Poemas Fortes

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Martelo Comunista


O Homem se fez e se faz no trabalho, desde quando um aleijão virou o dedão de lado, pois resultou na pegada da pinça entre dois dedos. Pôde segurar mais bem a comida, pegar as frutas, arrancar as raízes, catar as sementes, os seixos, com o auxílio de uma alavanca em ponto de apoio deslocar as pedras e o mundo, e com o martelo quebrar. Com o cinzel e um pincel, com pigmentos orgânicos e minerais, pintar, e com as mãos levantar as casas.
Dominou o mundo e produziu, perdeu o controle da produção e se alienou, pois quem constrói a casa, faz o pão e a plantação, em geral, não tem teto e até passa fome se vendendo e se acabando no trabalho físico sem ficar com a mais-valia que se multiplica no capital com trabalho alheio.
É a vida, mais menos que bem vivida, mas em si o trabalho deveria dignificar o Homem, quando constrói até a cerca que delimita a propriedade privada que completa o domínio do capitalismo.
É isso que se faz no trabalho, ganham pouco, se exauri e aumenta o capital e garantia da propriedade privada que a delimita e impede o invasor.
O dinheiro e cerca são os símbolos do capitalismo. Assim como o martelo cruzado com a foice o símbolo do trabalho e da sua libertação.

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Eleição

Novamente
De novo
Eleição

Tá no rádio
Jornal
Televisão

A escolha
É sua
Atenção

Sua arma
É
Seu voto

Tira Deus
Da
Confusão

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Entre o Foco e a Distancia Objetiva


Democracia
Espelho
Assustador

Nos vemos
Nos políticos
Que elegemos

Quebrá-lo
É azar
Na certa

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BR 116

Viajar
Viajou
E como

Por onde
Jamais
Ousou

Viajou
No tempo
Certo

Tempo
Certo
De viajar

Na mente
Muita
Memória

Memória
É bom
De lembrar

Memória
É vida
Que segue

Memória
É bom
De cuidar

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⁠Aguardente


Um executivo
Que elegemos

Um legislativo
Que elegemos

TAMBÉM TEMOS!

Um judiciário
Diversas polícias
Forças armadas

SÓ NÃO TEMOS!

As necessárias
Garantias
De segurança
E tranquilidade
Para tocarmos
Nossas vidas

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Poisé

É horrível assistir à agonia de uma esperança. É preciso ter o caos dentro de si para gerar uma estrela dançante e, se a princípio, a ideia não é absurda, então não há esperança para ela. ⁠O desespero eu aguento, o que apavora é essa esperança.

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A Tempestade e o Tênis Molhado

De sol
Que resiste
Em nascer

Irradiar
Luz
Calor
Esperança

Brilhar
Iluminar
Abrir
Caminhos

Em tempos
De estranha
Dança

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Drama Equilibrista


Entro num Drama
Ou
Saio de uma Comédia ⁠

Entrei em um Drama
E
Saio como Comédia

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⁠Kantianamente

Kant, como Everest da filosofia. Tento ler, mas sou brutalmente humilhado, estou fazendo uma jornada para chegar aclimatização. Naturalmente que Kant, exija paciência, já que a repetição de palavras é devido à semiologia geográfica e às influências do pensamento local. As teorias tridimensionais vêm da semiótica do verbo alemão e poesia.
Assim como a kultur, que é cultura em alemão. Eu olho desde Friedrich Ratzel, para resolver o problema Estado-Prisão. Como sendo a Filosofia geográfica, ela por si só é essencialmente linguística e hermenêutica. Conheçamos e prossigamos

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Areia Fria Sobre Pés

A cabeça enterrada nos ombros
Qual a escura rosa sem aste
Não há saudades mais dolorosas
Do que as das coisas que nunca foram

Foi tão bom, tão bonito, tão completo,
Que a gente nem fotografou
Nem localizou, nem postou,
Apenas viveu

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Anastomosados e Entrelaçados Rios


⁠Tudo o que dorme, é criança novamente. Talvez, porquê no sono, não se possa fazer mal e se não se dá conta da vida, o maior criminoso, a mais fechada e egoísta arquitetura visual, ao estar longe de nossos demônios que vivem ao apagar das luzes, e que corre pelos corredores ao tocar apagador, enquanto dormimos, há a segurança e, o eterno retorno, nos desperta e não nos fazem mais espertos, nos coloca diante do corredor e do apagador, que, pode estar aceso ou apagado. O tempo passa rápido é água de rio que não volta.

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⁠Aniversário com 10 pessoas
É o mesmo que passar sozinho,
Só que gastando mais.

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Ser Tão Nordestino

⁠Andano
De pé
Descalço

Andano
De pé
No chão

Pisano
Terrinha
Fria

Ou quente
Se é
Verão

Saudades
Sentiu
E muito

Do tempo
Em que isso
Era bão

Bem bão
Era bão
Como era

Bão mesmo
Danado
De bão

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Desanuviar o Olhar.


Tal qual o poeta
Venho colecionando sóis

Para

Que minhas retinas
Não esqueçam do que é bom

As coisas têm o valor do aspecto
E
O aspecto depende da retina

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O Astronauta de Mármore

Viajar
Viajou

Não viaja
Mais

Fantasiar
Fantasiou

Não fantasia
Mais

Glamourizar
Glamourizava
À tudo
À todos

Todo
O tempo
Que

Não mais

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⁠O Mito de Sísifo

Segundo Camus, o suicídio é o único problema filosófico. Muitos visualizam no suicídio, somente uma maneira de conseguir o que almejam, a saber, extirpar o absurdo da existência. Então, provavelmente, ou é um pico de angústia muito alto, aliado a essa não subjetivação ou um pico, uma angústia contínua e perene que vive como ruído. É um pico de sofrimento tão alto e com pouco recurso para simbolizar esse sofrimento, você tem como defesa, desafetar, ficar em uma lógica um pouco cool, sendo mais da metade Blasé, sendo expert em defesas desinfetantes ou maníacas, indo ao movimento do consumo e se entretém e, quando você entra no olho do furação e enxerga sua própria vida, história, você mesmo não tem recurso, não tem pensamento, não tem formação psíquica, não possuindo conteúdo mental, verbal, simbólico, físico, sem linguagem, potencialidade, se ausentando da inteligência psíquica, cognitiva, para fazer face à vida, e se extingue o conhecimento e a consciência. É muito mais como uma defesa para uma angústia, para um afeto muito avassalador do que uma decisão de que está bom para mim.

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⁠Regionalismo Mineiro

Apito
De trem
Que
Lá vem

Apito
De trem
Que
Envem

Apito
De trem
Faz tremer

Trem
De saudade
Passageira

Trem
Que não
Vai passar

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O Assuntá de Assentados

⁠Um
Gostoso
De
Se sentir
Bem

Manhãs
De domingo
Na pracinha

Turma
De sempre
Reunida

Alí

Assentados
No degrau
Da porta
De aço

Um
Encostar
De corpos

Divina
Sensualidade
Contida

Céus
E terra
Se
Fundindo

Secretos
Amores
Nem tanto...

Tempos
De adolescentes
De
Outros tempos

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Descarrilhado


⁠Natureza
Pra ser
Natureza

Precisa
De quatro
Estação

Trem de ferro
Esse trem

Só de uma
Só uma
E tá bão

Café com pão
Café com pão
Café com pão

Muita força
Muita força
Muita força

Vou depressa
Vou correndo
Que só levo
Pouca gente

Pouca gente
Pouca gente
Pouca gente...

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Solidão Aristotélica


Armei minha solidão
Pra me defender
Do pecado da existência

Sem suprimentos
Matei-me com um sorriso
Morto pendurado de esperança

Fui acusado de ilusão
Meu Paradoxismo
Era muito radical

No final do meu surto
Ninguém sabia dizer
Se fui bom, ou era mau

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