Poemas Góticos

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O QUE

O que fiz ao silêncio para silenciar assim
me deixar silenciado no vácuo da solidão
tocar sem que eu possa ouvir o teu clarim
ruidar, abafando a presença no coração...

O que fiz eu a solidão pra tê-la no silêncio
quando lá fora até o vento se calou, enfim,
onde está a vida, que aqui respira pênsil
e emudece o cerrado num tom carmim...

O que é este silêncio, que se cala tênsil?
É "o que", em uma indagação sem fim...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, julho
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

VOZ DO SILÊNCIO

O silêncio brada vazios inconfessos
Num linguajar da emoção em espera
Desatados da tribulação tão megera
Tecendo sensos selvosos e travessos

No silêncio escoa solidão em esfera
Soprando suspiros turvos e espessos
Dos enganos emudecidos e avessos
Do tormento, ásperos, tal uma tapera

É no silêncio que se traga a memória
Desfolhados das sílabas da estória
Do tempo, despertando os momentos

Tal o vento, o silêncio é uma oratória
Que verborreia o pensar em trajetória
Nos lábios lânguidos, frios e sedentos

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Setembro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SILÊNCIO DO CERRADO

Difícil empalhar o silêncio do cerrado
Desafinado, singular num trans feitio
Ruidoso e calmo, tácito entrelaçado
Arranhando o árido com fino assobio
Chorando no torto galho ressequido
Da inação do sertão de hábito gentio

E nesta tão apatia, rebusna o perfume
No olhar: calado, rumoroso, cheiroso
Que no mormaço é em alto volume
Na imaginação um tempo moroso
No horizonte um suntuoso cerume
E na surpresa, mesclado e glorioso...

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Dezembro de 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

ROTEIRO DO SILÊNCIO

Não há silêncio assaz
Para o meu sossego
O cerrado uiva ineficaz
Não há nenhum apego
No horizonte fulgaz
E tão pouco, aconchego
No canibalizar a paz...
Perdido os cães ganem
O sino da igreja tão capaz
Tange mais, que amém
E não é bastante voraz
Pros silêncios tais, porém,
Me leva a todo silêncio audaz
Qual a solidão devaneia também.
O meu silêncio é maior
Que toda solidão, vai além.

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2018, janeiro
Brasília, DF
Paráfrase Hilda Hilst

Inserida por LucianoSpagnol



Eu, que o destino pândego impeliu à vida
Moldando- me com forjas de imprecação
Este que de má sorte na criação, nascida
Apenas para ao peito dar dor ao coração...

De flagelo em flagelo tem a poesia ferida
Sem fidelidade no caminho, outra direção
Sangra, rasga, na tranquilidade retorcida
Dos acasos servidos, os sons da solidão

Silêncio nas madrugadas, noites de luto!
Dias embatucados, me vejo em desalinho
Alma acabrunhada, de triste e vago olhar;

E, no horizonte do cerrado árido e bruto
E, talvez há de estar, no sempre: sozinho!
Sem o amor, sem tu, a chorar, a suspirar...

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
09/04/2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando

Inserida por LucianoSpagnol

ALMA DESERTA (soneto)

A minha alma está deserta
Oca de silêncio, de barulho
Deserta de presença, oferta
O sonho tornou um engulho

Desabou em andarilha, referta
Esquecida em um embrulho
Num deserto e ali descoberta
O teu mapa virou um entulho

Minha alma tornou-se deserta
Lembranças vazias, um arrulho
Sem sombra e sem um alerta

Minh'alma está um pedregulho
De mim mesmo está deserta
Eu sem ela, estou um bagulho

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
01 de maio, 2017
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

mansidão

as paredes estão caladas
as janelas numa mansidão

as portas foram silenciadas
para não inquietar a solidão

eita casa vazia!
prostração
tagarela só a poesia

© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2019, meados de outubro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O silêncio é o exato momento do nada no lamento.

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05/12/2015, 09’20” – Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

“Não existe escuridão, se quer enxergar, tire a venda dos olhos.”
Nunca brincou de cabra-cega?
Todos estão lhe vendo em silêncio. Continue tateando.

Inserida por DAmico

⁠O cidadão que prioriza o silêncio, não abdica absolutamente de nada. E sim condiciona a si próprio o direito de estar envolvido consigo mesmo!!!

040422

Inserida por J6NEMG

⁠O SILÊNCIO É A MELHOR RESPOSTA?

Aqueles que permeiam o caminho do senso comum, afirmam que o silêncio é a melhor resposta. Eles não estão totalmente equivocados. No entanto, a melhor resposta, é a verdade municiada de argumentos que respondem o que se pede, e justifica determinada opinião, ou contrapõe uma acusação!!!

220623

Inserida por J6NEMG

Às vezes o silenciar é cura
Com o silêncio contido na alma
É possível ouvir melhor o coração
Em outras vezes, é o contrário
Sentir o silêncio no coração
Deixa claro o clamor da alma

Inserida por barbaramelosiqueira

⁠Um minuto de silêncio pela vida
Para o mundo em metamorfose
Um minuto para o amor ser forte
Para vencer as contidas dores.

Um minuto de silêncio
pelas diversas vidas
que se foram.

Inserida por barbaramelosiqueira

Tenho aprendido a ler os silêncios e entrelinhas.São tantas as descobertas, que prefiro o stand by dos momentos. Nos quais o modo avião é fluxo do feedback entre o eu, o estou e o nós."

BMelo✍️

Inserida por barbaramelosiqueira

Aqui, neste silêncio, aonde grita
o mal sobre a matéria, o mundo gera;
Aqui, não há sinais da primavera,
há Deus e a liberdade circunscrita.

Aqui, o mal se espalha, o bem se cerra,
as ruas, antes fartas, estão desertas;
aqui, todas as horas são incertas,
no mal que leva a paz e traz a guerra.

Inserida por AntonioPrates

desilusão,
terror no silencio do mar e terra,
o nunca se transformou,
numa transmutação unica derradeira...
como chuva em pequenas lagrimas
inunda uma cidade,
palavras se perdem na devastação.

meu sangue cobre suas marcas,
nas janelas do céus,
palavras desdenha o terror em silencio
gritos fazem pensar que vida acabou...
entre as visões da loucura te amo...
nada tem um sentido para que sentir?

Vor Dem Sechs

Em meio ao campo santo
Onde os poetas dormem em silêncio imersos em seus sonhos de morte
Vi meu rosto em meio aos crisântemos
Como se tomasse veneno
A angústia me mata por dentro.
Em meio às brumas das horas mortas
Ao Romper de mais um dia agonizante
Quando a luz ainda se esconde
Meu peito se rasga em terror.
Nos intervalos destas horas escuras,
Antes das seis;
Não desperto, desespero.
E os anjos que me guardam apenas contemplam em silêncio
Minha dor
Enquanto ando pelas ruas cobertas de ódio e cimento
Vejo as gárgulas no topo das catedrais
Que me espreitam a cada passo
Com seus olhares de pedra.

Inserida por p_h_wolff

solidão esperanças mortas,
por ocasião simplesmente o silencio,
trevor no máximo ador do coração.

Inserida por celsonadilo

Tudo soa tão ausente...
Que silêncio reconforta a alma...
O brilho doentio da a melodia um dia perfeito.
Para que pensar se podemos sonhar.

Inserida por celsonadilo