Poemas Góticos

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" um silêncio cheio de gritos que eu não tinha aprendido ainda a apaziguar com palavras. "

"Feliz dia para quem é o igual do dia".
"Saúdo-vos e desejo-lhes sol, e chuva, quando chuva é precisa".
"E olho para as flores e sorrio...".
"Que pensará o meu muro da minha sombra?".
"Que triste não saber florir!".
"Amar é a eterna inocência".
"Sejamos simples e calmo, como os regatos e as árvores".
"A minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer".
"Eu sou do tamanho do que vejo".
"Dá-me uma mão a mim e a outra a tudo que existe, vamos os três pelo caminho que houver".
"Pega-me tu ao colo e leva-me para dentro da tua casa".
"Sou um guardador de rebanhos. O rebanho é os meus pensamentos".
(Citações de poemas de Fernando Pessoa extraídos de "Fernando Pessoa - Obra poética II" - Organizado por L&PM - Porto Alegre, RS - 2010)

Sou o sol

Sou o sol
Que fica a brilhar
Iluminando teus caminhos.
Sou a brisa
Que te refresca quando
O calor é intenso.
Sou a sombra
Onde descansas
E repousas teus sentimentos
Sou a chuva
Que lava teu coração
Através das lágrimas
Ao apertar a saudade.

Você

Você passa como uma saudade,
de repente e nostálgico,
em meu coração surge uma dor,
uma dor ruim, uma dor de amor...

Minha dor é forte,
Parece a minha morte.
Mas por que sinto isso?
É um castigo?

Eu sei que é ilusão,
mas essa dor é de rejeição,
sua rejeição que me causou
uma depressão de terror.

Quando falou que não me queria,
uma tristeza se alojou em mim,
e a frustração que senti,
foi horrível, sei que sim...

O meu delírio por ti acabou,
O valor que eu sentia também,
Sua sedução foi embora,
Com a sua sombra que me acompanhava há horas...

Minhas janelas agora são fechadas,
Para que a ventania não bagunce meu coração,
e que o sentimento que eu tinha por você,
volte com mais paixão...

Você não existe mais,
existe, mas não do modo que pensei,
eu sei que é loucura,
mas eu te amo e te odeio, meu bem...

⁠Letra nós tem de sobra
Mãos ao alto não, mãos a obra
Eu não corri tanto pra ficar com a sobra
Cê só vê minha sombra enquanto o cachê dobra

Alma Mórbida

Olhos sepulcrais espreitam e cantam uma melodia sonâmbula, que tão melancólica encanta, como o olhar medonho de uma gárgula. Paro-me então diante deste labirinto de devassas, enquanto a chuva me orvalha, e o verme vil escarneia sob a cova, e na sua ânsia voraz, espera... Essa casca provida de uma alma mórbida e perversa, que nas sombras góticas se esvanece
que no lirismo padece.

Hoje a tristeza bateu a minha porta cedo. Confesso que já a esperava. Perante tantos “baixos e baixos” em minha vida, se torna previsível que, ora ou outra, ela apareça.
Pra falar a verdade, eu estou cansada. Cansada desse vazio em mim que, as vezes some, mas logo volta. Também estou cansada de fingir. Fingir que estou bem, quando meu único desejo é chorar até que não haja mais lágrimas. E bom, as pessoas a minha volta costumavam fingir que se importavam quando notavam minha tristeza, mas não é o caso de agora. Não estão mais fingindo, na verdade não estão nem ai. E de fato, eu sempre soube que elas não se importavam, mas agora tendo certeza disso, dói.
Sempre fui aquela que escuta a dor de todos. E sempre que alguém precisasse, eu estaria lá. Mas também sempre fui aquela, que quando desabava, seja de tristeza ou por outros motivos, ninguém se importava. Eu estou cansada.
Minha melhor amiga? A solidão. Sempre fui aquela “anti-social”, a estranha. Sendo sincera, minha vida sempre foi baseada em observar as pessoas e seus relacionamentos bem sucedidos, já que os meus raramente existiram. Sempre desejei ter alguém, para realizar coisas desde as simples até as complexas. Desde sentar na calçada e jogar conversa fora, até ambos nos ouvirmos durante uma crise existencial ou algo do tipo. Pois é, sempre tive essa mania; mania de querer tudo aquilo que não posso ter.
Mas pra falar a verdade, eu estou acostumando com a solidão...

Alucinógenos

Histórias contadas
Mitos criados
sonhos Inventados
Duendes e Gnomos por todos os lados

Um chá de cores
Um chá de amores

Céu vermelho,
Chão anil,
Uma cachoeira de caramelo,
Um sol não amarelo

Um chá de cores
Um chá de amores

Nuvens roxas
Pedras negras
Chuva estranha
Partes e entranhas

Um chá de agonia
Um chá de melancolia

Rostos dissolvidos
Amores repreendidos
Eis o que me arrasta
Para a profunda desgraça

Um chá de agonia
Um chá de melancolia

Uma voz me chama
Um olhar me atrai
O medo se esvai
O tempo volta a passar

O efeito acaba.....

Desculpa pela preocupação,
Mas não sou quem pensa,
Sou um ser vazio sem crença

Uma farça
A farça que sou,
O ser que criei para "agradar-te"
O ser que te encantou,

Te encanto porque?
Se não sou o que pensa,
Sou a miragem que criou

O meu ser pede socorro,
Ele grita e chora,
Toda hora,
Que ser é esse?, que ser sou eu.

A falta que tu faz,
É grande e absoluta,
Ela é tua, e tua

Ainda lembro como nós eramos,
Só eu e tu,
Como eu me sentia tua,

Errada!

Eu fui por pensar que merecia um final feliz,
Errada eu fui por pensar que logo tu seria o meu final.

Minha Escuridão.

Sinto-me sufocado pela mortalha do destino...
Com a mente permeada... enevoada e assombrada pelo passado.
Minha mente se assemelha há um velho cemitério...
Impregnado de pensamentos conturbados...
como labirintos assolados pelo manto da escuridão.
Cada lembrança como uma lápide... melancólica e olvidada.
Eu estou me diluindo... sufocado pela escuridão da minha mórbida alma.

Entre os vales
E os buracos
Encontro calado
O preço dos passos.

Com a voz ignorada
Em um desastre espiral,
Amo a dor presente
Da vida melancólica e carnal.

Preso ao som
Da solidão aparente,
Deslumbro as lagrimas
De uma livre mente.

⁠você foi a ferida
que mais tive
prazer em cicatrizar
e a mais difícil de suportar.

(...) Sem apego. Sem melancolia. Sem saudade. A ordem é desocupar lugares. Filtrar emoções.

Aqui no Brasil, nós somos alegres mas nós não somos felizes. Existe toda uma melancolia e uma saudade que a gente herdou dos portugueses e que a gente ainda nem começou a resolver. A gente não sabe o que é esse nosso país.

Por que na minha alma vinha crescendo uma melancolia terrível por causa de uma circunstância que já estava infinitamente acima de todo o meu ser: mais precisamente ocorrera-me a convicção de que no mundo, em qualquer canto, tudo tanto faz.

Falar de melancolia é fácil. Os dicionários estão recheadíssimos de palavras bonitas que tendem tristes a explicar o sofrimento dos outros. O difícil é falar da alegria. Alegria que pode ser felicidade momentânea, mas quase não tem sinônimos na literatura.
O estar bem não inspira, não vira música nem poesia. Estar triste é sentimento premiado no Oscar de melhor drama, é realidade inventada para vencer o tédio que é ser comum e não ter do que reclamar.

A distância aguça o valor de sua presença, e a melancolia realça a dor de sua ausência!

A melancolia chegou, junto com a tristeza, a angústia, e a decepção... ambas visitas inesperadas, bateram na porta em um só momento, e eu a abri, então elas entraram, invadiram, e estão me consumindo de uma forma feroz e sem piedade.

Desapego. Frieza. Solidão. Melancolia. Vez ou outra saudade, mas entenda, nunca amor.