Poemas Góticos
Voam os corvos ao teu redor
sentem o aroma da dor,
da morte, da escuridão
voam os corvos perdidos no tempo
intriguistas, mesquinhos,
senhores do mundo
ladrões de sonhos, de ilusões,
esquecidas sentidas
na serra tão longe
de quem quer achar
que os feitiços
são reais,
não passam de tristes momentos
de solidão e mágoa
voam os corvos, pelos montes
e serras do nosso querido Portugal.
Talvez a morte seja a unica certeza na vida,
ele não é cruel, apenas vem e te leva de todo sofrimento gerado.
Porque a unica coisa que sabemos da vida é sofrer....
Talvez a morte seja tão doce quanto a vida .
A escuridão me consome
toda a minha esperança some
eles não querem que eu viva
a morte é tão convidativa
por tras do meu sorriso vazio
não existe motivação
sou apenas uma alma deseperada
presa em um corpo em estado de putrefação
as lágrimas nao adiantam mais
quem sabe o sangue pode funcionar
tenho medo de fazer isso
mas não vou saber se não tentar
eu não quero fazer isso,
mas penso muito em fazer
se um dia eu tirar minha vida
saiba que sempre vou amar você
Por milhões de anos, os primeiros homens acreditaram que a morte era o único fim do indivíduo e que a dor, a tristeza e a melancolia eram inevitáveis e incuráveis. Estavam de tal maneira habituados a ver constantemente a morte e a dor (inclusive a morte de filhos e irmãos jovens), que as consideravam um fato corriqueiro e irremediável. E, assim, abandonavam os corpos e não os sepultavam, da mesma forma como fazem os animais ainda hoje.
Depois, em um certo momento, os seres humanos "descobrem (isto é, inventam) o outro mundo: podemos inclusive datar essa descoberta, porque coincide com a construção da primeira sepultura. A mais antiga, de noventa mil anos atrás, foi encontrada em Belém, na Judéia, que é também o lugar de um famoso berço. Desde então, o homem é o único ser vivo que enterra seus mortos, talvez por medo do contágio, do mau cheiro e do nojo causados pela putrefação.
Mas isto não explica por que deixavam, ao lado dos corpos, também utensílios e objetos preciosos que deviam ajudar o defunto na outra vida. Fica evidente aqui a esperança de que o corpo ressuscite e de que exista uma vida ultraterrena num outro mundo que fica além deste.
Em resumo, há noventa mil anos criou-se esta primeira e grande consolação, que suaviza a idéia do fim definitivo.
A Morte dos Girassóis
A morte dos girassóis se dá efetivamente
quando eles se convencem de que o sol
nunca mais voltará para o seu girar.
Padecem de ignorância os girassóis,
porque o sol sempre volta.
A vida tem dois caminhos:
- Nascimento e Morte.
O que voce fizer no percurso é que vai destinar a tua sorte!
O que é o casamento?
se não uma prévia pena de morte
aceita legalmente pelas partes
com direito a comemoração.
Se a vida me der a sorte, faço dela minha aliada,
Se da vida só nos resta a morte, então vivo, como uma ave alada.
Se no posto que me foi dado, não servi como deveria,
Por minha ousadia, lhe peço desculpas e que me faça perdoado.
Pois nunca engoli seco minha saliva amargando, daquele pobre povo, tenho em minhas vêas seu sangue escoando, não vivo para morrer, vivo apenas para viver, e da vida me fazer vivo, pois é assim que tem de ser.
O amor é uma tolice
que o tolo quer ter por perto,
Viver sem amar é morte
Morrer e amar é certo,
Viver de amor... é sorte!
Há uma paz que acalma nossos medos
Há um amor mais forte que a morte
Há uma esperança que vai além da sepultura
Há um amigo que não deixará partir
Há um coração que bate por você
Há um nome pelo qual nós somos salvos
O contrário da morte é o desejo?
O contrário do espetáculo é o fim?
O contrário do alheio é o que há em mim?
O contrário do nada é o que não vejo?
O contrário da sede é saciar-me?
O contrário da margem é a margem?
O contrário da fé é quem a desarme?
O contrário: os que ficam ou os que partem?
O contrário do contrário é a frase.
O contrário da frase é o abismo.
O contrário do abismo é a valentia.
O contrário do valente é a sua base.
O contrário da base é o seu batismo.
O contrário de Deus? O Homem cria.
Quero aprender a viver com a morte
Porém tenho muito azar na sorte
Sou mais um jovem apaixonado
Com o coração não muito forte.
A Morte
Não sabemos o que vem depois,
Não sabemos por quê vivemos.
Mas temos certeza de nossas vidas,
Certeza que um dia partiremos.
Partir para algum misterioso lugar,
Em nossos conhecimentos: nos libertará.
Encontraremos a tão sonhada paz, talvez.
Mas eu sei que la no ceu um dia estaremos:
Se pode haver estrelas tão belas,
Um sol escaldante, e uma lua amante,
Por que não um anjo em vida outrora?
A morte é um misterio que tentamos planejar,
Tentamos desvendar. Mas sabemos que iremos encontrar,
Mas não sabemos onde, nem quando ela virá.
Resta viver e esperar o triste e alegre fim que é a morte.
Meu Deus, Vou Morrer...
Trabalho com a morte
Dia após dia, "sempre".
Todos os dias vejo uma
Vida deixar este mundo.
Apesar desta "vivência",
Talvez pela louca rotina,
Talvez pela luta pela vida,
Não percebo minha finitude.
Quero dizer, não percebo
Que também vou morrer...
Ou melhor, quase esqueço.
E quando então lembro que
"Meu Deus, vou morrer...",
Iluminado, sinto: "Sou vivo!"
Mas tal como é, gozemos o momento,
Solenes na alegria levemente,
E aguardando a morte
Como quem a conhece.
Pelo estreito corredor da morte
Hoje quando eu soube estar tudo acabado
vi que não são minhas suas palavras,
que não é mais meu o rosto beijado,
E aflita
Agora grita em minha alma brava!
Choro tarde, e para você notar, Hasteio
a bandeira da dor num grande mastro
E enquanto o coração lhe bate em cheio
e lhe afaga,
minha vida se apaga, como se apagam seus
rastros!
Choro, porque tateei o amor com descrença
o amanhã será ontem dentro do meu ser
e o ontem e o hoje não terão diferença
será sofrer,
Será viver pelo simples fato de viver!
Hoje eu não vejo, nem sinto a primavera
me perco sem ver o sul, oeste, leste ou norte
E meus sentidos em compasso de espera
paralizam
E deslizam pelo estreito corredor da morte!
Meu coração esta sangrando
Mergulho cada vez mais na escuridão
A morte esta chegando, meus olhos estão fechando
Minha respiração perde o ritmo
Minha alma esta sendo sugada
“Vejo minha vida passar diante dos meus olhos, os segundos estão se esgotando”
Tento respirar, mas já não tenho mais ar!
Os Abutres Estão Prontos
Carne, ossos e miolos, espalhados pelo chão
Fim da vida, chega a morte, logo a putrefação
Muito tempo se passou, e o cadáver lá deixado
Vermes, moscas e micróbios, corpo seco e retalhado
Os abutres estão prontos pra devorar a carcaça
Jaz um corpo na estrada, que sofreu uma desgraça.
Eu falo de amor à vida,
Você de medo da morte.
Eu falo da força do acaso
E você de azar ou sorte.
Eu ando num labirinto
E você numa estrada em linha reta.
Te chamo pra festa,
Mas você só quer atingir sua meta.
Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu olho pro infinito
E você de óculos escuros.
Eu digo: "Te amo!"
E você só acredita quando eu juro.
Eu lanço minha alma no espaço,
Você pisa os pés na terra.
Eu experimento o futuro
E você só lamenta não ser o que era.
E o que era?
Era a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Eu grito por liberdade,
Você deixa a porta se fechar.
Eu quero saber a verdade
E você se preocupa em não se machucar.
Eu corro todos os riscos,
Você diz que não tem mais vontade.
Eu me ofereço inteiro
E você se satisfaz com metade.
É a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa não te espera!
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Sempre a meta de uma seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
Então me diz qual é a graça
De já saber o fim da estrada,
Quando se parte rumo ao nada?
Até que a morte os separe
Quando o amor morreu para você,
Você morreu para mim.
Mas quando o amor morreu para mim,
Eu morri para mim mesma.
[Com uma diferença: Sem poder descansar em paz.]