Poemas Góticos de Amor
O silêncio por si só se auto define: tem pergunta...tem resposta...tem postura.
No silêncio você pensa, repensa, avalia, resolve ou deixa fluir.
No silêncio você sonha ...você deixa pra lá...você se renova ...se auto cura e se transforma.
Silmara Rc
Um pedaço do silêncio que dorme no chão da cozinha
Que a garganta arranhe pela manhã
e os azulejos brancos da cozinha sangrem todos os dias,
que os beijos explodam na boca incontáveis,
inconfundíveis, incalculáveis...
E que a dor não seja maior do que as gargalhadas
que ironizam tamanho sofrimento.
Que os beijos explodam da boca, incontroláveis
e feito os vulcões pirem o cabeção!
E que depois murchem sem dó nem piedade,
feito a imagem esmaecendo às três da madrugada,
após o clique no controle da TV que te controlava
e que agora te liberta de tamanha prisão.
Que o refrão infame...
- pedaço do silêncio que dorme no chão da cozinha -
inflame em chamas de lava ardente
e dissolva feito um passe de mágica,
as rochas marrons e duras,
que são pedras em nosso caminho.
Que quem escreveu (ou leu) essa asneira não morra só!
Nem viva só, nem só lamente por toda a sua miserável vida.
E que possa ser também resiliente,
tenha força pra seguir em frente
e mesmo sem prognóstico positivo possa encontrar uma saída,
que possa ver (entender) que toda essa gente só, não é obra do acaso.
A gente percebe a ausência mesmo quando o outro ainda está presente.
São as famosas presenças ausentes.
O triste estado de absência.
Estou falando de relacionamentos mecânicos, vividos só por viver.
E por mas latentes que sejam as memórias de um doce passado, não são elas que ressoam no recém rasgado elo.
Tudo que foi bonito, perde para o que esta por vir.
E não existe nada palpável, além da triste certeza de que o amor está acabando.
As atitudes somem, gestos se tornam escassos, "eu te amo" passa a ser apenas dito, logo, vai ficando pra depois até ser só lembrança.
O abraço não esquenta, o beijo doce vai perdendo o sabor, falta flores em algumas ocasiões, a mensagem de bom dia, o brilho nos olhos e aquela vontade do início apaixonante.
Falta calor, arrepios, conversas e o toque do início que dava um tapa na solidão.
É quando vão se perdendo cada vez mas, quando o vazio já é de casa, mesmo antes de um adeus.
São tempos difíceis onde tudo é banalidade, é efêmero, momentâneo.
É tempo de egos, pessoas egocêntricas, um orgulho desmedido que impede admitir sobre o erro ou a vontade, é tão difícil dizer.
O silêncio parece ser a melhor opção.
Esquecendo apenas que silêncio sufoca e mata qualquer possibilidade de recomeço.
Silêncio também ensina, também diz, deixando claro a existência de crises, feridas e frustrações não resolvidas.
Caminham para o fim.
É onde lembro do grande poeta essencialmente lírico Vinícius de Morais quando escreveu o perfeito poema ausência em 1935 "Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face, teus dedos enlaçarão outros dedos."
Um perfeito resumo de quando tudo chega ao fim e a vida precisa seguir.
Ortograficamente falando, não cabe mas vírgulas, onde já é ponto final.
Querido destino não sei se existe contratempos, ou sua correria diária não permite perceber, existem casais que estão juntos a um tempão sem se pertencer.
Eu, você, o silêncio.
O tempo correndo...
Você me olhando...
Eu vendo ele passar....
E o silêncio em silêncio...
*Porque um Silêncio diz Tudo?*
Sabe o *Verdadeiro sábio não fala que Sabe que Sabe*
Ser *Sábio* as vezes é manter-se Calado, ouvir mas e Agir quando *Necessário*
Palavras *Frouxas* são como Vidros soltos esperando o tempo para *Quebrar* um Silêncio!!!
Aqui, neste silêncio, aonde grita
o mal sobre a matéria, o mundo gera;
Aqui, não há sinais da primavera,
há Deus e a liberdade circunscrita.
Aqui, o mal se espalha, o bem se cerra,
as ruas, antes fartas, estão desertas;
aqui, todas as horas são incertas,
no mal que leva a paz e traz a guerra.
O Silêncio está cantando.
Autor: Ederson Silva
O silêncio está sussurrando em meu ouvido,
ele busca contemplação, busca silêncio.
Em meio ao silêncio minha imagem refletida mostra a essência desviada,
os sonhos esquecidos e a criança que cresceu.
Silêncio emite sons que desconheço,
a sua memória remete as andanças e descobertas que fiz pelo mundo.
O silêncio está cantando,
melodias que nunca parei para escutar, ele me levou ao silêncio.
Parei e escutei o silêncio de minha voz, pois é preciso em alguns momentos parar;
O silêncio está cantando,
memórias infantis de uma criança que precisou ser silenciada em seu medo.
O silêncio me mostrava o medo que sentia, mas que me dava razões para pensar e sentir meu respirar.
O silêncio está cantando,
ouço sua voz a me acalmar e me fazer sentir o coração;
Ele me faz companhia e me faz ir ao meu encontro;
Percebi que o silêncio está em mim, e assim nos tornamos grandes amigos.
Do ruído ao silêncio
O ruído dos motores dá lugar aos sons das pisadas firmes, de quem tem pressa de chegar. A chave que abre e fecha rapidamente o portão; as portas entreabertas, e a família se reúne novamente.
A pressa acabou, mas acabaram também os abraços e beijos de fim de tarde, no cessar da correria.
Conversas não te graça, melhor não ter tempo de tê-las; lágrimas, preocupações e excessos de cuidados, agora ocupam o tão precioso tempo.
Agora o tempo sobra, não tem como ocupá-lo. O vazio, o inesperado, o medo, angústia em tempos sombrios.
O olhar perdido, não encontra o que procurava até o amanhecer. O mesmo vento que leva as boas lembranças, traz as incertezas do amanhã.
A cidade está em silêncio, não se ouve mais o barulho feroz de uma população apressada. Parece que finalmente descobrimos o quanto somos pequenos.
Nos imaginamos por muito tempo como os seres mais inteligentes, mais fortes, imune a qualquer coisa que tente nos atingir, hoje percebemos que o invisível nos mata, que estamos aqui de passagem e muitas vezes passamos sem aproveitar.
Descobrimos que sentimos falta, que lágrimas caem ao nos distanciarmos por obrigação daquele que amamos, mas passamos uma vida inteira adiando nossa presença.
São tempos de reflexão, de percebermos o quão insignificantes somos e que o amor e a gratidão são mais valorosos que uma conta bancária gorda.
Hoje estamos presos, amedrontados por incertezas e rezando pelo mundo, nessa hora lembramos de Deus né? Nessa hora nosso dinheiro não tem tanta importância.
Hoje ficará guardado na memória como o dia em que realmente precisamos de empatia, de demonstrar que amamos, de sermos agradecidos, de dizer aquilo que tínhamos vergonha, de expressar o nosso muito obrigado e gritar saudades.
ISOLAMENTO
Longe de tudo
Silêncio sem fim
Barulho mudo
Proximidade de mim
Equalizando o balanço
Assim, sem ranço
Só cabe a mim
Despertar o tino
Apontar o destino
Dar passos ao fim.
Ao som do silêncio encontro paz interior.
Em tempos de turbulência, todo silêncio é um refúgio para a alma.
O som do silêncio soa como música agradável aos ouvidos.
É onde encontro o meu alento...
O silêncio inspira e renova.
Recolha-se na tempestade, reflita e busque inspiração.
Absorva o máximo que puder.
Esvazie-se de si mesmo.
(C.F.)
Não consigo encontrar as palavras nas palavras. Só encontro minha voz, no que penso. Mas o que eu penso, ninguém ouve. O que eu penso é silêncio. Então eu me calo. O silêncio é minha voz.
O silêncio é a voz que eu calo.
O silêncio é a voz que eu guardo.
O silêncio, é lá onde eu moro.
O silêncio sou eu.
SONETO INDOMÁVEL
Ó pranto! À dor, quando, entranho
Fico sem rumo certo pelo cerrado
O anoitecer, quando, chega calado
Tudo é solidão, e em nada é ganho
Tristura, fria, que pesa no passado
O vento é poeira de ardor estranho
E a hora lenta e tão sem tamanho
Que o olhar vazio, alheia, fissurado
No meu alvo silêncio, rude insônia
Clamo por todo o arrimo, em vão
Nada escuta, indigente cerimonia
Invento um verso, tento, e tento
E rasgo-o, continuas sem demão
Tudo é indomável no sentimento
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
04 de março de 2020 – Cerrado goiano
"Meu foco faz certos ecos serem inaudíveis
E serem um tanto faz...
É que pra Eu,
Certos silêncios barulham muito mais."
#Winner73
Eu te fiz música e poesia
Pensei minuciosamente em cada acorde
Combinei teu som e teu silêncio nas estrofes
Caroline Sória
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