Poemas Góticos
Vidro
O vento bate na janela e atinge os vidros
Uma sombra se projeta sobre os vidros
Dedos deslizam pelos vidros
Longas unhas arrebentam os vidros
Meus olhos não conseguem ver os vidros
Estou assombrada pela sombra no vidro
"De nada servirá conquistar a sombra, se perder o brilho do sol do olhar."
Continue a brilhar, continue a brilhar. Girassol nunca desiste, de uma fresta de luz encontrar.
Pensamento de autoria #Andrea_Domingues
Todos os direitos autorais reservados 15/03/2020 às 10:30 hrs
Manter créditos de autoria original #Andrea_Domingues
Um dia eu quero sair dessa sombra
Infelizmente ela me assombra
Só me sobra continuar sem persistir
Eu já desisti fico sentado em minha cadeira só para refletir
Desabafo em forma de lírica
Pensamentos antigos se recicla
Me ajude pareço um ciclista exausto pedalando infinitamente
Ao caminho do caos
essa poesia eu fiz com o coração
colocar uma ideia na cabeça da população
mostrar um pouco de informação
e ensinar que a chave da vida é a comunicação
e para ser homem de verdade não precisa segurar o canhão
enquanto as mulheres estiver sofrendo eu vou lançar os refrão
para acabar com esse ideal que mulher é só limpando o chão
abrir a sua mente de machão que não houve evolução
dia 08 de março
puta data hipócrita
nessa data é falada uma pá de lorota
e é distribuindo varias rosas
ofuscando o sofrimento de varias mulheres mortas
trancadas por uma porta
125 mulheres interditadas de seguirem a sua vida
vão me falar que é data comemorativa
só que eu já cansei dessa narrativa
enquanto a vida da minha rainha estiver em jogo
eu nunca vou ser pacifista
dia 08 de março
puta data hipócrita
nessa data é falada uma pá de lorota
se coloca no lugar da mulher sendo seguida
em uma viela sinistra
o medo só atiça
e você com medo só porque viu o carro da rota
e você achando que o sofrimento das mulheres
vale sua nota
Quero um amor de época
De segredos na sombra das arvores
Da malicia embutida
em andar de mão dadas
Amor de olhar nos olhos
De amar todo dia
De viver pensando
e sonhar assim que fecha os olhos
Os vexame de amor que deixei de dar
São os únicos fardos que eu carrego
Por isso ame, e se precisar sim
dê muito vexame
Ai foi onde eu aprendi a falar de amor
Com a doçura de Edith
e a loucura de Nina
Recomendo
É um livro e tanto
Onde aprendi que amar
não requer de tanto
NEM TANTA COISA DEPENDE
preferes o canto, o lugar oculto
a folhagem, a sombra, o quarto, este
saco de trigo: ouro de um texto
sobre a velha escrivaninha do real
lá fora o clarão do arvoredo
atalhos para a tingidura da paisagem
cá dentro menos caminho, outro
panorama: a presença tão-só
desabitada de uma pessoa, mistério sem
atributo ou função
sempre a desfeita de um coração
o cultivo intensivo das figuras
e sobram tristeza e dias ao corpo que escreve
no calabouço de uma manhã muito larga
reluzente de gotas de mel
enquanto os gatos lambem o sábado
e sentado, sapo de ouro, permites-te pôr no mundo
(mas porquê) outro poema
chuva
chuva que cai sobre a minha sombra
dando vida e traços ao inanimado
revele as goteiras do meu coração
com todas suas dores e vantagens
chuva que cai sobre as nossas vidas
entre raios luminosos e eternos trovões
traga de volta aquele jardim de flores
com a complexidade da tempestade
chuva que cai sobre as minhas mãos
trazendo a sensação de eterna solidão
me mantenha vivo até o próximo verso
com a sua paixão pelo incompreendido
Belas sextas-feiras Inesquecíveis, que tinhamos ao acordar e desfrutar-mos da tua sombra que simplesmente mostrava a rainha que és, e do teu aroma de jasmin e sentir-mos a neblina pelos nossos corpos ardentes como um vulcão entrar em erupção.
E tu dizias sempre meu poeta romântico inesquecível, acima de tudo adoro a perspectiva de mudança.
Durante a noite bebiamos vinhos caseiros da realeza em volta da lareira e pediamos para tocarem uma valsa e desfrutar-mos dos nossos corpos.
No vento da tarde me perdi
Na sombra da figueira me sentei
Ouvindo o canto do sabiá
As folhas caindo como em um balé
Bastou fechar os olhos e lá fui eu
Para as paisagens distantes da minha mente
Para mim são tão reais quanto a grama
Onde minha cabeça descansa a admirar o céu
Mulher você não sabe a força que você tem
Esforça-te saia da sombra e deixe emanar a luz que há em ti
Brilhe com intensidade e irradie a quem está ao seu redor
Na sombra do nada
nada se perde
se nada existir
existe a suavidade total
e é total a harmonia da alma
rpi
CANÇÃO DA ESPERA
Sendo a sombra, apalpo o medo
Que sobre mim se resvala.
Para cantar ainda é cedo,
Mas minha voz não se cala
Há noite Espessa lá fora
Nenhum galo ainda canta
Mas brilha em meu peito a aurora
Nasce o sol em minha garganta
Cada passo errado uma sombra
E as melodias tem o seu lugar
O tom perfeito do momento
E as letras vem para rimar..
Seus fios de cabelo na viola
Desenho contrário, uma nova forma
Buscando a emoção perfeita
Cada novo som, uma nova letra..
Cada passo certo uma luz
Seus olhos castanhos me conduz
Rima perfeita ou quase nada
Um sentimento novo, uma nova morada..
Em seus lábios rosas como gota
(Ah, Ah)
Um vermelho, puro sangue.
Uma jovem garota..
Sua voz suave em meus ouvidos
Como cópia perfeita do seu sorriso..
Cada passo que dei em direção a tí
Me apaixonei que até me perdi..
(Assim..)
Ventos na sombra
Ventos na sombra empurram a luz,
suaves segredos que teu corpo seduz.
Momentos, instantes de puro prazer,
vontade, desejo de apenas te ter.
Dançam os corpos na Noite vazia,
silêncios despidos que a alma temia.
Passos certeiros de meu corpo se elevam,
entregues a ti quando minhas mãos te levam.
Gritos contidos e...nvoltos em magia,
almas perdidas que a Noite vigia.
Formas diversas se agitam no ar,
ondas imensas se levantam no mar.
No instante mais longo do tempo,
minha vida te entrego num simples lamento.
Abraças o corpo que em ti se abandona,
mulher, menina ou simples amazona.
in Reflexos d'Alma
Um dia qualquer à sombra do cajueiro..
Vivia o mesmo sonho misturado a despertares onde a tristeza, angústia e solidão se faziam companheiras, afastando-o mais e mais de um dia distante onde conhecia o seu lugar e sua gente.
Onde estavam seu canto, suas coisas, seu quarto, sua cama, a cômoda onde ficavam alguns porta-retratos?
Essa vaga lembrança o deixava confuso.
Porque seu olhar se fixava no chão quando, vez ou outra, alguém passava?
Quanto tempo mais daquela rotina, como se vivesse horas e horas, dias e dias, numa insossa repetição de nadas, sem sentido, aturdido em seu permanente estado de confusão e melancolia?
Alguns instantâneos faziam-no acordar inquieto e perdido, num outro lugar, ambiente simples, de conversas, da varanda, da sombra do cajueiro onde pessoas animadas conversavam e riam tanto, quanto tempo?
- O senhor não comeu nada hoje, vai ficar doente, pode ser que hoje alguém venha vê-lo...
- Precisa parecer melhor, vamos fazer a barba, cortar esses cabelos, trocar esse pijama, tomar um banho, cheirar melhor, o que vão pensar...
- O senhor não está me ouvindo...
- Não tenho mais tempo...
A água fria, por instantes, o desperta desse torpor, sente às costas a parede úmida onde se escora.
- Quem é você?
- Maria, já me esqueceu de novo...
- Onde estou?
- Na sua casa nova...
- Carla?
- Tá vendo, sua filha não pode vir, mas telefona sempre para saber do senhor...
- Chama a Nê...
- Sua esposa foi fazer uma viagem pra bem longe, vai demorar...
- Tome seu remédio, mais tarde volto com seu chá....
- Que dia é hoje?
- Tá mais esquecido, é sábado, dia de visita, por isso tem que ficar bonito...
- Carla..., Nê..., que dia é hoje...
Apenas um dia qualquer na vida de alguém esquecido que se lembra de uma vida distante e que ainda quer seu canto, sua gente, sua memória, seus amores...
O dia despede-se...
A sombra da noite aproxima-se, e um novo cenário nos é oferecido.
Os pássaros aconchegando-se em seus ninhos, o orvalho deitando-se sobre as folhas.
As estrelas acomodando-se uma a uma no céu fazendo referências a lua, que com toda a sua exuberância lá do alto parece nos seguir, nos observar.
Questão de horas e tudo vai se acalmando, silenciando...
A paz chega de mansinho para que tenhamos uma noite reflexiva sobre os acontecimentos do dia.
A calmaria da noite cede espaço para meditação a conduzir-nos num sono tranquilo.
Já é madrugada e o mistério da noite me acompanha, e, por um instante um raio de luar parece inteiramente meu a iluminar-me de sonhos e lembranças...
Faz frio lá fora e eu aqui a entender a melodia do vento.
Rendo-me ao embalo da canção e adormeço.
incendeia-se de luz a sombra
dos caminhos por abrir onde se esconde
o óvulo
antes era o caos
prenhe de ser o feto faz-se
o cosmos nasce
floresce da sombra envolto
num mar de luz
de pedra e sal
antes tudo era nada
o dia
do tempo primordial se despede
e foge
da sombra buscando a luz
que é hoje
in Meditações sobre a palavra (Temas Originais) de "Alvaro Giesta"
caminha-se na sombra das paredes
que se erguem envoltas
num mar duro de pedra
e sal
uma nesga de luz que sai
das trevas
por curto instante e faz gerar
da palavra a semente
rebentam do fundo da garganta
apertadas por dizer e formam-se
em interrogações constantes
no seio do poema que se faz
grita a liberdade
acordam os sentidos conscientes
duma nova realidade
in "Meditações sobre a palavra" (um tributo a Ramos Rosa, o poeta do presente absoluto), editora Temas Originais, do poeta Alvaro Giesta
tudo é movimento
tudo é a causa dele
e o seu fim derradeiro
inclina-se a sombra
à passagem da palavra acabada
de nascer
sábia
culta e nova
fugiu desse abismo onde andou
tanto tempo
esquecida de dizer
in "Meditações sobre a palavra" (um tributo a Ramos Rosa, o poeta do presente absoluto), editora Temas Originais, do poeta Alvaro Giesta