Poemas Famosos
Sempre necessitamos ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos faz desambiciosos.
A bela máscara mudou,
mas como sempre é a única.
De que me servirão meus talismãs:
o exercício das letras, a vaga erudição,
o aprendizado das palavras que usou
o vago norte para cantar seus mares e suas espadas,
a serena amizade, as galerias da biblioteca,
as coisas comuns, os hábitos,
o jovem amor de minha mãe,
a sombra militar de meus mortos,
a noite intemporal, o gosto do sonho?
Estar ou não é a medida do meu tempo.
O cântaro já se quebra sobre a fonte,
já se levanta o homem à voz da ave,
já escureceram os que olham pelas janelas,
mas a sombra não trouxe a paz.
É, eu sei, é o amor:
a ansiedade e o alívio de ouvir tua voz,
espera e a memória, o horror de viver o sucessivo.
A Íbis, a ave do Egipto
Pousa sempre sobre um pé
O que é
Esquisito.
É uma ave sossegada,
Porque assim não anda nada.
Mas foi pintando sujeira
O patamo estava sempre na jogada
Porque o cheiro era bom
E ali sempre estava uma rapaziada
Naquele tempo eu não sabia
Que viver pressupunha um fim
E que sempre haveria
Uma sombra olhando pra mim
Na rua Garay, a criada me disse que tivesse a bondade de esperar. O menino estava, como sempre, no porão, revelando fotografias. Junto ao vaso sem flor, no piano inútil, sorria (mais intemporal que anacrônico) o grande retrato de Beatriz, em pesadas cores. Ninguém nos podia ver; num desespero de ternura, aproximei-me do retrato e disse-lhe:
– Beatriz, Beatriz Elena, Beatriz Elena Viterbo, Beatriz querida, Beatriz perdida para sempre, sou eu, sou Borges.
Carlos entrou pouco depois.
Pouco importa o objeto da ambição; ela vale por si, independente do alvo.
Sempre necessitamos ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos faz desambiciosos.
Todas as ambições se parecem, mesmo que se contradigam; só a desambição não tem similar.
E no deslize de dedo acertei em cheio quem tinha que achar
Mas de 600 contatos mas é sempre o mesmo que eu quero chamar
Vou recair de novo na mesma pessoa
Mas quando o beijo é bom anula as outras bocas
O mundo ao contrário
Em um mundo super normal morava um menino de 14 anos, ele sempre quis ver o mundo a contrário, mas ele pensava que esse mundo não existia, até que num belo dia ele estava passeando quando tropeçou e caiu num bueiro mágico, esse bueiro tinha uma porta, como ele não é burro, ele entrou e quando entrou foi pra onde sempre sonhou, pro mundo ao contrário. Ele ficou feliz, mas tinha um problema, tudo que era do bem ficou do mal, mas como era o sonho, ele foi no mundo ao contrário, mas ele só ficou 3 meses como era o mundo ao contrário, a cada 3 meses, 3 anos a mais se passava e ele viveu feliz para sempre fim.
Escritor Victor
O impossível é um infinito.
O infinito sempre será infinito,
até escolhermos entendê-lo,
colapsando-o e tornando-o finito
em um espaço único e limitado.
Da mesma forma acontece
quando você busca alcançar o impossível:
você o torna possível.
O impossível é um infinito
que ainda não foi colapsado por alguém.
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra coisa,
E vivemos vadios da nossa realidade.
E estamos sempre fora dela porque estamos aqui.
O Sonho é a Pior das Cocaínas O sonho é a pior das cocaínas, porque é a mais natural de todas. Assim se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate – mas a alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma.
Errar é do homem, passear é do parisiense. No fundo, espírito penetrante, e mais pensador do que parecia.
Eu vejo no seu olhar o que sua boca não consegue dizer,é quando eu passo por você,é diferente o clima muda não sei explicar.
Custa tanto ser sincero quando se é inteligente! É como ser honesto quando se é ambicioso.
Quando há duas criaturas a vida é possível. Havendo uma só, parece que nem se pode arrastá-la. Renuncia-se a ela.