Poemas Góticos

Cerca de 42565 poemas Góticos

Pior é que eu berrei. Berrei com o pior tipo de desespero do mundo. Meu silêncio, meu conformismo, minha aceitação,
minha quase maturidade. Eu tenho a impressão que a hora que eu chorar, vai ser das coisas mais tristes do mundo.

Não posso mais ouvir em silêncio. Preciso falar com você pelos meios de que disponho neste momento. Você partiu minha alma. Sou metade agonia, metade esperança. Não me diga que é tarde demais, que sentimentos tão preciosos foram-se para sempre. Ofereço-me para você de novo com um coração muito mais seu do que quando você quase o despedaçou há oito anos e meio atrás. Não se atreva a dizer que o homem esquece mais rápido do que a mulher, que seu amor morre mais cedo. Eu tenho amado somente você, mais ninguém. Injusto posso ter sido, fraco e ressentido também, mas nunca inconstante.

Assim como devemos levar em conta cada palavrinha, precisamos considerar cada momento de silencio.

Amigo é aquele com o qual se pode compartilhar o silêncio… como se partilha a palavra.

Desconhecido

Nota: A citação é atribuída a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

O olho do homem serve de fotografia ao invisível, como o ouvido serve de eco ao silêncio.

Machado de Assis
Esaú e Jacó (1904).

Nossa geração não lamenta tanto os crimes dos perversos quanto o estarrecedor silêncio dos bondosos!

A convivência entre poeta e leitor, só no silêncio da leitura a sós. A sós, os dois. Isto é, livro e leitor. Este não quer saber de terceiros, não quer que interpretem, que cantem, que dancem um poema. O verdadeiro amador de poemas ama em silêncio...

As grandes almas sofrem em silêncio porque entendem que a dor é como uma dessas varetas de ferro que os escultores enfiam no barro para sustentar a estrutura e sabem que só nos livramos de um sofrimento depois de o haver suportado até o fim!

Seu espírito ansiava pela solidão e pelo silêncio que só um grupo grande era capaz de proporcionar.

O silêncio só é necessário quando não se tem nada de válido a dizer. Ele faz com que até os idiotas pareçam sábios por um minuto.

O medo é mudo; os aterrorizados falam pouco, parece que o horror diz: silêncio!

Ficar em silêncio não significa não falar, mas abrir os ouvidos para escutar tudo que está a nossa volta.

E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:
– Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?

Clarice Lispector
A hora da estrela. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio. Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade. Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo. Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão. Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável. Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei. Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço. Porque metade de mim é amor e a outra metade também.

Psiuu! Silêncio. Preciso que saiba: Não guardo nem dinheiro, vou guardar rancor e mágoas?

Que demônio benévolo é esse que me deixou assim envolto em mistério, em silêncio, em paz e perfumes?

O ar e o silêncio me deram a preguiça necessária para eu deitar em outra cama e relaxar do meu amor enlouquecedor por você.

Só o silêncio pode conter a sabedoria quando a vida está em risco. Nos primeiros 30 segundos de tensão cometemos os maiores erros de nossas vidas, ferimos quem mais amamos. Por isso, o silêncio é a oração dos sábios.

Secaram as sementes no silêncio da rocha e mineral. As palavras que não chegamos a gritar, as lágrimas retidas, as pragas que se engolem, a frase que se encurta, o amor que matamos, tudo isso transformado em minério magnético, em turmalina, em ágata, o sangue congelado em cinábrio, sangue calcinado tornado galena, oxidado, aluminizado, sulfatado, calcinado, o brilho mineral de meteoros mortos e sóis exaustos numa floresta de árvores secas e desejos mortos.

Anaïs Nin
NIN, A., A Casa do Incesto, Assírio e Alvim, 1993

Calabouço

Me sinto em uma prisão
Uma prisão que eu mesma criei
Onde fora dela tudo é tão lindo e colorido
E por dentro é como um calabouço frio e sombrio

Qual o sentido da vida afinal? Porque tenho que sentir a dor que estou sentindo?
Por que? por que?
Por que por mais que lute eu sempre vou estar presa nesse calabouço?
Já estou fraca, não existe mais esperança para sair dessa
Já estou farta de ser forte por fora e me sentir morta por dentro.
Meus sorrisos agora são todos falsos como a alegria que vocês vem em mim.

Estou tentando voltar ao normal
Mas o que é ser normal? Qual o objetivo da vida?
Por que me sinto tão submissa a essa guerra que enfrento contra o que sinto?
Cansei de implorar por ajuda e ninguém enxergar o meu sangue escorrendo pelo chão dessa prisão.

Decidi que vou fazer de tudo para acabar com essa dor
Vou me entregar a escuridão e ver o que tem no fundo do calabouço obscuro.