Poemas Fortes
Livre Pensar
O que
Desenho
É cópia
Do que
Idealizo
Abstração
Alma
Do que
Me vai
No espírito
Saber
Do conhecimento
A tradicional
Nostálgico
Feito
De matéria
Dos sonhos
Inatos
Meu fado
É o de não saber
quase tudo
Sobre o nada
Tenho profundidades.
Não tenho conexões
Com arealidade
Poderoso para mim
Não é aquele que descobre ouro
Flambagem
Há fronteiras nos jardins da razão
Há uma batalha vencida nas coisas
Que
Escolhemos não repetir
Eu quero idolatrar a dúvida
Quando eu pronuncio a palavra futuro
A primeira sílaba já pertence ao passado
Quando pronuncio a palavra silêncio
Destruo o silêncio
Quando pronuncio a palavra nada
Crio algo que nao cabe no que ainda nao existe
Ao contrário do que muita gente imagina
A gente não nasce pronto e vai se gastando
A gente nasce não pronto e vai se refazendo
Nada é mais perigoso do que a certeza de ter razão
Remediação
Assentado
Na pedra
De assuntá
Observando
O que há
Pra observá
Com prazo
De validade
Vencido
Ainda
Na prateleira
Por descuido
Quem está Remediado
Remediado está
Soneto de Uma Tarde
Esse sol já não é mais claro
Nasce o Sol
E não dura mais que um dia
Por que é que o sol nasce de dia?
Quando não devias ser
Pois se de dia é tudo tão claro
O que sol vem aqui fazer?
Já que de noite anda tão escuro
Toda viela
É um mar sem fim
Depois da Luz vem
A noite escura
É que me deito e me penso à noite
É que ele deveria nascer
Que Ela Regresse
Andar
caminhar
Sair
Por aí
Sentir
O pulso
Da vida
ir
Ao Encontro
De
Um tempo
Em que
Culpa
Era
Desperdício
De emoções
Volatilidade & Hominídeo
Em uma semana de 8 dias
Onde
Confundo a Sexta
Como um sábado passado
Não consigo distinguir
Um campo verde
De um dia em que a noite
Trouxe cinzas frias
No corredor de ferro
Um trilho de aço frio
Talvez
Um gosto de saliva quente
Do corpo de uma assanhada
Uma fumaça
De
Um navio distante
Para um novo horizonte
Um tijolo enquadrado
Perfeitamente
Parece por si só
O aluno na sala de aula
O conteúdo nativo
O sarcasmo velado
Nós somos apenas
Mais um tijolo
Encantado em um muro
Estampado na sala
O conforto frio
Para
A mudança
A destruição do cerne
À remontar
Nossas cinzas quentes
Para árvores
Na ancestralidade do Homem
Talvez de novo o mistério
Morasse em seus olhos fundos
Um desgosto incoercível
Com seios moços no colo
Que sentem a ida e a vinda
Ainda, não sejam bem vindos
Não deixem marcas visíveis
Qual perfil que ele gosta?
Que não foi destruída
Por diversas
Gravidezes consecutivas?
No amargo da máscara
Na doce máscara menina
No imaginário deixar
Crescessem ventres
E
Não deixasse passar
Mais do que tristeza íntima
Pelo canto do olho
Tive uma visão fugaz
E virei para olhar
Mas
Já havia ido
Seja Como For & Venha Como Quiser
Sem pedir licença
Nem para tentar
Adentrou
Assustando a sombra
Daquele
Que não quer ver
Sem
Conferir o que é seu
No
Entusiasmo de maré calma
No balanço
De velejar
Os olhos
Perdidos no naufragar
De ondas cansadas
Atentado ao mar
Que chega à vista
Norte ou sul
Colorido nas luzes
À piscar
No sabor do vento
No exagero
Da vida eterna
Agora
Essa força contida
De nenhum ser
Aqui vou eu
Se é assim que se vai
Sem nenhum pudor
Sem medo qualquer
Sempre por amor
Sem desistir agora
Assim é o amor
Tece a verdadeira trama
Vive cada segundo
Como
Nunca o fez
No velho papel
De embrulho
Embaixo assinado
Ninguém
Sabe de quem
Sem medo qualquer
Seja como for
Seja por favor
Sempre à seu dispor
Venha como quiser
Dei um passo
E
O mundo saiu do lugar
Dei um passo
E
Meu mundo sai do lugar
Toda vez que dou um passo
O mundo sai do lugar
Afinal,
A melhor maneira de viajar
É sentir
Assimétrica
Hoje,
Sonhei que existia
Mais um estágio
De relacionamento
Chamado significante
Ali, sentado na cadeira de balanço
Como um pêndulo
Silêncio de uma sala
E no silêncio
A sensação exata
Nascem ondas de amor
Que
Se desfazem
O silêncio corre lentamente
Na dura esquina
Estracalha a vidraça
E deu
De sonhar
Que sonhar
É coisa
Do absurdo
Possível
Cada um
No âmago
De sua
Singularidade
A longeva saudade
Guardou a felicidade
Quando se perdia
No andar em círculos
A estrada é um labirinto
Em
Todos os dias da semana
Na dúvida
Em um dia qualquer
Quanto menos alguém entende
Mais quero discordar
Em um aperto de mãos
Do inevitável intocável
Estrangeiro
Na natureza do visível
Sensatez individual
Passageiro
Que
Não passa por aqui
Eu me sinto passageiro
Eu me sinto um estrangeiro
A mar
Rápido estado
Ancestral de um indivíduo
Que vem do vento
Um sossego, uma unção
Estado leve anuncio seu lugar
Leve estarei parado aqui
No seu lugar
E eu te espio da varanda
Indo embora
Mas você vem
Hoje a janela
Me ofereceu a paisagem
Ressuscitando formas
Era um sujeito
Realmente distraído
Na hora de dormir
Beijou o relógio, deu corda no gato
E
Enxotou o olhar pela varanda
Venha pra cá deixe de ser
Bem acanhado
Do seu ditado
Agitado
Cabelo ao vento
Do saculejo
Dessas roupas
No varal
A mar
De onde
Que tu tiras tantas ondas
De onde
Que tu tiras vai e vem
De onde
Que tu vens tão descolado
Prá onde vai só do seu jeito
Descansado
Volte amanhã bem de manhã
Aqui estarei
Prá ver de perto
Seu molejo
Arretado
Agitando o ar
No
Seu espaço confinado
Tomando a fresca
Tomo o ar
Quarando o corpo
Em alguns lugares estratégicos
Já foi mar
Voou por sobre as montanhas e cabeças
Fez dali seu Espinhaço
Passou por cima
Do seu mundo
Seu lugar
Busca
Bem de lá
De onde vem seu infinito
Se esperar
Possa estar marcado em horas
Rochas
E no nascer
De
Espectativas fulminantes
Lá vem o mar
Trazendo a fonte e o defronte
Cavalga ventos
E a voz do sussurrado
Ginetes pronto aparado
A cavalgar
Alados ventos
Sobe e desce das areias
Ao espairecer espalha
Espuma em seu olhar
Já sinto aqui
O seu perfume estrangeiro
Bebendo em tua boca
O perfume dos sorrisos
Que o vento forte acaba aqui
De me entregar
A Face Clara e Obscura da Clareza de Clarice.
Você tem paz Clarice?
-Nem pai nem mãe.
-Eu disse “paz”.
-Que estranho, pensei que tivesse dito “pais”.
Estava pensando em minha mãe alguns segundos antes.
Pensei - mamãe - e então não ouvi mais nada.
Paz?
Quem é que tem?
(Clarice Lispector)
....
Na sequência desta e outras Clarices, hoje, está claro no escuro de tempo sobrio aqui e acolá, eu ,cá comigo, penso na guerra e na Pátria Mãe, no País que não sinto que tenho, já nem irmãos se entendem igual no futebol, na política, na religião e se mata em nome de Deus que inexiste como um Muda.
Por isso, não se respeita a cor da pele e as adversidades da sociedade do consumo, não penso, logo existo!
A moral,está na cabeça e não no bolso ou entre o vão das pernas, é a liberdade no voto consciente.
Outro lembra do sonho, que não acabou, de construir um País que se faz de Homens e Livros.
Não passarão!
O Acertar de Bater de Palmas
A
Arrogância
Da estupidez
Não conhece
Limites
O instigante
Desconhecido
Origem
De tudo
Ao que
Parece
Ainda
Não acertou
A mão
"Povo armado
Jamais será
Escravizado!"
Com que
Dinheiro?
Em andamento
Algum mimo
Eleitoral
"Meu trabuco
Minha vida?"
O Tocar de Janelas
Do poste
Pela
Vidraça
A imagem
Serena
Peneirando
Chuvinha
Mansa
Deliciosamente
Mansa
Peneirando
Peneirando
Levando
Lavando
Sedimentos
E
Setimentos
O Poeta Lúdico e o Louco
Na insegurança
Das decisões
A angústia
Da ansiedade
Na incerteza
Do que está
Por vir
O temor
Onde
O tempo
Livre
De toda
Matéria
De que
São feitos
Os medos?
Quando
O tempo
De realizar
O que
Se aspira?
De recusar-se
A morrer
Sem ter
Vivido?
Que dizer
Da ética
Do agir
Sujeita
À ação
Da violência?
À tragédia
Do desamparo?
À submissão
Da incompetência?
À catástrofe
Do terrorismo?
À dramaticidade
Da tortura?
Ao sofrimento
Da descompaixão?
À insensibilidade
Da ambiguidade?
À tristeza
Que emudece?
À arrogância
Que asfixia?
Às esperanças
Frustradas?
Aos fantasmas
Dos medos?
Nada
Mais aterrador
Que cristalizar-se
Num estado
De maturidade!
No rescaldo
A sensação
De diluição
De algo
Imprescindível
Por vezes
A loucura
Só é lúdica
À distância!
O Pregador de Predadores
Na
Supernova
Que
Se esvai
O que
Nos
Constitue
No Sol
Que
Se exaure
A vida
Que
Nos enche
No regalo
Do predador
A tragédia
Do que é
Presa
A vida
Se alimenta
De vida
Como
Entender!?
Na falta
De um
Predador
Natural
Predamo-nos
Mudez
Mudo, mas não mudo muito
Na esquina da cortina ao alto mar
Me vejo
Desejo de ser e tocar de vidro frio
Do horizonte cheio de montes baixos
Desembrulhar-me e ser eu
E raspar a tinta
Como os que me pintaram os sentidos
Nas grandes cidades
A vida é mais pequena
Na cidade, as grandes casas fecham
A vista e à chave
E as flores são cor da sombra
E tornam-nos pobres,
Porquê a nossa única riqueza
É ver.