Poemas Famosos de Morte
Turno à Janela do Apartamento
Silencioso cubo de treva:
um salto, e seria a morte.
Mas é apenas, sob o vento,
a integração da noite.
Nenhum pensamento de infância,
nem saudade nem vão propósito.
Somente a contemplação
de um mundo enorme e parado.
A soma da vida é nula.
Mas a vida tem tal poder:
na escuridão absoluta,
como líquido, circula.
Suicídio, riqueza ciência...
A alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distância.
Triste farol da ilha rosa.
Por milhões de anos, os primeiros homens acreditaram que a morte era o único fim do indivíduo e que a dor, a tristeza e a melancolia eram inevitáveis e incuráveis. Estavam de tal maneira habituados a ver constantemente a morte e a dor (inclusive a morte de filhos e irmãos jovens), que as consideravam um fato corriqueiro e irremediável. E, assim, abandonavam os corpos e não os sepultavam, da mesma forma como fazem os animais ainda hoje.
Depois, em um certo momento, os seres humanos "descobrem (isto é, inventam) o outro mundo: podemos inclusive datar essa descoberta, porque coincide com a construção da primeira sepultura. A mais antiga, de noventa mil anos atrás, foi encontrada em Belém, na Judéia, que é também o lugar de um famoso berço. Desde então, o homem é o único ser vivo que enterra seus mortos, talvez por medo do contágio, do mau cheiro e do nojo causados pela putrefação.
Mas isto não explica por que deixavam, ao lado dos corpos, também utensílios e objetos preciosos que deviam ajudar o defunto na outra vida. Fica evidente aqui a esperança de que o corpo ressuscite e de que exista uma vida ultraterrena num outro mundo que fica além deste.
Em resumo, há noventa mil anos criou-se esta primeira e grande consolação, que suaviza a idéia do fim definitivo.
A Morte dos Girassóis
A morte dos girassóis se dá efetivamente
quando eles se convencem de que o sol
nunca mais voltará para o seu girar.
Padecem de ignorância os girassóis,
porque o sol sempre volta.
Para os homens, casamento pode ser um arranjo político. Para mulheres, é como uma sentença de morte.
(Rhaenyra Targaryen)
Viva,
Mesmo quando não houver razão...
Porque, pode ser que quando haver razão,
A morte te impeça de viver.
O rei Davi disse: ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei a mal algum.
Só se pode não temer esse tipo de "mal", quando se passa pelo vale da sombra da morte.
É o único meio para se saber se se está pronto para temê-lo ou não.
Nós somos vida das gentes,
e morte de nossas vidas;
a tiranos pacientes
que a unhas e a dentes
nos têm as almas roídas.
Meu Deus, Vou Morrer...
Trabalho com a morte
Dia após dia, "sempre".
Todos os dias vejo uma
Vida deixar este mundo.
Apesar desta "vivência",
Talvez pela louca rotina,
Talvez pela luta pela vida,
Não percebo minha finitude.
Quero dizer, não percebo
Que também vou morrer...
Ou melhor, quase esqueço.
E quando então lembro que
"Meu Deus, vou morrer...",
Iluminado, sinto: "Sou vivo!"
O amor não é cego.
Cego é aquele não o sente, pois o amor transforma
escuridão em luz,
morte em vida,
comum em especial,
feio em bonito,
tristeza em felicidade,
frio em calor,
desânimo em força,
desejo em realidade,
sonho em carne e osso,
deserto em jardim,
tempestade em arco-íris,
grão em infinito,
analfabeto em poeta,
olhar em ponte,
ego em alter,
eu em nós.
Quero aprender a viver com a morte
Porém tenho muito azar na sorte
Sou mais um jovem apaixonado
Com o coração não muito forte.
A Morte
Não sabemos o que vem depois,
Não sabemos por quê vivemos.
Mas temos certeza de nossas vidas,
Certeza que um dia partiremos.
Partir para algum misterioso lugar,
Em nossos conhecimentos: nos libertará.
Encontraremos a tão sonhada paz, talvez.
Mas eu sei que la no ceu um dia estaremos:
Se pode haver estrelas tão belas,
Um sol escaldante, e uma lua amante,
Por que não um anjo em vida outrora?
A morte é um misterio que tentamos planejar,
Tentamos desvendar. Mas sabemos que iremos encontrar,
Mas não sabemos onde, nem quando ela virá.
Resta viver e esperar o triste e alegre fim que é a morte.
Até que a morte os separe
Quando o amor morreu para você,
Você morreu para mim.
Mas quando o amor morreu para mim,
Eu morri para mim mesma.
[Com uma diferença: Sem poder descansar em paz.]
Mas tal como é, gozemos o momento,
Solenes na alegria levemente,
E aguardando a morte
Como quem a conhece.
Pelo estreito corredor da morte
Hoje quando eu soube estar tudo acabado
vi que não são minhas suas palavras,
que não é mais meu o rosto beijado,
E aflita
Agora grita em minha alma brava!
Choro tarde, e para você notar, Hasteio
a bandeira da dor num grande mastro
E enquanto o coração lhe bate em cheio
e lhe afaga,
minha vida se apaga, como se apagam seus
rastros!
Choro, porque tateei o amor com descrença
o amanhã será ontem dentro do meu ser
e o ontem e o hoje não terão diferença
será sofrer,
Será viver pelo simples fato de viver!
Hoje eu não vejo, nem sinto a primavera
me perco sem ver o sul, oeste, leste ou norte
E meus sentidos em compasso de espera
paralizam
E deslizam pelo estreito corredor da morte!
Meu coração esta sangrando
Mergulho cada vez mais na escuridão
A morte esta chegando, meus olhos estão fechando
Minha respiração perde o ritmo
Minha alma esta sendo sugada
“Vejo minha vida passar diante dos meus olhos, os segundos estão se esgotando”
Tento respirar, mas já não tenho mais ar!
Os Abutres Estão Prontos
Carne, ossos e miolos, espalhados pelo chão
Fim da vida, chega a morte, logo a putrefação
Muito tempo se passou, e o cadáver lá deixado
Vermes, moscas e micróbios, corpo seco e retalhado
Os abutres estão prontos pra devorar a carcaça
Jaz um corpo na estrada, que sofreu uma desgraça.
Cantar... cantar...
sem amarras.
O tempo não tarda,
e a morte não poupa
nem os passarinhos
e as cigarras.
A morte não tem preconceito
Rica, pobre, branco, negro...
Todos ela vem, todos ela pertence
Semelhante a uma faixa
Sua visão se ofusca
Mata de olhos cobertos
Nada sente, nada busca
É moral e Imoral
Além do bem ou mal
Que cure a última doença
Seja o médico do espírito mais leve
Pois o meu está pesado
Ficarei mais um pouco
Se me permitir, é claro.
As palavras de ódio têm efeitos mortais, mas a mente… ela transforma essas palavras na própria morte.
Agora imagina o efeito que a disseminação do amor não faria?
[Se as pessoas se importassem com os efeitos delas.]