Poemas Góticos
ESTOU FICANDO VELHO
Não gosto mais de filmes de terror.
A morte não tem graça
O sangue me aflige
Estou ficando velho.
Não gosto mais de acelerar a moto.
A vida já é rápida demais.
Prefiro caminhar
Estou ficando velho.
Não gosto mais de bebida destilada
A ressaca é muito braba.
A tontura não me anima
Estou ficando velho.
Não gosto mais de bares barulhentos
As pessoas me irritam
Me sinto bem na praça
Estou ficando velho.
Não gosto mais de jogos de azar .
Estar vivo já é sorte
Faço palavras cruzadas
Estou ficando velho.
Não gosto mais de shoppings tão lotados
Controlo o meu dinheiro
Economizo pra feira
Estou ficando velho.
Não gosto de política e igrejas
Ajudo os asilos e os pobres
Me aproximo de Deus
Estou ficando velho.
- E existe algo do qual você não tenha medo? Ele zomba.
- Da morte. Respondeu a garota, ainda reflexiva.
- Não tem medo de morrer?
- Quando você manda uma mensagem e nunca obtém resposta ou quando uma pessoa que você ama se muda e vocês perdem o contato completamente, não é como se ela estivesse morta?
Você se lembra da pessoa toda o dia, mas não pode vê-la, toca-la nem ouvi-la.
Mas com o tempo você vai aceitando, vai esquecendo.
Acredito que a muitos mortos que ainda respiram por aí.
- Então eu estava morto para você? Ele pergunta.
- E eu para você suponho.
Ainda bem que estamos vivos agora. Respondeu com um sorriso em meio aos lábios.
Um dia talvez queiram escrever sobre minha biografia, sou grato pela vida e pela morte que me foi concedida; agora pois, vivo estou nas obras registrado que por aqui passei e nada foi em vão senão minha partida.
FILÓSOFO NILO DEYSON MONTEIRO
Na morte há um pouco mais de acerbidade
Dentre tanta coisa que vi, direi a verdade
Contar não posso como tinha entrado
Me sentia abandonado
Tanto sono que havia os sentidos levado
Seria milagre congelado se eu tivesse encontrado
O único caminho bom eu havia deixado
Para Dante, direto do inferno.
MORTE
Morte! A porta certa e a mais bela
Entre a vida e a escuridão...
Luxúria maldita e luz que vela...
Que aos mortais, clareia em vão!
Sombria, e gentil, e rastejante...
Que me acerca... que por graça,
Inflama minh’alma e passa
A flamejar um amor prestante...
Um vestígio certo do que sou
Petrificado ao teu segredo
Nas noites frias sem luar e sem cor...
Que por te encontrar, sem nada
Seguindo tua luz, sem medo,
Eis em mim a tua dolente morada..
Eu vi.
Vi a morte, o fim.
Ela se parecia com algo que não se pode tocar.
Com algo que não se pode amar, mais.
Com alguém que não pode mais estar.
Eu procurei e achei a morte na dor e no sofrimento.
e na morte, encontrei... paz.
em um trago pra morte vejo no espelho um sorriso obscuro.
Com lagrimas nos olhos, pensando nos segundos
segundos para finalmente dormir, não quero morrer...
apenas dormir. Fechar os olhos e ter a falsa sensação de sorrir em um sonho completamente fictício.
Um pouco de poesia e vida 23
Quem importa com a chegada da morte.
Se o percurso existe luta.
Ainda que em prantos e sangramentos, sem a sorte.
O procedimento de uma labuta.
Enquanto a sociedade contempla status.
A identidade do povo embriagada na luxúria.
Muitas escolas e lares.
Desenhando pomares.
Mas a real, amarguras.
Inveja, ódio, tempos, vingança.
A promessa, a terra, usura.
A conquista, o feito.
Se acontece, de qualquer jeito.
Na força, na ciência, na pressão.
Opressão, a mente sofre, a dor no peito.
Jogo de paciência e calma.
Famílias indiferentes a famílias.
Massacra o corpo, risadas tuas aos meus prantos.
Mas juro como canto, inocente na fauna.
Roubastes as profundezas do bolso e do riso.
Mas não entrego a dignidade de minha alma.
Giovane Silva Santos
A VIDA
Ela passa igual um avião
Decola, igual o nascimento
Pousa, igual a morte
Passa por turbulências
De subir e descer
Desânimos e felicidade
Tem horas que conseguimos dormir
Horas que não temos sonos
Igual o piloto
Duas pessoas controla sua vida
Piloto, você
Comodante, pessoa que você ama
A bíblia fala de Jonas...fugiu do propósito, falou não ao Senhor, não quis, escolheu a morte. Porque morrer, fugir, abandonar, virar as costas, dizer que não aceita isso ou aquilo, é muito mais fácil do que lutar.
Algumas pessoas despertam no ventre de grandes peixes, prisões fétidas, tudo em decomposição...fundos de poços, fossos, covas.
Algumas pessoas despertam... E lutam pela vida, brigam com suas doenças, brigam por seus amores, brigam por vidas...
Algumas pessoas convertem de seus maus caminhos....
Algumas pessoas brilham, escapam de seus cativeiros, e reencontram a vida.
G.M.
ENTRE O AMOR E A MORTE
Vestida em pérolas cheguei à ti
Cheia de charme, de frenesi
Mostrei-te do que sou capaz
Do que uma mulher sedenta de amor
Por seu homem faz
Entreguei-te meus chamegos
Meus agrados, meus carinhos
Você, por um tolo medo
Quis correr, fugir do nosso ninho
Mas quando um homem
Realmente ama
Não consegue se conter
Só quer fazer feliz à sua dama
Nos entregamos, nos amamos
Foi assim, um momento mágico
Mas como poderíamos prever
Que antes do amanhecer
Tudo acabaria num fim tão trágico
Em meio à tanto amor
Veio a morte
Tudo se acabou num instante
Pois teu coração não aguentou
Um infarto fulminante
Meu sonho ali se acabou
Pois você para sempre partiu
Assim, minha vida se acabou
Minha felicidade sucumbiu
Me espere, vida minha
Que muito em breve
Nos reencontraremos
E nosso amor recomeçaremos
Além da eternidade
Pois sempre nos amamos de verdade...
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Por: ELIANE SOUTO 📖✏
Em: 25 Janeiro 2017
Direitos Autorais Reservados@
Ode pela morte de uma gata querida.
Pessoas, flores, gatos.
Planos e danos!
São como aqueles fios delicados no tecido emaranhado das nossas vidas que “miam”;
Esperanças, vontades, ódio, amor; fogo que desvanece!
Entre outonos que se desprendem, rosas de outubro que sopram…
Os “miados” do meu jardim, que cá na alma padece.
O que sabemos sobre o real, o profundo, o duro da vida.
Do cru sentimento vazio, de corações calorosos e outros tão desumanos.
Engatinha ainda pelo chão frio, como se (rocha) entorpecida.
Entre praças, ruas e avenidas, pelo rugido faminto de um leão soberano.
Ó!? Pessoas, que nenhuma injustiça nos sobrevenha!
Não interpretem mal as cordas mais (sutis) das nossas felinas vidas.
Nem nos abandonem ou nos culpem pela covardia dos atos mundanos.
Lucy, ó amargura!
Minha pequena querida.
Com o seu bigode de neve e a sua calda lunar abanando.
Toque-me com a sua pata de veludo - flor
Amor! Amor!
Ouço os sinos que vem das ruas como um sinal de choro, miando.
Eles ainda estão a nos machucar…
Eles ainda nos estão machucando…
Assim, lamentamos também “miar” nossas dores, frustrações e sonhos em silêncio.
Como se pesadas pérolas pelas marés afundando;
Eletrônicos quebrados, conflitos, cálculos, preocupações, ressentimentos, grama malcuidada, mobília empoeirada, expectativas desmoronando…
O que isso importa?
Lucy, já lá no céu;
Com o seu bigode de neve e a
sua calda lunar acenando.
Até breve!
embora nós estejamos informados
Que a sentença da vida é a morte
Ninguém nunca está preparado
Para perdem quem ama.
Querida morte, como vai?
A maioria das pessoas aqui te odeiam, mas não eu.
Não entendo todos os desígnios do universo ou de Deus, a força criadora e mantenedora da vida, tão pouco os mistérios velados da morte, mas, de uma coisa eu sei; você é boa e não má como afirmam.
A dor que você deixa é um legado da consciência daquele que eu seu colo repousou.
Tenho pensado muito em você ultimamente, viver uma vida morna é bem pior que descansar em seu colo.
Quando vier me visitar me conte uma historinha de ninar, a canção nunca ouvida.
O evangelho de Cristo é a única vacina que protege da morte, não a morte física, mas a eterna.
Temei antes, aquele que pode destruir no inferno tanto a alma como o corpo. Mateus 10:28
Quando a morte chega
O café esfria e ninguém o toma
O tempo se torna o total inimigo
Pois segundos fazem diferença
O tempo fica lento
As cenas param
As pessoas ficam
E você vai
E nessa hora tudo faz sentido e ao mesmo tempo todo sentido se perde
Você entende tudo e
Não entende nada
Lágrimas escorrem
Livres
Mas escorrem
E assim como secam
Morrem com um último suspiro
E nesse último segundo
Toda a vida passou na frente dos seus olhos
E você agradeceu por tudo
Por todos
Por tudo de bom que passou
Por tudo de ruim que passou
E você acreditou
Mas não é mais
Você se foi
O tempo acabou.