5 de maio de novo, e de novo esta tocando a mesma música. Eu precisava que você chegasse, e dissesse: "estive pensando demais em voce, precisei bater em sua porta." Eu queria que fizesses estas mesmas loucuras que penso em fazer por você, não sei se existes, só ouço mentiras, que me levam sempre ao mesmo dia, 5 de maio.
Tenho engolido tanto desprezo de todos os lados, de todos as histórias e pensei que hoje fosse diferente, eu não tinha mais um espelho quebrado, eu achei que eu fosse uma joia que você pega e leva ate o céu, porém me senti esquecida numa caixinha de música. Não consigo mais acordar nesse lugar, eu olho nossas cartas todas as noites, você nem ao menos existiu?
Posso dormir numa posição fetal de novo, me disseram que quem dorme assim está sempre querendo carinho, acho que dormi todas as tardes nessa posição, esperando colo, afago.
"A Sabedoria da Não-Violência
A vida verdadeira é como a água:
Em silêncio se adapta ao nível inferior
Que os homens desprezam.
Não se opõe a nada,
Serve a tudo.
Não exige nada,
Porque sua origem é da fonte imortal.
O homem realizado não tem desejos de dentro,
Nem tem exigências de fora.
Ele é prestativo em se dar
E sincero em falar,
Suave no conduzir,
Poderoso no agir.
Age com serenidade.
Por isto é incontaminável."
A PAZ
A tua paz é como o orvalho
que cai no silêncio da noite.
Em calma, o de que precisas chega
e te traz um bem-estar
sem limites.
Na tranqüilidade, vestes a roupa
dos mais puros sentimentos
com que te apresentas mais adiante.
Tens grande valor íntimo.
Por isso, acalma-te, aguarda a paz
e deixa ao tempo o que é dele fazer,
sem te preocupares em ser
a maior estrela e o maior fulgor.
Reveste-te de humildade,
faze tudo o bem que possas
e segue em frente.
Com boa vontade, constróis a ti mesmo
e eliminas as imperfeições.
A PAZ é um grande bem.
A PAZ é de todos; dorme em uns
e vibra nos que lhe dão atenção.
Orar
Orar é sintonizar o coração no coração de Deus,
Orar é estar em silencio não há palavras;
Orar é dobrar joelho e sentir que Deus
está ouvindo, mesmo quando não se tem
nada pra dizer, é deixar o coração
falar por si próprio.
Eu nao sei lidar com pessoas..
me sinto melhor sozinha..
na maioria das vezes..
o silencio e a minha melhor compania..
Palavras exteriorizam pensamentos e encorajam a autenticidade; mas reconheço que o silêncio fala mais, ele diz tudo sem nada dizer... Sem comprometer-se.
Ele respeita, desrespeita, é elegante, indiferente ou prepotente.
Ele se auto-define nos contextos.
Te desejar em silencio não é um ato de covardia
E sim um problema de saber a hora de jogar com as palavras
Tanto que lhe faça acreditar na minha sinceridade
De viver em ti com o melhor de dando-lhe outra vida;
E que para isso aconteça à coragem de descobri a intimidade
Um do outro é primordial em viver um intenso amor
Viver uma loucura de desejos e realizações;
A imaginação de beijar a tua boca... Acariciar o teu corpo
Excitando a sua loucura de mulher insaciável
Morder os teus lábios e ouvir as tuas besteiras;
Se abra para que eu te faça mulher realizada
E goze a vida para que a mesma regozije
E te faça sentir rainha;
O silêncio é uma tortura. Alguma coisa se perdeu
você já não me olha como antes com ternura, só falta me dizer adeus.
Adeus!
Marisa Monte
Amemo-nos
Amemo-nos no silêncio externo
Nos gritos dos desejos interno
O que se assemelha a sede no deserto
Amemo-nos pelas palavras não ditas líquidas nos lábios
Pelos desejos lascivo em ebulição
Entre olhares escorregadios de pensamentos hábil
Quanto o aroma exacerbado do feromônio da tentação
Amemo-nos, pois já somos servos da paixão
Porque é mais vasto o pensar e o sonho que nos elabora
Permita-nos sem demora
Amemo-nos, pois só assim nós nos existiremos
Neste tempo pouco ameno, nos amemos
Mesmo porque as almas tem sintonia e isso é tudo que sabemos
Noutros tempos mais sinceros, que nunca nos esqueceremos.
Mãos que deslizam sobre a pele,
Olhos que se consomem em silêncio,
Corpos que se entendem
Quando as cores finalmente se misturam
instantes
de silêncio
tantas coisas a dizer
ruídos
harmonizar
respirar
direcionando o pensamento
O silêncio
provoca desejo
desejo provoca intenção
Intenção gera ação
e reação
As curvas de minha vida gritam um silêncio ensurdecedor.
Não era bem o que eu queria, porque ao fim,
a solidão assassinará minha alma.
Um Anjo te direciona para junto de mim
És parte da minha vida que eu desconheço
Ouvindo o silêncio, escuto a tua alma
Quero ser para ti o que ninguém ousou ser
Eu conheço os caminhos do teu coração
No silêncio da noite, é nele
Que adormeço e descanso feliz.
Eu só discuto com quem merece;
Caso contrário, meu silêncio prevalece;
Meu senso obedece;
E minha paciência agradece.