Poemas Fortes

Cerca de 3878 poemas Fortes

⁠Livre Pensar


O que
Desenho
É cópia
Do que
Idealizo

Abstração

Alma
Do que
Me vai
No espírito

Saber

Do conhecimento
A tradicional
Nostálgico

Feito
De matéria
Dos sonhos
Inatos

Inserida por samuelfortes

⁠Meu fado
É o de não saber
quase tudo

Sobre o nada
Tenho profundidades.

Não tenho conexões
Com arealidade

Poderoso para mim
Não é aquele que descobre ouro

Inserida por samuelfortes

Flambagem


⁠Há fronteiras nos jardins da razão
Há uma batalha vencida nas coisas
Que

Escolhemos não repetir

Eu quero idolatrar a dúvida
Quando eu pronuncio a palavra futuro
A primeira sílaba já pertence ao passado

Quando pronuncio a palavra silêncio
Destruo o silêncio

Quando pronuncio a palavra nada
Crio algo que nao cabe no que ainda nao existe

Ao contrário do que muita gente imagina
A gente não nasce pronto e vai se gastando
A gente nasce não pronto e vai se refazendo

Nada é mais perigoso do que a certeza de ter razão

Inserida por samuelfortes

⁠Remediação



Assentado
Na pedra
De assuntá

Observando
O que há
Pra observá

Com prazo
De validade
Vencido

Ainda
Na prateleira
Por descuido

Quem está Remediado
Remediado está

Inserida por samuelfortes

Soneto de Uma Tarde


⁠Esse sol já não é mais claro

Nasce o Sol
E não dura mais que um dia

Por que é que o sol nasce de dia?
Quando não devias ser

Pois se de dia é tudo tão claro
O que sol vem aqui fazer?

Já que de noite anda tão escuro
Toda viela
É um mar sem fim

Depois da Luz vem
A noite escura

É que me deito e me penso à noite
É que ele deveria nascer

Inserida por samuelfortes

Que Ela Regresse


Andar
caminhar

Sair
Por aí

Sentir
O pulso
Da vida

ir
Ao Encontro
De

Um tempo
Em que
Culpa

Era
Desperdício
De emoções

Inserida por samuelfortes

Volatilidade & Hominídeo

⁠Em uma semana de 8 dias
Onde
Confundo a Sexta
Como um sábado passado


Não consigo distinguir
Um campo verde
De um dia em que a noite
Trouxe cinzas frias

No corredor de ferro
Um trilho de aço frio
Talvez
Um gosto de saliva quente
Do corpo de uma assanhada

Uma fumaça
De
Um navio distante
Para um novo horizonte

Um tijolo enquadrado
Perfeitamente
Parece por si só
O aluno na sala de aula

O conteúdo nativo
O sarcasmo velado

Nós somos apenas
Mais um tijolo

Encantado em um muro
Estampado na sala

O conforto frio
Para
A mudança

A destruição do cerne
À remontar
Nossas cinzas quentes
Para árvores

Na ancestralidade do Homem
Talvez de novo o mistério
Morasse em seus olhos fundos
Um desgosto incoercível

Com seios moços no colo
Que sentem a ida e a vinda

Ainda, não sejam bem vindos
Não deixem marcas visíveis

Qual perfil que ele gosta?

Que não foi destruída
Por diversas
Gravidezes consecutivas?

No amargo da máscara
Na doce máscara menina

No imaginário deixar
Crescessem ventres

E

Não deixasse passar
Mais do que tristeza íntima

Pelo canto do olho
Tive uma visão fugaz

E virei para olhar
Mas
Já havia ido

Inserida por samuelfortes

⁠Seja Como For & Venha Como Quiser


Sem pedir licença
Nem para tentar
Adentrou

Assustando a sombra
Daquele
Que não quer ver

Sem
Conferir o que é seu
No
Entusiasmo de maré calma

No balanço
De velejar

Os olhos

Perdidos no naufragar
De ondas cansadas

Atentado ao mar
Que chega à vista
Norte ou sul

Colorido nas luzes
À piscar
No sabor do vento
No exagero
Da vida eterna

Agora

Essa força contida
De nenhum ser
Aqui vou eu

Se é assim que se vai

Sem nenhum pudor
Sem medo qualquer
Sempre por amor
Sem desistir agora

Assim é o amor

Tece a verdadeira trama
Vive cada segundo
Como
Nunca o fez

No velho papel
De embrulho
Embaixo assinado
Ninguém
Sabe de quem

Sem medo qualquer
Seja como for
Seja por favor
Sempre à seu dispor
Venha como quiser

Inserida por samuelfortes

⁠Dei um passo
E
O mundo saiu do lugar

Dei um passo
E
Meu mundo sai do lugar

Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar

Afinal,
A melhor maneira de viajar
É sentir

Inserida por samuelfortes

Assimétrica


⁠Hoje,
Sonhei que existia
Mais um estágio
De relacionamento

Chamado significante

Ali, sentado na cadeira de balanço
Como um pêndulo

Silêncio de uma sala
E no silêncio
A sensação exata

Nascem ondas de amor
Que
Se desfazem

O silêncio corre lentamente
Na dura esquina
Estracalha a vidraça

E deu
De sonhar

Que sonhar
É coisa
Do absurdo
Possível

Cada um
No âmago
De sua
Singularidade

A longeva saudade
Guardou a felicidade
Quando se perdia
No andar em círculos

A estrada é um labirinto
Em
Todos os dias da semana

Na dúvida
Em um dia qualquer
Quanto menos alguém entende
Mais quero discordar

Em um aperto de mãos
Do inevitável intocável
Estrangeiro

Na natureza do visível
Sensatez individual

Passageiro
Que
Não passa por aqui

Eu me sinto passageiro
Eu me sinto um estrangeiro

Inserida por samuelfortes

⁠⁠A mar

Rápido estado
Ancestral de um indivíduo

Que vem do vento
Um sossego, uma unção

Estado leve anuncio seu lugar
Leve estarei parado aqui
No seu lugar

E eu te espio da varanda
Indo embora
Mas você vem

Hoje a janela
Me ofereceu a paisagem
Ressuscitando formas

Era um sujeito
Realmente distraído

Na hora de dormir
Beijou o relógio, deu corda no gato
E
Enxotou o olhar pela varanda

Venha pra cá deixe de ser
Bem acanhado

Do seu ditado
Agitado
Cabelo ao vento

Do saculejo
Dessas roupas
No varal

A mar
De onde
Que tu tiras tantas ondas

De onde
Que tu tiras vai e vem

De onde
Que tu vens tão descolado

Prá onde vai só do seu jeito
Descansado

Volte amanhã bem de manhã
Aqui estarei

Prá ver de perto
Seu molejo
Arretado

Agitando o ar
No
Seu espaço confinado

Tomando a fresca
Tomo o ar
Quarando o corpo

Em alguns lugares estratégicos
Já foi mar

Voou por sobre as montanhas e cabeças
Fez dali seu Espinhaço

Passou por cima
Do seu mundo
Seu lugar

Busca
Bem de lá
De onde vem seu infinito

Se esperar
Possa estar marcado em horas
Rochas

E no nascer
De
Espectativas fulminantes

Lá vem o mar
Trazendo a fonte e o defronte

Cavalga ventos
E a voz do sussurrado

Ginetes pronto aparado
A cavalgar

Alados ventos
Sobe e desce das areias

Ao espairecer espalha
Espuma em seu olhar

Já sinto aqui
O seu perfume estrangeiro

Bebendo em tua boca
O perfume dos sorrisos

Que o vento forte acaba aqui
De me entregar

Inserida por samuelfortes

A Face Clara e Obscura da Clareza de Clarice.



Você tem paz Clarice?

-Nem pai nem mãe.

-Eu disse “paz”.

-Que estranho, pensei que tivesse dito “pais”.

Estava pensando em minha mãe alguns segundos antes.

Pensei - mamãe - e então não ouvi mais nada.

Paz?

Quem é que tem?

(Clarice Lispector)

....

Na sequência desta e outras Clarices, hoje, está claro no escuro de tempo sobrio aqui e acolá, eu ,cá comigo, penso na guerra e na Pátria Mãe, no País que não sinto que tenho, já nem irmãos se entendem igual no futebol, na política, na religião e se mata em nome de Deus que inexiste como um Muda.

Por isso, não se respeita a cor da pele e as adversidades da sociedade do consumo, não penso, logo existo!

A moral,está na cabeça e não no bolso ou entre o vão das pernas, é a liberdade no voto consciente.

Outro lembra do sonho, que não acabou, de construir um País que se faz de Homens e Livros.

Não passarão!

Inserida por samuelfortes

⁠Mina Mata


Mineração
Na Serra
Em BH

Se
Autorizada
Beneficia
Uns tantos

Se não
Beneficia
A todos

Inserida por samuelfortes

O Acertar de Bater de Palmas

⁠A
Arrogância
Da estupidez
Não conhece
Limites

O instigante
Desconhecido

Origem
De tudo

Ao que
Parece

Ainda
Não acertou
A mão

Inserida por samuelfortes

⁠"Povo armado
Jamais será
Escravizado!"

Com que
Dinheiro?

Em andamento
Algum mimo
Eleitoral

"Meu trabuco
Minha vida?"

Inserida por samuelfortes

O Tocar de Janelas


Do poste
Pela
Vidraça

A imagem
Serena
Peneirando

Chuvinha
Mansa

Deliciosamente
Mansa

Peneirando
Peneirando

Levando
Lavando
Sedimentos
E
Setimentos

Inserida por samuelfortes

O Poeta Lúdico e o Louco

Na insegurança
Das decisões
A angústia
Da ansiedade

Na incerteza
Do que está
Por vir
O temor

Onde
O tempo
Livre
De toda
Matéria
De que
São feitos
Os medos?

Quando
O tempo
De realizar
O que
Se aspira?

De recusar-se
A morrer
Sem ter
Vivido?

Que dizer
Da ética
Do agir
Sujeita
À ação
Da violência?

À tragédia
Do desamparo?

À submissão
Da incompetência?

À catástrofe
Do terrorismo?

À dramaticidade
Da tortura?

Ao sofrimento
Da descompaixão?

À insensibilidade
Da ambiguidade?

À tristeza
Que emudece?

À arrogância
Que asfixia?

Às esperanças
Frustradas?

Aos fantasmas
Dos medos?

Nada
Mais aterrador
Que cristalizar-se
Num estado
De maturidade!

No rescaldo
A sensação
De diluição
De algo
Imprescindível

Por vezes
A loucura
Só é lúdica
À distância!

Inserida por samuelfortes

⁠O Pregador de Predadores

Na
Supernova
Que
Se esvai
O que
Nos
Constitue

No Sol
Que
Se exaure

A vida
Que
Nos enche

No regalo
Do predador
A tragédia
Do que é
Presa

A vida
Se alimenta
De vida
Como
Entender!?

Na falta
De um
Predador
Natural
Predamo-nos

Inserida por samuelfortes



Minamata
Mina e Mata
A mina e a mata
A mina sem mata
A mina mata
Mina mata
Minamata

Inserida por samuelfortes

⁠Mudez

Mudo, mas não mudo muito
⁠Na esquina da cortina ao alto mar
Me vejo
Desejo de ser e tocar de vidro frio

Do horizonte cheio de montes baixos
Desembrulhar-me e ser eu
E raspar a tinta
Como os que me pintaram os sentidos

Nas grandes cidades
A vida é mais pequena
Na cidade, as grandes casas fecham
A vista e à chave
E as flores são cor da sombra

E tornam-nos pobres,
Porquê a nossa única riqueza
É ver.

Inserida por samuelfortes