Poemas de Gandhi
Tenho profunda fé no método de jejum particular e público. . . Sofrer mesmo até a morte, e, portanto mesmo mediante um jejum perpétuo, e a arma extrema do satyagrahi. É o último dever que podemos cumprir. O Jejum faz parte de meu ser, como acontece, em maior ou menor escala, com todos os que procuraram a verdade. Eu estou fazendo uma experiência de ahimsa em vasta escala, uma experiência talvez até hoje desconhecida pela história.
O dever do sacrifício não nos obriga a abandonar o mundo e a retirar-nos para uma floresta, e sim a estar sempre prontos a sacrificar-nos pelos outros.
O brahmacharya é o controle dos sentidos no pensamento, nas palavras, e na ação. . . O que a ele aspira não deixará nunca de ter consciência de suas faltas, não deixará nunca de perseguir as paixões que se aninham ainda nos ângulos escuros de seu coração, e lutará sem trégua pela total libertação.
O brahmacharya, como todas as outras regras, deve ser observado nos pensamentos, nas palavras e nas ações. Lemos na Gita e a experiência no-lo confirma todos os dias que quem domina o próprio corpo, mas alimenta maus pensamentos faz um esforço vão. Quando o espírito se dispersa, o corpo inteiro, cedo ou tarde, o segue na perdição.
Possuo a não violência do corajoso? Só a morte dirá.
Se me matarem e eu com uma oração nos lábios pelo meu assassino e com o pensamento em Deus, ciente da sua presença viva no santuário do meu coração, então, e só então, poder-se-á dizer que possuo a não violência do corajoso.
Não desejo morrer pela paralisação progressiva das minhas faculdades, como um homem vencido.
A bala de meu assassino poderia pôr fim à minha vida. Acolhê-la-ia com alegria.
A regra de ouro consiste em sermos amigos do mundo e em considerarmos como uma toda a família humana. Quem faz distinção entre os fiéis da própria religião e os de outra, deseduca os membros da sua religião e abre caminho para o abandono, a irreligião.
Não violência é a lei de nossa espécie como violência é a lei do bruto. O espírito mente dormente no bruto, e ele não sabe nenhuma lei, mas a de poder físico. A dignidade do homem requer obediência a uma lei mais alta - a força do espírito.
Se o homem só perceberá que é desumano obedecer leis que são injustas, a tirania de nenhum homem o escravizará.
A não violência não existe se apenas amamos aqueles que nos amam. Só há não violência quando amamos aqueles que nos odeiam. Sei como é difícil assumir essa grande lei do amor. Mas todas as coisas grandes e boas não são difíceis de realizar? O amor a quem nos odeia é o mais difícil de tudo.
"Apedrejar profetas e, mais tarde, levantar igrejas em sua memória tem sido a prática do mundo durante eras. Hoje, adoramos Cristo, mas o Cristo encarnado nós o crucificamos."
Que diferença faz para os mortos, os orfãos e os desabrigados, se a destruição insana é moldada sob o nome do totalitarismo ou sob o santo nome da liberdade e da democracia?
A minha natural inclinação para cuidar dos doentes transformou-se aos poucos em paixão; a tal ponto que muitas vezes fui obrigado a descuidar do meu trabalho. . .
Em outras palavras, é a violência passiva que alimenta a fornalha da violência física.
Temos medo de estarmos conosco, mergulharmos em nosso interior. O silêncio e sua prática nos leva a esta possibilidade de encontro profundo e revitalizador. Com o silêncio, encontramos a paz, e o amor incondicional vem com toda a força transformadora. O amor é a força mais sutil do mundo. O mundo está farto de ódio. É este ódio irracional e distante da força criadora que destrói, corrompe e ensurdece a humanidade.
A não violência não é uma estratégia que se possa utilizar hoje e descartar amanhã, nem é algo que nos torne dóceis ou facilmente influenciáveis. Trata-se, isto sim, de inculcar atitudes positivas em lugar das atitudes negativas que nos dominam.
O inimigo é o medo. Nós pensamos que é o ódio; mas, na verdade, é o medo.