Poemas Góticos

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O silêncio só é necessário quando não se tem nada de válido a dizer. Ele faz com que até os idiotas pareçam sábios por um minuto.

O medo é mudo; os aterrorizados falam pouco, parece que o horror diz: silêncio!

Ficar em silêncio não significa não falar, mas abrir os ouvidos para escutar tudo que está a nossa volta.

E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:
– Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Não se soma à alma aquilo que não é capaz de entrar dentro dela. E alma só se preenche com silêncio, algum poema, um conselho que, de bom, foi esquecido, beijo de mãe quando se dorme, uma reza sincera ao anjo da guarda, um amor que é eterno e raro de se achar.

Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.

O ar e o silêncio me deram a preguiça necessária para eu deitar em outra cama e relaxar do meu amor enlouquecedor por você.

Psiuu! Silêncio. Preciso que saiba: Não guardo nem dinheiro, vou guardar rancor e mágoas?

Que demônio benévolo é esse que me deixou assim envolto em mistério, em silêncio, em paz e perfumes?

Só o silêncio pode conter a sabedoria quando a vida está em risco. Nos primeiros 30 segundos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas, ferimos quem mais amamos. Por isso, o silêncio é a oração dos sábios.

Secaram as sementes no silêncio da rocha e mineral. As palavras que não chegamos a gritar, as lágrimas retidas, as pragas que se engolem, a frase que se encurta, o amor que matamos, tudo isso transformado em minério magnético, em turmalina, em ágata, o sangue congelado em cinábrio, sangue calcinado tornado galena, oxidado, aluminizado, sulfatado, calcinado, o brilho mineral de meteoros mortos e sóis exaustos numa floresta de árvores secas e desejos mortos.

Anaïs Nin
NIN, A., A Casa do Incesto, Assírio e Alvim, 1993

Calabouço

Me sinto em uma prisão
Uma prisão que eu mesma criei
Onde fora dela tudo é tão lindo e colorido
E por dentro é como um calabouço frio e sombrio

Qual o sentido da vida afinal? Porque tenho que sentir a dor que estou sentindo?
Por que? por que?
Por que por mais que lute eu sempre vou estar presa nesse calabouço?
Já estou fraca, não existe mais esperança para sair dessa
Já estou farta de ser forte por fora e me sentir morta por dentro.
Meus sorrisos agora são todos falsos como a alegria que vocês vem em mim.

Estou tentando voltar ao normal
Mas o que é ser normal? Qual o objetivo da vida?
Por que me sinto tão submissa a essa guerra que enfrento contra o que sinto?
Cansei de implorar por ajuda e ninguém enxergar o meu sangue escorrendo pelo chão dessa prisão.

Decidi que vou fazer de tudo para acabar com essa dor
Vou me entregar a escuridão e ver o que tem no fundo do calabouço obscuro.

Corrida

Estou desesperada correndo na floresta escura, perdida entre as árvores e sentido a brisa gelada.
Estou fugindo do monstro que insiste em me perseguir.
Por mais que eu corra não importa o quão longe, ele sempre me acha e me leva para o fundo do poço.

Já não sinto mais medo só sinto a dor.
Me acostumei a gritar e ninguém me ouvir .
Cansei de ver as pessoas fecharem os olhos e me chamarem de louca ou dramática.

EU ESTOU CORRENDO DO MONSTRO QUE INSISTE EM FICAR DENTRO DE MIM
Eu só estou implorando por AJUDA.

Amor

O meu amor eu sinto sua dor
A dor do seu fracasso e sua dó
Seja feliz sem tropeça em nó

Ao amanhecer vai sentir a beleza do mundo ao seu redor
Como uma estrela radiante
Sentira a vida como um diamante

Apesar da escuridão á uma pitada de esperança
Nesse mundo repleto de arrogância
Ainda mantenho minha auto confiança

Inserida por Sombra

Não acho a luz que faz minha sombra
Será que ela existe ou é uma simples ilusão?
Posso confiar ou devo me calar novamente?
Sempre vai a ver uma razão para continuar na escuridão
A sombra me persegue mesmo sem nenhuma reação

Inserida por Sombra

Expressar

Meu coração não é mais puro
Já passei por muitas lutas
Eu sou a luz que não é capas de iluminar o mundo
Porém sinto os ferimentos causados pelas pessoas que nele abita

Eu só estou pedindo ajuda
Me de a sua mão e me ajuda a viver de novo em um mundo de magia
Onde não á fogo para queimar meu coração
Por favor minha vida está em sua mãos

Inserida por Sombra

Quando tu partiu, deixou no meu coração tua sombra.
E no silêncio da noite de minha saudade,
eu faço nela o teu contorno.

ÚLTIMO SUSPIRO

A escuridão abraçou minha alma vazia
Vejo meu mundo se diluindo, sufocado pela
Mortalha do destino.
Gotas rubras pingam de meus pulsos dilacerados
Frias, sem dor, sem vidas...
Nada mais importa, apenas meu último suspiro.
Vejo a luz esvanecer e a escuridão eterna me engolfar.
Sinto o mórbido sussurro da morte me chamando,
Enquanto a chuva entoa sua lamúria no vale da névoa fúnebre.

Minha essência melancólica mergulha
Na solidão da natureza morta.
Agora eu posso vagar ao lado dos emissários do silêncio,
Nas sombras gélidas, eu caminho em meio aos túmulos ermos
Sentindo as brisas deprimentes soprarem minha lápide!
Meu mundo agoniza, tudo que resta, são memórias esquecidas.

No orvalho da floresta, minhas cinzas caem e
São sopradas pelos ventos frios do inverno.
Agora posso voar como os corvos,
Enquanto meu espírito mórbido descansa
No vale do silêncio eterno.

Confissões de passageira

Cá estou, na janela do avião,
Admirando a luz energizante deste sol que nos ilumina,
Analisando os prós e os contras de manter-te em minha sina,
Comparando-te a esta imensa vastidão (de ambos, conheço tão pouco!)

Longe de ti, o mundo parece vago,
Vivemos um romance nunca escrito,
Mas, ah que autor maldito!
Mantém-te longe de tudo que trago.

Até meu cigarro tornou-se morno
Quero tua boca, o gosto do teu corpo,
Descobrir em ti caminhos, desses que conheço pouco.
Devolva-me o o prazer de uma vida sem você!

Como um sopro de epifania traduzo tuas línguas,
Minhas mãos leem-te como braile,
Te acariciam de um jeito que bem sabes,
Ainda que não digas.

Hora quero-te perto,
Noutra, mais ainda
É loucura que não se finda,
Muito fogo pra pouca palha,
Seja meu pecado incerto.

Difícil é saber o que queres,
Mais difícil saber como podes brincar com meu pensamento
Logo eu, tão frígida no assunto sentimento...
Já não sei mais a que santo rogo para atender minhas preces

Teu corpo atrai,
Tuas curvas enlouquecem,
Conheço-te por completo sem nunca ter-te tocado.
Trago-te comigo, em minha pele gravado.
Tuas palavras me aquecem
Meus lábios de ti não saem.

És minha contradição favorita,
Anseio-te de cabelos assanhados
Nossos corpos suados, colados,
És o paraíso que mais me excita

Quem tem sentimentos sabe que vive a perecer...
Sou louca por ti, mas imploro,
Me ame, me use, me tenha,
Só não faça-me enlouquecer!


Thaylla Ferreira Cavalcante (Sou nós)

Saudade

A saudade não me deixa te esquecer
É a única coisa que me resta de você
Tenho medo de te procurar
Pois sei que iria me ignorar

O tempo passa
E a saudade só aumenta
O que fazer para te ver?
Sei que meu coração já não mais aguenta

Quando os outros falam de você
O que mais sinto é meu peito doer
Quero te encontrar
Mas sei que você não iria gostar

Você não quer me ver
Nem se meu coração parar de bater
E é isso que acontecerá
Se um dia eu não parar de te amar.