Poemas Fortes
Plataforma
Contra todos e contra ninguém, o vento quase sempre nunca tanto diz, tudo errado, mas tudo bem e, tudo quase sempre como sempre quis.
A evolução caminhou no sentido do afastamento das origens e melhoria do biótipo, que se manteve genuíno pelos caracteres dominantes.
Resumindo, um cão mal, porém adestrado.
Óbito Evoluído
Ter paciência, não é ser lerdo, já que isto é sinal de incompetência, pois o importante é ter, sem que o ter te tenha. Doença também evolui, mudando o estado da dor, até a morte.
Darwin, nunca utilizou o nome evolução como sinônimo de melhoria, ele usava o significado que ela possui em grego e que é mudança, evoluir significa em grego antigo, mudar, câncer também evolui, problema também se desenvolve e falência também progride, quando você morre, evolui para óbito.Portanto, não há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe.
Anacrônico
Se futuro é o passado em evolução,se ficar o bicho pega e se correr o bicho come,se juntar o bicho foge! Não é o outro que me preocupa, sou eu mesmo que me prejudico.
Renascimento
A educação contemporânea possui aspectos pré-renascentistas, e todo poder que vem servir e serve-se a si mesmo, esse é um poder que não se serve. Há três grandes virtudes, humildade intelectual, generosidade mental e coerência ética, isto é, ensinar o que sabe, praticar o que ensina e perguntar aquilo que ignora.
Intempestividade de um Criativismo
Relações superficiais e imediatistas, talvez um intempestivo e importante é ter, sem que o ter, te tenha. Isto é, não seja possuído pelo o que você possui, não seja propriedade de sua propriedade de existir.
Afastamento das origens
Para que, cara feia ? Na vida ninguém paga meio,ou senta e chora, ou levanta e enfrenta.O conceito de um ser supremo, criador do mundo, é produto da imaginação do pensamento humano. Cada indivíduo, por sua vez, transmite ao coletivo esta fantasia, através de uma ideologia ou religião. A fantasia volta mais forte e embota a mente. Se o Universo não teve começo, não tem fim e está em constante transformação, dialeticamente, é o próprio Deus, o qual, para Marx, foi criado pelo Homem e não o contrário. Mas, se houvesse um criador do mundo, da primeira forma de vida, das demais e do ser humano, como Ele seria?
No dia da Abolição da Escravatura, que mal lembram, vale dizer que, se existir, ele é preto e pobre.
Inverno em Acrópole
Dia frio, manhã distante do inciar remoto. O que temos é uma versão privatizada da modernidade e já em meio ao inverno, com sopro gelado, mais uma tentativa de homicídio, espiritual, volto ao início para incitar o cabresto, que montado à hegemonia de um setor flagelado em meio famigerado do não famígero.
Em tempos cinzentos de céu azul, porém frio, nasce o inverno em nossa estação. Se não ao inverno, a primavera não seria tão agradável: se não experimentássemos algumas vezes o sabor da adversidade, a prosperidade não seria tão bem-vinda e, estaríamos estacionados em uma estação perigosa, talvez familiar, como a primavera ou o senhor verão.
Hoje, a esfera pública se resume a um "palco onde se confessam e se exibem as preocupações privadas",e adverte contra as “comunidades-cabide", momentâneas, declara “o fim da era do compromisso mútuo”, alerta que “não há mais líderes, só assessores". E concluí: "Uma vez que as crenças, valores e estilos foram privatizados, os lugares que se oferecem para a reacomodação, lembram mais um quarto de hotel, que um lar vazio abaixo daquela ponte".
Duas de Dez
Com cruz de guiné, sal grosso diante de pé direito, pisando com pé esquerdo e de passo em passo, vou passando anilina azul, de um lado salpico e do outro, entorno.
A primeira, é por que são todos marechais in pectore, modalidade de nomeação de alguns cardeais quando o Papa não querem tornar públicas suas nomeações? Todos sabemos como ao militar agrada estufar o peito com medalhas e enfeitar os ombros com estrelas e afins. Fica a pergunta: por que não ostentar no corpo e no nome tão alta honraria?
Mas a cereja deste indigesto bolo de falta de vergonha e desrespeito, nos traz a segunda e bem mais profunda dúvida.
Como o fantasma do Coronel Brilhante Ustra, que para chegar a general teria que ter mais três promoções , general de brigada, general de divisão e general de exército: chegou a marechal, garantindo a cada uma de suas duas filhas uma pensão de R$15.307,90 enquanto o povo fica na fila dos ossos?
Como esta aberração, comparável apenas àqueles que o idolatram, conseguiu, apesar de condenado a eternamente beber o sangue, suor e urina dos que torturou, ser alçado ao marechalato? O lugar que junto a seus pares lhe foi reservado no inferno, é um lugar de onde jamais sairá, não importa sua patente nem o dinheiro sujo de sangue que alimenta suas proles e as de outros militares criminosos.
E todos viverão felizes para sempre, com a consciência tranquila, enquanto chafurdam na lama da falta de compromisso com a ética, por terem feito jus à nova patente em suas constantes guerras contra a democracia.
A nós, cabe apenas a certeza de que o péssimo ainda pode piorar.Alguém deseja a cereja do bolo ou a corto do pedaço em pedaços?
Servidos?
Classes
Na história do pensamento, muitos filósofos se caracterizavam por acreditar que aquilo que você vê no mundo da vida, as instituições, discursos, falas, conhecimentos, educação e a mídia, tudo isso não se explica por si só.
A explicação de tudo isso, está em uma espécie de subterrâneo e é preciso escavar, é preciso fazer uma espécie de arqueologia das causas e esses pensadores são chamados de filósofos da suspeita. Três, sem dúvida, Karl Marx, Sigmund Freud e Friedrich Nietzsche.
Marx acreditava que a explicação das ocorrências do mundo da vida, elas se encontram camufladas, escondidas numa infraestrutura econômica e assim, em qualquer sistema econômico considerado é ali que você encontra as verdadeiras causas das ideologias, discursos, denominações e de toda produção humana, a consciência resulta de como produzimos bens materiais em uma determinada sociedade.
No sistema capitalista haveria sempre dois tipos de agentes, no sistema capitalista a produção de bens se dá em torno de um critério jurídico que é a propriedade privada dos meios de produção, chamados de burgueses, e os que vendem sua força de trabalho, chamado de proletários. E a verdade que tudo aquilo que você enxerga, tudo aquilo que atravessa a nossa vida, está diretamente ligado a relação entre burgueses e proletários e como eles não se dão bem, estaria ligado à luta entre os mesmos.
Por isso, a luta de classes que o foi estudo do pensamento de Marx, é sempre convidativo para pessoas lúcidas, não porque concordemos e façamos disso um mantra, mas que possamos entender na história do pensamento, um momento chave que certamente determinou muitos outros que se asseguravam.
Razão pela qual, os grandes estudiosos do pensamento de Marx são curiosamente os seus maiores e ferrenhos críticos.
Eis a pretensão ilusória
A felicidade é uma pretensão ilusória de converter um instante de alegria em eternidade, felicidade seria aquele instante que você gostaria que durasse um pouco mais, aquele instante que não acabasse tão cedo, mas a felicidade é um lixo,não enquanto a alegria. O lixo da felicidade está na pretensão ilusória,mas a outra metade dela é linda.E nada inclui em meu juízo, que não se apresentasse tão claro e tão distante a meu espírito que eu não tivera nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida.
Essa página, pode não ser uma janela aberta para o mundo, mas é, certamente, um periscópio sobre o oceano do social.
Saltando para mais perto de hoje, o pensamento é uma coisa e, sem a qual e com a qual, o mundo continua tal e qual.
A filosofia não explica as grandes questões da humanidade, a filosofia muito menos tem a pretensão de explicar, a mesma, apresenta as questões para humanidade, ela mesma já denuncia a impertinência das reflexões que propõem.Por isso, a filosofia nunca explicou nada, apenas provocou e costuma-se associar a ideia de filósofo,hoje, como sendo uma atividade profissional e parece que para ser o mesmo, seja necessário ser professor, autor de livros, participar de bancas de mestrado e doutorado, em suma, ter uma vida acadêmica tradicional.
Ora, essa proposta é absurda, porque as preocupações da filosofia, elas são as preocupações de todo mundo, portanto, sabendo ou não, querendo ou não,todos nós filosofamos.
Ramalhete do Ontem
Eu sempre entendi, que os olhos e a boca são instancias mediadoras entre as almas pensantes de quem dialoga, portanto há uma certa desonestidade e um falseamento, uma quebra de autenticidade toda vez que você começa a dar volta para preencher com palavras um certo tipo de reflexão, que naquele momento da sua vida é incapaz de fazer. O não sei, ele é tão eloquente ,comunicativo de si mesmo, quanto o mais a profunda e pertinente reflexão, o não sei é tão útil para se escancarar, abrir, mostrar para o outro que é, do que o mais sofisticado das reflexões e, é por isso, que através de muitos não sei, eu pudi pelo menos garantir a todo mundo que um dia veio conversar comigo, e de maneira mais clara que eu pudi, a preciosa informação à respeito de quem eles estavam lidando,interagindo ou vivendo.
Sinuosidade e retilineidade
Tenho muito medo do mesmo,a mesma praça ,o mesmo banco, mesmo jardim,a mesma rua,mesma casa,mesmas pessoas e mesmo caminho. Em um mundo de grande mudança e velocidade, existe o prisioneiro do mesmo e quem sabe agente tem sorte, a mesma segue a coragem, mas repito uma coisa, coragem não é só uma disposição eufórica, você precisa prepará-la.
Nematóides salutíferos benfazejos
Em vez ou outra no ano de 2006, quase sempre, pois não poderia chover, antes de começar a aula da primeira turma do curso de Educação Ambiental da UFOP, exercia a atividade de me sentar no gramado das Oliveiras aos pés da Escola de Minas de Ouro Preto, às 7h da manhã.
Aos sábados pela manhã, fazíamos um sarau, lítero - filosófico - teatral . O assunto era livre e ia quem quisesse, ficava lotado. O que levaria um ser humano em sã consciência acordar cedo em um sábado,ver ou assistir uma pessoa falar de literatura, teatro e consciência ambiental ? Uma única coisa, fazer a cabeça!Assim como disse Clarisse, o melhor de mim é aquilo que ainda não sei, aquilo que desconheço e me renova, colocando numa rota de criatividade e de não esgotamento.
Em certa ocasião, obtive o prazer de ver passar por ali e se sentar ao nosso lado, Flávio Vespasiano di Giorgi, até o momento eu não sabia quem o era, e com ele, uma coisa especial aconteceu, nasceu em mim o que era poesia.
Di Giogi, disse algo de como controlar o entusiamo e não fazer com que a arte seja usada para humilhar, mas para encantar e em seu discurso comentou sobre o orgulho.
O orgulhoso é sempre alguém que tem mais de si em si mesmo, e portanto é necessariamente algo muito positivo, já o vaidoso é um orgulhoso equivocado, é um orgulhoso que não se conheceu direito, um orgulhoso que não soube flagrar em si mesmo as reais causas de sua alegria, é mais difícil ferir a nossa vaidade, justamente quando foi ferido o nosso orgulho.
Ao fim, disse: estou orgulho com a vaidade do não vaidoso duvidosos, em vocês.
Baú de Desejos Assassinados
Amar é desejar,nada de dramático, amor e desejo são as mesmas coisas, você ama aquilo que deseja, você ama aquele que deseja, você ama na intensidade que deseja e ama enquanto deseja.
A má notícia, é que se o desejo acabou é porque o amor acabou também, amor e desejo são as mesmas coisas. Nesse momento, a pergunta óbvia: se amor é desejo, desejo é o que ?
Desejo é a falta, desejo é aquilo que faz falta, desejo pelo que não temos e queremos ter, desejo pelo que não somos e queremos ser, desejo pelo que não fazemos e gostaríamos de fazer.
Agora temos a equação completa, você ama o que deseja e deseja o que não tem, e quando tem não deseja mais, como amor é desejo, então não ama mais. Funciona assim, simples e rápido e quando desaparece a falta, desaparece o desejo, como o amor é desejo, então acaba ali naquele instante.
Um ótimo exemplo é quando olhamos caixas de brinquedos de crianças, a primeira coisa que notamos é que tudo aquilo que era motivo de desejo para tê-los, acaba ali, em um baú de desejos assassinados pela presença, em um baú de desejos mortos pelo consumo.
Sino de bronze e neblina em prata, Ouro Preto.
O Trabalhador vende sua própria mercadoria, seu corpo, e se aliena na produção daquilo que não lhe pertence. Não pode vender sua alma e ser humilhado, se a escravatura não é má, nada é mau.
Estamos livres ? Não, as feridas não cicatrizaram e escravatura não foi abolida, na verdade ela foi generalizada, só que sem chicote.
A liberdade é a possibilidade do isolamento, se te é impossível viver só, nasceste escravo.
Hoje, 8 de Julho, o povo brasileiro celebra o dia do aniversário da cidade de Ouro Preto, talvez não a Abolição da Escravatura no Brasil. Eu sinto na pele o que é ser um negro... Eu me sinto muito bem, obrigado". Melhor um latifúndio de falas do que um deserto de ideias
Parabéns, Ouro Preto -Minas Gerais, pelos seus 310 anos.
Informação Alimentícia
Há pessoas que navegam na internet, enquanto outra parte naufraga, porque para navegar é necessário clareza para onde vai com a direção, e para navegar temos que saber o porque estamos fazendo aquele movimento com os remos.
Não se confunda informação com conhecimento, "comer bem, não é comer muito, comer bem é comer de forma selecionada".
A informação é cumulativa e conhecimento é seletivo, conhecimento é inesquecível, esquecível é a informação. O futuro é o passado em preparação e o que sobra é a obra, o resto soçobra.
Modernidade Líquida
Você pode saber o que disse, mas nunca o que o outro escutou, a liberdade é uma abstração. Somos o que repetidamente fazemos e a excelência, portanto, não é um efeito, mas um hábito. No triunfo da sociedade de consumo, quais as angústias da pós-modernidade ? É na liquidez do nosso tempo em constante veloz e mutação, que emerge o individualismo,insegurança e efemeridade das relações.
Sentimento oceânico
Sentimento peculiar, alguém poderia considerar-se religioso, ainda que rejeitasse toda fé e ilusão, um sentimento de vinculação indissolúvel e de comunhão com todo o mundo exterior.
Sentimento oceânico e o meu eu diluído no todo, o afastamento entre mim e o outro.
Já, nela
No sábado, o condado da Direita sem calçada e de pés descalços sujos sem calçado, aumentou à fome que se alastra nos lastros das fundações sem alicerces, estivas e bases, mas aceso e baseado, estão plenos e com gente com vírus Delta solto pela praça.
As ruas estão no inverno, pegando fogo.
O "almoço" durante o jantar, no restaurante à francesa, escrito à L'amitié, na rua Conde de Bobadela é uma boa pedida.
Um couvert de cenoura crua, pepino em tiras, patê de azeitona, berinjela, grão de bico calado e pão francês cortado à cabeça na guilhotina da Bastilha.
Não há beleza requintada sem alguma estranheza na proporção.
E não acredite em nada que você ouve, e apenas em metade no que você vê.
Nesse tempo de língua solta e barata, ela é uma boa pedida.
Dia atípico
Cansei a cabeça descansada do martelo e empoeirado pelo tempo, descansando à minha já cansada.