Poemas Góticos

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O silêncio arquiteta planos que não são compartilhados. Quando nada é dito, nada fica combinado.

Martha Medeiros
Crônica "A Voz Do Silêncio", 1999.

Nota: Trecho da crônica "A Voz Do Silêncio" de Martha Medeiros.

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As sereias, porém, possuem uma arma ainda mais terrível do que seu canto: seu silêncio.

Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também.

Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade...

Quando falares, cuida para que tuas palavras sejam melhores do que o teu silêncio, e lembre-se que alto deve ser o valor de suas ideias, não o volume de sua voz. Falar sem pensar é disparar sem apontar.

O amor resiste à distância, ao silêncio das separações e até às traições. Sem perdão não há amor. Diga-me quem você mais perdoou na vida, e eu então saberei dizer quem você mais amou. O amor é equação onde prevalece a multiplicação do perdão. Você o percebe no momento em que o outro fez tudo errado, e mesmo assim você olha nos olhos dele e diz: "Mesmo fazendo tudo errado eu não sei viver sem você. Eu não posso ser nem a metade do que sou se você não estiver por perto."

Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio.

Desconhecido

Nota: O pensamento costuma ser atribuído a Clarice Lispector, mas não há fontes que confirmem essa autoria.

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Não tenha medo de meu silêncio... Sou um louco mas guiado dentro de mim por uma espécie de grande sábio...

Clarice Lispector
Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Felicidade é coisa que não tem nome. É silêncio que perpassa os dias tornando-os mais belos e falantes. Felicidade é carinho de mãe em situação de desespero. É olhar de amigo em horas de abandono. É fala calmante em instantes de desconsolo.
Felicidade é palavra pouca que diz muito. É frase dita na hora certa e que vale por livros inteiros.

Dormir em silêncio e esparramada até meio dia é dez vezes melhor do que de conchinha com seres e suas idiossincrasias nasais.

Buscamos, no outro, não a sabedoria do conselho, mas o silêncio da escuta; não a solidez do músculo, mas o colo que acolhe.

Sabe porque o silêncio machuca tanto? Pois ele esconde palavras que gostaríamos que fossem ditas.

Benditas sejam todas as palavras ditas em silêncio. Porque não há força maior que a fé, nem voz mais alta que a oração.

Ame como a chuva fina. Esta cai em silêncio, quase sem fazer notar, mas é capaz de transbordar rios.

Nunca confunda meu silêncio com ignorância, minha calma com aceitação, minha bondade com fraqueza ou minha sinceridade com arrogância.

O silêncio é a única reposta que deves dar aos tolos. Porque onde a ignorância fala, a inteligência não dá palpites.

A verdade mora no silêncio que existe em volta das palavras. Prestar atenção ao que não foi dito, ler as entrelinhas. A atenção flutua, toca as palavras sem ser por elas enfeitiçada. Cuidado com a sedução da clareza! Cuidado com o engano do óbvio!

Não diga as coisas com pressa. Mais vale um silêncio certo que uma palavra errada!

Estou muito próxima, de um modo geral. É bom e não é bom. É que sinto falta de um silêncio. Eu era silenciosa. E agora me comunico, mesmo sem falar. Mas falta uma coisa. Eu vou tê-la. É uma espécie de liberdade, sem pedir licença a ninguém.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Bolinhas.

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Por enquanto há diálogo contigo. Depois será monólogo. Depois o silêncio. Sei que haverá uma ordem.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.