Poemas Famosos de Amor

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Quando o amor é sincero ele vem com um grande amigo, e quando a amizade é concreta ela é cheia de amor e carinho

que pode uma criatura senão,entre criaturas,amar?
Amar e esquecer,Amar,desamar,amar?
Sempre,e até de olhos vidrados,amar?...

Vamos buscando a emoção
que não podemos encontrar
neste tédio sempre igual
que nos envolve o coração.

Enfermos deste eterno mal
que antes que nasça algum amor
alegrará com sua canção
esta amarga solidão,

o matará com sua dor
que soa como perpétuo
e lento toque de maldade
dentro do nosso coração.

Vamos buscando a emoção
que não podemos encontrar
e desejamos com ardor.

Não sei o que sinto, não sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.

Fernando Pessoa
Livro do Desassossego por Bernardo Soares. Lisboa: Ática, 1982.

O meu amor eu guardo para os mais especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso. Erro, admito. Aprendo, ensino. Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade. Conservar algo que faça eu recordar de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te.

Entre as diversas formas de mendicância, a mais humilhante é a do amor implorado.

Carlos Drummond de Andrade
O avesso das coisas: aforismos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

E um amor arruinado, ao ser reconstruído, cresce muito mais belo, sólido e maior.

Tenho amor a isto, talvez porque não tenha mais nada que amar - ou talvez, também, porque nada valha o amor de uma alma, e, se temos por sentimento que o dar, tanto vale dá-lo ao pequeno aspecto do meu tinteiro como à grande indiferença das estrelas.

Ainda que chova, ainda que doa. Ainda que a distância corroa as horas do dia e caia a noite sem estrelas, o mundo brilha um pouquinho mais a cada vez que você sorri.

Ainda que esta seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que eu lhe escrevo.

Pablo Neruda
Presente de Um Poeta

Nota: Trecho de "Poema 20". Tradução de Domingos Carvalho da Silva.

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Me surpreende pensar que, com uma história meio Romeu e Julieta a gente conseguiu e ainda consegue superar todas as dificuldades e desafios, porque o amor fala mais alto no fim das contas.

Se você me esquecer
Eu quero que você saiba uma coisa
Você sabe como é isso
Se eu olhar para para a lua cristalina
No ramo vermelho do outono chegando
Se eu tocar perto do fogo
A cinza impalpável
ou o corpo enrugado do ramo
Tudo me leva a você
Como se tudo oque existe
Aromas, luzes, metais
Fossem pequenos barcos que navegam
em direção aquelas ilhas que esperam por mim
Bem agora, se pouco a pouco você deixar de me amar
Eu devo parar de te amar pouco a pouco
Se de repente você me esquecer
Não olhe para mim
Pois eu já devo ter esquecido você
Se você acha que isso é longo e louco
O vento das bandeiras
que passa através da minha vida
Você decide, Mas lembre-se, se você
Deixar me na costa do coração onde criei raízes
Nesse dia, nessa hora
Eu vou cruzar meus braços
E minhas raízes partirão para procurar outra terra.
Mas se, cada dia, cada hora
Você sentir que está destinada pra mim
Com sua doçura implacável
Se cada dia uma flor, escalar até seus lábios a minha procura
Lembre-se
Em mim todo esse fogo também existe
Em mim nada é extinguido ou esquecido
Meu amor se alimenta do seu amor
E enquanto você viver, eu estarei em seus braços.

Quanto mais fecho os olhos,
melhor vejo...
Meu dia é noite quando estás ausente...
E à noite eu vejo o sol
se estás presente...

Quando a boca não consegue dizer o que o coração sente, o melhor é deixar a boca sentir o que o coração diz.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde, te amo diretamente sem problemas nem orgulho: assim te amo porque não sei amar de outra maneira.

Um homem só encontra a mulher ideal quando olhar no seu rosto e vir um anjo e, tendo-a nos braços, ter as tentações que só os demônios provocam.

O mal que os homens praticam sobrevive a eles; o bem quase sempre é sepultado com eles.

Pois a calúnia vive por transmissão,
Alojada para sempre onde encontra terreno.

Não suspirem mais, mulheres, não suspirem mais,
Os homens sempre foram enganadores,
Um pé no mar, e outro, na margem,
Nunca constantes em coisa alguma.

Áspero amor, violeta coroada de espinhos,
cipoal entre tantas paixões eriçado,
lança das dores, corola da cólera,
por que caminhos e como te dirigiste a minha alma?

Por que precipitaste teu fogo doloroso,
de repente, entre as folhas frias de meu caminho?
Quem te ensinou os passos que até mim te levaram?
Que flor, que pedra, que fumaça mostraram minha morada?

O certo é que tremeu a noite pavorosa,
a aurora encheu todas as taças com seu vinho
e o sol estabeleceu sua presença celeste,

enquanto o cruel amor sem trégua me cercava,
até que lacerando-me com espadas e espinhos
abriu no coração um caminho queimante.

Pablo Neruda
NERUDA, P. Cem Sonetos de Amor. Porto Alegre: L&PM, 2006.