Poemas Góticos

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(Des)Ilusão

Calem-se os poetas,
Ruam as paixões,
Matem-se os ascetas,
Afastem-se ilusões,
Cativem-se as musas,
Destruam-se uniões,
Imagens difusas,
E bobos corações.

Vivam os cobardes,
Que ao som de trombetas,
Dancem em alardes,
Quedas de cometas!
Vivam, os errantes,
Obtusos, patetas!
Morram os amantes,
Estirados em valetas!

Viva eu, senhor cruel,
De ti, um tirano,
Lábios de mel?
Danado insano
Destilando fel
De ti flor, profano,
Actor de papel:
Fim! Fim! Desce o pano...

Vem! Vem, doce Morte,
Abriga os sem sorte,
Traz ventos do norte,
Faz-me teu consorte,
Cede à minha corte,
de noivo sem porte,
Prisão negra, forte,
Vem, querida morte!

Alucinação

És a minha realidade e o meu sonho,
a íngreme montanha escalada.
És o meu mais belo desejo secreto,
e eu a verdade que tanto almejas.

Permaneces irredutível,
mas não totalmente distante,
porque és um sonho de felicidade
e muito mais do que mera sorte.

És a minha mais bela ilusão,
és o pólo da minha juventude!
E na tua sombra está o eco
de tudo o que evocámos.

O meu coração tem uma história restrita,
Abandonado na dor e por desejo
no grande amor que te dedica.
A verdade é a tua alma de poetisa.
Onde nos beijamos, amantes
Perfeitos, no mundo do encontro
e de um desditoso adeus.

És a minha alucinação tecida,
A tua aura cheia de sol girou
fora deste meu inebriado sonho.
Que disse que serias, cruel,
apenas um volúvel encanto,
um símbolo farto de vaidade,
esmagadora, fria, desdenhosa.

Assim não existirias mais,
nem viverias dentro de mim,
pelo que choro no silêncio
do meu caminho errante.
Mas espero-te como o sol
no meu coração ferido.

Porém, és a chama que me abrasa
porque tudo que nós amamos,
teimosamente, nós vivemos!

Amar-te

Ah, se um sorriso teu aflora
em teus lábios numa promessa
de beijos, é a ventura de te amar!

Ah, se um olhar teu se esvai
radiante de teus olhos de mel,
é a alegria de te amar!

Ah, se um sussurro teu se evade
de tua boca ornada de mil desejos,
é o prazer de te amar!

Ah, se com as tuas mãos me afagas
o rosto e se perdem no toque,
é o desejo de te amar!

Ah, se teus braços lestos me envolvem
em abraços, terna e infinitamente,
é o êxtase de te amar!

Ah, se teu corpo amante ao meu
se entrega exigindo mútua doação,
é amar-te eternamente!

De repente,
Seu mundo cai,
Desmorona nas tuas costas,
E você não sabe oque fazer,
Fica perdida
Sem rumo,
Como um cão sem casa...

Inserida por Viic500

Você me amou,
Não adianta negar!
Eu sei oque é ser amada,
Mas queria que você tivesse me ensinado
A amar...

Inserida por Viic500

Vamos brincar de achados e perdidos?
Se você encontrar meu coração,
Te falo onde está,
O beijo que te roubei...

Inserida por Viic500

Aldeia de Menino

Na aldeia, perdida no alto monte,
estreitada num vale verde,
rústica de odores matinais.
Meu olhar vagueia no horizonte,
limitado de céu e se perde
em mil sussurros de adágio.

Aldeia de fragrâncias naturais,
de cores divinas matizadas:
os verdes, os amarelos, os laranjas…
Os fumos do lar em espirais
voam como danças orquestradas,
pelo vento, em farrapos e franjas.

Minha alma rejubila feliz,
livre da escravidão de amores
inventados por cruel nostalgia;
Meu corpo, renova, qual petiz,
sangue, lágrimas, suores...
Esvai-se em vida de rebeldia.

Minha boca sorri, desabrocha
líricos de louvores eternos
à natureza pejada de vida;
Minha boca grita e desbocha
canções, desafios de infernos,
toada monocórdica perdida...

Desculpai aves, desculpa rio,
por quebrar as vossas melodias,
desculpa vento por seres arauto
do meu patético desvario.
Desculpai, cedo virão calmarias
para vós e dores para mim, incauto...

Na aldeia, meu paraíso real,
liberto do mal, perdido de mim,
sou menino travesso, sorrindo...
Por irmãs e por irmãos, afinal,
tenho a rosa, o cravo e o jasmim,
que me acenam - sinto-me bem-vindo!

Inserida por TristePoeta

⁠eu nem acredito que eu fiz isso,
depois de tudo que eu vivi, eu desistir ....
realmente eu sou um fracasso

Inserida por Quezia_Raquel2007

Foi no silêncio que ele nos deixou o maior ensinamento.
Foi no silêncio e infelizmente no fim, que eu pude entender o que ele queria nos dizer.
A vida é bela para nos preocuparmos com coisas desnecessárias. Não é preciso ter uma casa bela, um simples cômodo já me acomoda muito bem.
É no silêncio que aprendi que nós enquanto estamos de passagem nesse mundo, não somos nada, e que não sabemos como e nem quando será o nosso último suspiro.
Foi com meu avô que aprendi a dor da perda. A dor de não poder ter dado o meu último adeus, mas também aprendi que devo valorizar cada segundo que tenho com as pessoas que tanto amo. Não preciso de muito para ser feliz, porque o que mais me satisfaz não tem preço. Porque dizer que se a gente soubesse a hora que iríamos partir, faríamos muitas coisas diferentes? Faça de cada momento o que mais lhe agrada, não faça inimigos, dê valor a quem está conosco, porque podemos dormir e acordar já com Deus. Que lindo foi ver meu avô soltando foguetes e dizendo que chegou bem ao seu novo lar. Ficam agora as boas lembranças. Te amo para todo o meu sempre! E mesmo não podendo te ver, sei que está sempre presente comigo, e com todas as pessoas que te ama, e, que agora, você também intercede por nós. Se eu puder escolher, que eu morra no silêncio de um belo sono. Sua benção olhe sempre por nós e descanse em seu novo lar!

O silêncio vai salvar-me de estar errado (e de ser idiota), mas que também irá privar-me da possibilidade de estar certo.

Descansa do som no silêncio, e do silêncio digna-te tornar ao som. Sozinho, se souberes estar só, deixa-te ir por vezes até à multidão.

O silêncio (...) é uma virtude que nos torna agradáveis aos nossos semelhantes.

Numa situação intensa não sabemos que dizer. Para isso é que há o formalismo do silêncio, traduzido num abraço de emoção ou nos «sentidos pêsames» sem emoção nenhuma.

Vergílio Ferreira
FERREIRA, V., Pensar, Bertrand, 1992

Um provérbio só pode nascer num estádio da língua em que ela ainda é capaz de silêncio.

O silêncio é o melhor salvo-conduto da mais crassa ignorância como da sabedoria mais profunda.

A quem foram oferecidos em abundância, / dons com rosto amigo, / com aquele silêncio púdico, / aceita o dom que te faz.

Eu escolhi ficar isolado, sozinho. Escolhi me afastar para mergulhar em meus pensamentos.
(Shouya Ishida)

Os erros que eu cometi no passado se viraram contra mim. Aprendi uma lição: que eu devo carregar esses pecados e ser punido por eles.
(Shouya Ishida)

Qual é a definição de “amigo”? O que dá o direito a você de se tornar amigo de alguém ou o que qualifica você para ser amigo?
(Shouya Ishida)

A amizade reside em algum lugar fora do alcance de coisas como palavras e lógica.
(Nagatsuka Hiro)