Poemas Góticos
Culpa
Cheguei cansada.
Colhi as flores
Murchas, coitadas,
Descoloridas, empoeiradas,
Pareciam mortas...
Reguei as flores,
Como sangue em carne viva,
Dilaceradas, de pétalas escorridas
No ralo da pia.
Não ressuscitaram.
Agora vão me culpar por todas as queimadas da vida.
O nosso mundo sempre
Acaba
Em
Guerra.
Nós viemos ao mundo
Com propósito
De algo
Mas na verdade
Sem propósito
Algum.
Nascemos preparados pra
Morte
A qualquer instante.
O que é morrer?
Nunca saberemos
Se não vivermos isso.
E todos os dias vivemos
Mortes
Mortes
Mortes
Mas não são as nossas.
Então como é
Morrer
Tudo acaba
Todos falam
Mas não tem como saber.
Apenas tomando uma dose
Disso pra saber.
Nosso mundo e um caos
Todos querem viver a todo custo.
Mas
No fim.
Sempre acabam mortos.
Então qual o sentido
De uma criança
Nascer.
E morrer.
Ela não tinha propósito
Nem uma misão
Como todos dizem.
Então.
Nascemos pra morte
É
Vivemos pra ela.
Antes do verbo vêm o silêncio,
antes do silêncio não há nada pra falar,
um minuto de fala cortada,
ouvindo o som da Terra de Ninguém...
Você e engraçada!
-obrigado gosto de ter meu ponto de vista!
de nada,você e profunda também?
-não só gosto de esta correta!
então você e do tipinho que banca a quentinha!
-não só gosto de bancar a silenciosa!
então você e forte?
-não,sou a do tipo engraçada, gosto de ter bom humor em ponto de vista, não sou profunda gosto de esta correta,não sou do tipo fechada só gosto do silencio,não sou forte apenas aguento calada!
Se a morte deve levar-me, então que seja com toda força, numa curva, porque vejo me mal acabar a minha vida numa cadeira de rodas.
O homem, carnívoro, também é coveiro. A nossa existência é feita de morte. Tal é a lei terrífica. Somos sepulcro.
Peste, fome e guerra, morte e amor, a vida de Tereza Batista é uma história de cordel.
O que chamo de morte me atrai tanto que só posso chamar de valoroso o modo como, por solidariedade com os outros, eu ainda me agarro ao que chamo de vida. Seria profundamente amoral não esperar, como os outros esperam, pela hora, seria esperteza demais a minha de avançar no tempo, e imperdoável ser mais sabida do que os outros. Por isso, apesar da intensa curiosidade, espero.
Prefiro um amor lento no início para ensaiar a velhice do que um amor rápido para treinar sua morte.
Os homens receiam a morte pela mesma razão por que as crianças têm medo das trevas: porque não sabem do que se trata.
"- A morte é cruel. Digladia com intelectuais e os torna meninos. Debate com ateus e os transforma em tímidas crianças. Guerreia contra generais e os torna frágeis combatentes. Batalha com milionários e os sepulta na lama da miserabilidade. Duela contra celebridades e as faz beijar a lona da insignificância. A vida sempre nos dá outras oportunidades, a morte nunca."
Não precisamos temer os deuses. não precisamos nos preocupar com a morte. É fácil alcançar o bem. É fácil suportar o que nos amedronta.
Mesmo para os descrentes há a pergunta duvidosa: e depois da morte? Mesmo para os descrentes há o instante de desespero: que Deus me ajude. Neste mesmo instante estou pedindo que Deus me ajude. Estou precisando. Precisando mais do que a força humana. E estou precisando de minha própria força. Sou forte mas também destrutiva. Autodestrutiva. E quem é autodestrutivo também destrói os outros. Estou ferindo muita gente. E Deus tem que vir a mim, já que eu não tenho ido a Ele. Venha, Deus, venha. Mesmo que eu não mereça, venha. Ou talvez os que menos merecem precisem mais. Só uma coisa a favor de mim eu posso dizer: nunca feri de propósito. E também me dói quando percebo que feri. Mas tantos defeitos tenho. Sou inquieta, ciumenta, áspera, desesperançosa. Embora amor dentro de mim eu tenha. Só que não sei usar amor: às vezes parecem farpas. Se tanto amor dentro de mim recebi e continuo inquieta e infeliz, é porque preciso que Deus venha. Venha antes que seja tarde demais.
Tu não tens poder sobre o tempo que vive, nem sobre a hora de tua morte. Tu só tens poder sobre o que tu podes viver exatamente agora.
Traz sempre diante dos olhos a morte, desterros e tudo que se tem por trabalho, e mais que tudo a morte. E com isto nem terás nenhum pensamento baixo, nem desejarás nada com muita força.
Vivamos, seja.
Mas façamos com que a morte nos seja progresso. Aspiremos aos mundos menos tenebrosos. Sigamos a consciência que nos leva para lá.
A crueza do mundo era tranquila. O assassinato era profundo. E a morte não era o que pensávamos.
"Ah! querida esposa, por que ainda és tão formosa? Pensar devo que a morte insubstancial se apaixonasse de ti e que esse monstro magro e horrível para amante nas trevas te conserve? Com medo disso, ficarei contigo, sem nunca mais deixar os aposentos da tenebrosa noite; aqui desejo permanecer, com os vermes, teus serventes. Aqui, sim, aqui mesmo fixar quero meu eterno repouso, e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno com a morte exorbitante. Vem, condutor amargo! Vem, meu guia de gosto repugnante! Ó tu, piloto desesperado! lança de um só golpe contra a rocha escarpada teu barquinho tão cansado da viagem trabalhosa. Eis para meu amor. Ó boticário veraz e honesto! tua droga é rápida. Deste modo, com um beijo, deixo a vida.”