Poemas Fortes

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⁠O Gueto

O gueto está cheio de medo
Lá fora os nazistas se espalham
debocham, irritam,
debocham, gargalham

O sorriso não anda na boca dos brutos !

A polícia fascista cercou todo o gueto
Reprimem e prendem e batem
em judeus, operários e pretos
Mas nunca sorriem porque

O sorriso não anda na boca dos brutos !

O gueto está cheio de gente
sofrida, oprimida
é gente sem pão e sem condição
que sente, que sente, que sente que

O sorriso não anda na boca dos brutos !

Fascistas se sentem tão machos
Machucam e ferem
passam esculachos
nunca esperem ver

O sorriso andar na boca dos brutos...

Usam tarjas pretas,
camisas verdes, suásticas,
e tratam mulheres, meninas
qual bonecas de matéria plástica.

O sorriso não anda na boca dos brutos !

Desmandam e mandam, dominam
até que um dia a boca se solta
a mão prepara o revide
e se concretiza a revolta

E nesse dia, com muita certeza,
O sorriso não andará na boca dos brutos !

Inserida por samuelfortes

A Roda


Sentindo todo o corpo deitado na nossa realidade, sentindo toda verdade escorrer pelo corpo e entrar por uma fresta, sem saber ao lado de um sol que talvez não vê chuva e sentindo o calor e frio, me deito. Na vista do horizonte que empurra meu olhar para longe de todo céu, ao esperar o rio que vai e pode não vir e ser emergente em meu momento, e que não sejam impressos e que fiquem por imprimir, faz com que os pequenos e para além de nossa visão sem ter amor e sentimentalidade alguma, esperança, mas que nos dê as rodas.⁠ Para onde veio, volta depois.

Inserida por samuelfortes

⁠A morte de Deus

Aironia de um existir é muito inteligente, pois revela, de forma lúdica, verdades em que muitos se enxergam mas não se reconhecem pelo simples fato de estarem com as mentes enraizadas pelos conceitos criados pela sociedade. Somos uma folha em branco quando nascemos, mas cada sociedade, cada grupo humano que vive de rótulos, nos transcreve a sua "verdade". Talvez, com essas saborosas ironias, a libertarmos desses rótulos que nos prende e escraviza. A verdadeira liberdade é a consciência que temos de nós e como a lidamos perante o mundo, sem o medo característico imposto pelas crenças mundanas com aparências espirituais.

Inserida por samuelfortes

Assinado

⁠Eu diria que ao contrário como no século 19, quando Nietzsche disse que Deus está morto, quando os liberais anunciaram a morte iminente de deus. Que os liberais estão mortos e Deus vai bem.
Deus está morto, assinado Nietzsche.
Nietzsche está morto, assinado Deus.

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⁠Torna-te necessário a alguém
Observe o estímulo, "Cada pessoa é responsável por todas as outras", essa frase seria ótima para a campanha de racionamento de água. Solidarizar ao próximo é algo normal, afinal, há um sentimento de compaixão em várias circunstâncias, mas muitas vezes essa solidariedade não se torna uma ação efetiva. Cada vez mais, especialmente no contexto de pandemia, a angústia individual e coletiva se acentuam.
Encontrar pessoas com vela acesa até que é comum, todavia, poucos estão dispostos a compartilhar com o próximo.

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⁠Tic Tac, visível

Acordo de noite, muito de noite, no silêncio todo. Hoje, 13\12, foi o dia em que vi as luzes se apagarem e um sufocar de medo em meio à correnteza de uma enxurrada da chuva que caía há 25 anos. Chuva fria e sinto cada gota, sinto o olhar de medo e sem mais nada o que fazer, não mais acordava. Naquele momento, era o nascer do apagar de várias lâmpadas de natal, o perder de várias luzes natalinas, o desenrolar de medo e solidão. De chinelos havaianas, água por entre os dedos e corrida na noite fria, escorregar de chinelo, naquela hora em que toda havaiana é famosa e reconhecida, quando se solta ao meio entre o polegar, não há mais tempo para baixar e prender, melhor deixá-la assim mesmo que a correnteza levará, assim como levou o tempo e o sangue.
O desacender de árvores, apagar de sorrisos, decorrer do vazio, no tratar dos pássaros e mergulhar no profundo lago da lamentação. Dorme, nós temos luzes, só tem , neste lugar, a humanidade de nossas duas janelas.
Neste momento e lugar, ignorando-nos, somos toda a vida e, sobre o parapeito da janela da traseira da casa, sentindo húmida da noite a madeira onde agarro, debruço-me para o infinito e, um pouco, para mim.

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⁠Trem Algum


Na vida
Tudo
Corre bem
Na velocidade
Da demora
Necessária
Da viagem
De trem.

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O Acenar de Lâmpadas

Há que
Se recorrer
À Caixa
De Pandora

Abri-la!

Em busca
Da
Espera-se
Não tardia
Esperança

Em algumas
Tradições
Associada
À Eva

Em outras
Ao Corvo

Nestes tempos
À imagem
De Psique´

Resta-nos
Apenas
Insistimos

A Esperança!

Que
Nos encanta
Com
Seus segredos

Inserida por samuelfortes

Xistosidade


De há muito
Caminhando

Em
Sua trilha
De caminhar

Vez
Por outra
Assentando

Em
Sua pedra
De assuntar


Sem pressa
Caminhando
Assentando
Assuntando

Inserida por samuelfortes

Tanto quanto e menos quando

Quanto
De ansiedade
Da ansiedade
De
Cada um

De angústia
Da angústia
De
Cada um

De tristeza
Da tristeza
De
Cada um

De emoção
Da emoção
De
Cada um

De alegria
Da alegria
De
Cada um

De instante
Do instante
De
Cada um

De expectativa
Da expectativa
De
Cada um

Quanto
De vida
Da vida
De
Cada um

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Na Carroça

De
Poucas letras
Nem por isso
Menos
Observador

Talvez
Por isso
Mais livre
Para
Imaginar
Coisas

Sem
As limitações
Que
O conhecimento
Paradoxalmente
Por vezes
Impõe

Vez
Por outra
Se põe
Viajando
Imaginando
Coisas

Perguntas
Sempre
Perguntas
Sempre
Se
Perguntando

E

A vida
Seguindo
Em frente
Passando

Inserida por samuelfortes

⁠Servidão

Pior surdo
O que ouve
E finge
Não ouvir

Pior cego
O que vê
E finge
Não ver

Cômoda
Conveniente
Perigosa
E
Melancólica
Submissão


Servidão
Voluntária

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⁠Encostado em Rosário

Gostar
É gostar

Amar
É amar

Distintos
Em seus
Universos

Gostar
Suporta mais
A carência

A carência
De amar
Faz morrer

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⁠Saudosismo

Pode
Até sê

Mas
Nada como

A delícia
De aguardar

A sessão
De cinema
Das tardes
De domingo

A expectativa
De possíveis
Emoções

Inserida por samuelfortes

O Café em Renato

Aroma
De café
Do quintal

Coado
Em coadô
De pano

Chuvinha
Manhosa
Que só

Espiando
O tempo
Passá


De besta

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Nada comum



⁠Motivador
Cotidiano
De nossas
Crenças

Adrenalina
De quem
Crê

Transcende
A
Razão

Uma
Esperança
Sempre

O que
Creio
Existe

Inserida por samuelfortes

⁠Foliações verbais

Quando mais
Não resta
Na trilha
Em que anda

Caminhá!

Vez por outra
Na
Sempre ali
Providencial
Pedra
De assuntá

Assentá!

Matutando
Sempre
Se há muito
Até onde
Qué chegá

Na capanga
Seu segredo
Seu graal
Pedra filosofal

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⁠Chega de Saudade

Saudade
Essa coisa
Doida

Doce
De sentir
Doída

De soslaio
Piscando
Cumplicidade

É coisa
De não ter
Idade

Tempero
Na ventura
De viver

De durar
Pra sempre
Eternidade

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Tiranete e Milícia


Bão balalão
Senhor capitão
Espada na cinta
Refém do centrão

Inserida por samuelfortes

⁠Melancólica Servidão

A fragilidade
Existencial
Que assola
Nosso emocional

Tem
Nos levado
À busca
De lideranças

Que
Nos indiquem
O caminho

O
Que pensar

Q
Que fazer

Como
Agir

Perigoso
Comodismo

Melancólica
Submissão
À servidão
Voluntária

Inserida por samuelfortes