Poemas famosos de Silêncio
*A falta de você*
Sua ausência me preocupa
Espanta-me
Deixa-me com um nó na garganta
Será que é minha culpa?
Seu silêncio me enlouquece
Faço várias preces
Ainda não sei o que lhe entristece
Já vejo que você padece.
Ficarei na torcida
Até que você conecte outra vez com sua vida
Voltando a ser aquela garota atrevida
Deixando-me comovida.
Com o brilho no olhar
Estarei a te esperar
Pois essa fase logo irá passar
Não importa o tempo que durar.
No meu coração você já tem seu lugar!
NÓS SABEMOS
Seu coração bate no peito, mas o silêncio corriqueiro te deixa escutar.
Você claramente se sente só, a multidão já percebeu, e ainda continua a se esquivar.
É nítido a dor que está sentindo, mas cadê sua força para puder gritar?
"...Tudo se mostrava tão extenso, agregado,
Que nesse instante, dentro do teu silêncio,
Era como se uma profundidade entre nós se cingia.
Então, coloquei-me a teu lado, respirando-te.
Permanecemos emudecidos, por dentro acolhidos,
Guardando infinitos abraços em nossas almas..."
Carlos Daniel Dojja
In Fragmento Poema Recolhimento
"...Amanheço-me, de tua pele.
Anoiteço-me de tua boca.
Desperto-me, se me deixas o tempo.
E porque rasgamos o silêncio,
tua palavra ventre, me nasce..."
Carlos Daniel Dojja
In Fragmento Poema Amanhecimento.
“...Temos que aprender a ouvir,
O ainda desamanhecido na boca do dia,
E que se traduz no falar de cada voz,
A escorrer no tempo que nos habita.
Porque ao longo do percurso,
Não há silêncio que não desperte...”
"... Não quero a prudência,
do silêncio que não ressoa.
Vou inventar-me de sonhos,
ainda não vistos..."
Garimpar o Olhar da Alma
O garimpeiro ora a jazida.
O jardineiro colhe a flor da terra.
O pescador se faz rede de enlaces.
O que você faz?
- Eu avisto tempos com a sagração das palavras.
E o que lhe dizem as mesmas?
- Me ensinam a pensar silêncios e a descosturar ausências.
Então te sente bem eu nada ver de concreto?
- Tudo o que eu pressinto me será nascido ou repartido.
Mas como é nascer após já ter vindo ao mundo?
- É colher-se revelação e não ter-se assombro da existência.
Pois bem, nada temes, presumo?
- Ao contrário, receio os seres que não vêem com a alma.
Mas para que servem os olhos?
- Para elaborar estéticas.
É na alma que o olhar depura as essências.
Não tenho medo da solidão.
Ser só em meio à multidão, sempre me trouxe um certo alivio. Nunca gostei de fazer parte das massas. Minha singularidade me permite ser o que eu quero.
Deus me livre desses olhares que julgam, condenam e crucificam.
SILÊNCIO OPORTUNO
Não argumente com Ignorantes
Eles possuem mais experiência em Ignorância do que aquele que tem Sabedoria.
Após anos de solitude, bateu uma vontade de estar em silêncio ao lado de alguém que também desejasse do mesmo Silêncio...
Rubenita Simey
Solidão Silenciosa
Em quartos vazios, a solidão reside,
Um eco vazio nas paredes canta,
Um coração solitário bate em segredo,
Nas madrugadas longas e malditas.
Palavras não ditas, pensamentos sós,
Um vazio profundo em cada olhar,
Na solidão silenciosa, a alma chora,
Por um abraço, por alguém a amar.
Silêncio
Olho para as árvores
Suas folhas caindo
Sem nenhum barulho
Numa brisa invisível...
Mudam as estações
Outras nascem em seus lugares
É o vento que sopra suavemente
Como as nossas vidas
Que movimentadas ou não
Se esvaem em total silêncio
Tempestade....turbilhão de sentimentos....
Abismos traçados.....noites de insônia...
Com negros buracos....explosão do momento....
Gestos perdidos...rasgadas num sonho...
Na pele de um sorriso.....atiradas ao tempo...
Tempo de lutas...feitas num momento....
Frágil como uma criança.....
Rostos iluminados...doces angelicais....
Dá-me o brilho para tirar estas máscaras...
Onde as palavras gritam..
No silêncio da alma..
Noite fechada......à procura da verdade..
Sangram de dores....dores antigas...
Alojadas nas trinchas das paredes de casa...
Regaço branco...de uma palidez...no corpo...
Doente...sem paz.....sem coração..
Num turbilhão de sentimentos...rasgado pela tempestade...
Tempestade....de abismos traçados...com negros buracos.!!!
De olhos abertos
Olho para o teto,
Reflito, penso, e nada.
É como olhar para o vazio
E não encontrar uma só resposta.
É ficar de frente consigo mesmo,
E descobrir que o silêncio
Fala, instrui, ensina.
É perceber que existem pessoas
Que conseguem ser mais vazias que o próprio teto.
Saber fazer de tudo um aprendizado,
E tirar proveito de coisas simples,
Ver que um simples olhar para o teto,
Já quer dizer muita coisa, e assim
Descobrimos que não estamos vazios.
Não é que o outro o incomode, é que tu se incomodas com o outro;
Não é que o outro seja mau, é que teus olhos não veem a bondade;
Não é que o outro não o ame, é que te falta amor por si;
Não é que o mundo seja sombrio, é que é essa a tua disposição em enxergá-lo;
Não é que não haja luz, é que tua visão ainda é turva;
Não é que te falte o suprimento, é que ainda não observaste a riqueza ao teu redor;
Não é que tu sejas solitário, é que ainda não olhaste para dentro;
Não é que tu não tenhas paz, é que não compreendeste a bênção do silêncio;
Não é que tu não tenhas conhecimento, é que não se permitiste a observação;
Não é que tu não sejas sábio, é que não sabes o que é ser vácuo.
Ricardo Cabús
Silêncio
(Cacos Inconexos)
Não te perdoo
Por me frustrares
Silêncio
Te quero
No meu tempo
Comigo
Não me desperte do meu silêncio
não me prive dos meus sentidos
dilato meus poros e minha pupila
me recolho no direito à contemplação
estreito meu nexo, o fora
isco o vazio
o nada me apetece
esse momento não me alimenta
lamento por eles
passo desapercebido, gélido,
não existo fora de mim!
São os afetos
Na ausência de quem dá.
As lágrimas derramadas.
De quem queria bem.
No meio de tantos versos.
De tantos verbos
Exclamados
Lidos
Não lidos
Esquecidos
O melhor recanto, que seja o silêncio.
Só o silêncio!
SOFRESTES
Sofrestes na agonia de um delírio
Em águas turvas e distantes
Sofres-tês de um passado longínquo
De um flutuar e um esquecer
Sofrestes pela lágrima caída
E aquela a correr e escorrer
Sofrestes pelo dessabor e amargor
Pela cólera e o abandono
Contudo sofrestes por esta não suportar
Oh costela e a ti abandonar.
Sem nada restar, em um breve
Ressoar, um murmúrio
Uma lágrima e um silêncio deixar.
(Marta Freitas).
Cruzámos.
Os nossos olhares cúmplices.
Falámos muito, mas...
Talvez não me recorde do quê.
Senti o teu olhar.
Como o calor dos nossos corpos.
Onde crescia o desejo.
Desejo natural.
Tornámo-nos murmurantes...
Nos silêncios
Nos gestos
Nos sentimentos
Sentados no escuro do quarto.
Olhámo-nos sem maldade.
Recordámo-nos onde que nos conhecemos.
São ermos os nossos caminhos.
Com luar
Com rosas
Noites silenciosas
Com calor
Apesar de tudo...
Estávamos vivos e apaixonados.