Poemas Góticos
Imagine que cada coisa boa, acerto, e desafios vencidos na vida, sejam representados por uma joia. Sim, joias valiosas, lindas e raras para cada acerto... Nós andamos pelo caminho da vida e com o tempo, nessa jornada as pequenas joias se tornam parte de você. Invisíveis para os outros, pequenas, imperceptíveis. Ao nos olharem não as enxergam. Isso porque já se acostumaram a vê-las e não se importam mais. Tonaram-se banais.
Agora imagine cada erro, tombo, vacilo e desanimo de prosseguir adiante, representados por uma enorme e pesada cruz, esfera, esfera esta com espinhos, afiados, pontiagudos e enferrujados que fere cada vez mais sua pele, coração e alma. Esfera esta, que você carrega nas costas. Mas não por que quer carregar, e sim porque os mesmo que não conseguem mais aquelas joias, aquelas de quando você acerta, estes colocam essa esfera enorme em suas costas. E essa esfera nunca vai ser um dia como as joias, para os outros, pequena, imperceptível. Eles sim, vão sempre enxergá-la, mesmo que eles também carreguem joias e esfera como a sua. Eles sempre vão esquecer suas joias e lembrar-se da sua esfera espinhenta e que te machuca mais que qualquer um possa imaginar.
É assim que funciona a vida. Nada de bom que você faça vai superar aquele microscópio erro, mesmo que ele tenha sido reparado. Eles vão sempre te julgar. Mas aí você olha em volta e vê que todos nós temos esferas como estas. Todos nós estamos sofrendo do mesmo mal. E para você não carregar mais esta esfera, cabe a você não aceita-la mais. Olhe para frente no seu caminho e esqueça todos que não te joias e sim esferas. Desta forma com o tempo a esfera deixa de ser sua e as joias voltam a brilhar.
Somos responsáveis pelos vínculos que criamos ao longo da vida. Cativar... Criar laços! Infelizmente, algumas vezes abandonamos o nosso amigo, companheiro ou quem quer que tenhamos conquistado e simplesmente o esquecemos... Como se em nenhum momento houvéssemos cativado. Triste realidade...
E deixamos de perceber o quanto é maravilhoso sentir-se querido, necessário... É fantástico ouvir um: Eu preciso de você! Quanta coragem...
Seria reconfortante poder ver as pessoas expressando seus sentimentos sem medos ou travas. Sem a tal vergonha de falar o que sente por aquela pessoa que conquistou seu afeto e respeito. Sim, seria tão mais simples se a gente falasse o quanto amamos...
A razão de tal frieza é que não chegamos a compreender o essencial que é invisível aos olhos... Não entendemos o quão fundamental é ter perto de nós alguém que diga que estará conosco aconteça o que acontecer... Mesmo se errarmos, mesmo se falharmos... Não abrirá mão da gente.
Tenho certeza que se pudéssemos ter esse compromisso com quem cativamos pela vida, certamente todos seríamos um pouco mais saudáveis emocionalmente.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas...”
Lembre-se de que assim
Como você não consegue
Falar o que sente pra ela
Pode ser que ela também
Esteja na mesma situação
Que você. Então lembre que
Você pode estar desistindo
Da pessoa que talvez não
Queria desistir de você.
Tirei a carteira de motorista semana passada
Como sempre falávamos
Porque você estava tão empolgado por mim
Para enfim dirigir até a sua casa
Mas hoje eu dirigi pelos subúrbios
Chorando, porque você não estava por perto
Póstumas ruínas de mim mesmo
Outrora senti-me bem,
agora não há conforto,
Emerge uma Ágora dentro de mim,
Uma reunião conflitante,
Caótica
Confusa e anárquica,
Onde o único lesado sou eu.
Ao olhar para trás,
Sinto-me amordaçado,
Sensação de impotência,
Uma corda em meu pescoço?
Ah, não, é apenas a angústia corroendo-me lenta e sadicamente
Enquanto submerjo em prantos falhos que de nada valherá,
Cada segundo me vejo mais distante de mim ou de quem já fui,
perdoe-me pela lamúria
Eu precisava disso
Então choveu abundantemente, choveu como nunca antes. E submerso afundei lentamente, até não restar mais ar em meus pulmões...
Sem nem ao menos me debater, ou tentar de alguma forma lutar contra a correnteza, me deixei levar pela maré e absorvi todo aquele caos.
Era o azul das águas, era o profundo do mar, era o abismo, era a escuridão...
Ontem, por muito querer, reli nossas conversas...
Hoje, várias vezes, me lembrei de te esquecer.
Amanhã certamente não terei mais tanta pressa...
Em outra vida (quem sabe?) talvez cê consiga me entender.
O rio corria incessantemente, mas parecia secar vagarosamente. Gota por gota, pude sentir se esvaindo de mim. Não somente indo para longe, mas sugando tudo de mim e me deixando com sede e totalmente vazio. Já não tinha mais forças para correr em busca de suas águas e já não podia mais sentir a brisa no meu rosto. O Sol castigava dia após dia e a estiagem se prolongou até hoje e quem sabe até amanhã ou depois.
Meu universo que havia se tornando um pouco azul, voltou a ser acinzentado, agora com traços negros de solidão, algumas texturas vermelhas de traumas, e vários tons de ingratidão.
Meu corpo inerte e sem forças jogado pela imensidão do universo, como um astro desgovernado, perdido no vazio, vagando sem rumo
A melancolia compõe-se de oscilações morais, das quais a primeira atinge a desesperação e a última o prazer; na mocidade é o crepúsculo matutino, na velhice o da tarde.
Solidão gótica...
Na minha dor a morte... Doce opinião.
Relato desatino minha vida... Bela aparição.
Selado nos últimos anos... Sempre despedida.
Valores que deixei no frio... Coração vadio.
Por causa da tristeza atroz... Vida morta.
Andar nos caminhos escuros... Angustia solitária.
Fundo de poço sem fundo... Mundo em mágoas.
Acordar ou dormir sem vontade... Valor vazio.
Sensações atroz sobretudo o auge... Abismos.
Chorar minhas lágrimas secas... Desespero.
Mais uma tarde ou outro dia... Angustiante.
Terror profundo pura solidão... Amargo coração.
Quem planta flores, planta beleza e perfumes para alguns dias. Quem planta árvores, planta sombra e frutos por anos, talvez séculos. Quem planta ideias verdadeiras, planta para a eternidade.
Nota: Adaptação de um provérbio oriental.
Feliz é aquele que vê a felicidade dos outros sem ter inveja. O sol é para todos e a sombra pra quem merece.
A beleza não está nem na luz da manhã nem na sombra da noite, está no crepúsculo, nesse meio tom, nessa incerteza.
"E quando as coisas vão mal, você procura alguém para culpar, como se fosse uma sombra. O mundo não é um arco-íris e um amanhecer, na verdade é um lugar ruim e asqueroso. E não importa o tão durão você seja, apanhará e ficará de joelhos, se assim permitir. Nem você, nem ninguém baterá tão forte quanto a vida. Não importa o quão forte você golpeia, mas sim, quantos golpes você agüenta levar e continuar em frente, o muito que você possa aceitar e seguir adiante. Assim é a vida!."
A totalidade não é a perfeição, mas sim o ser completo. Pela assimilação da sombra, o homem como que assume seu corpo, o que traz para o foco da consciência toda a sua esfera animal dos instintos, bem como a psique primitiva ou arcaica, que assim não se deixam mais reprimir por meio de ficções e ilusões. E é justamente isso que faz do homem o problema difícil que ele é.
Se você ama alguém, tem de entender que essa pessoa não é a sua sombra, não é o seu reflexo no espelho, ela tem uma individualidade
Mas qual luz abre a sombra deste balcão? Eis o oriente é Julieta, e o sol! Oh, e a minha mulher e o meu amor!
(Ma quale luce apre l'ombra da quel balcone? ecco l'oriente. E Jiulietta, é il sole, oh, é la mia donna, é il mio amore! Atto II, Scena II