Poemas Fáceis de Decorar

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Ninguém considera a sua ventura superior ao seu mérito, mas todos se queixam das injustiças dos homens e da fortuna.

A razão dos filósofos é muitas vezes tão extravagante como a imaginação dos poetas.

Entre todas as diferentes expressões que podem reproduzir um único dos nossos pensamentos só há uma que seja a boa. Nem sempre a encontramos ao falar ou escrever; entretanto, o fato é que ela existe, que tudo o que não é ela é fraco e não satisfaz a um homem de espírito que deseja fazer-se entender.

Desejaria que houvesse o cuidado de lhe escolher [à criança] um condutor [preceptor] que antes tivesse a cabeça bem feita do que muito cheia.

As épocas perturbadas fazem perder tempo. Só se pensa em salvar a cabeça, e não há tempo para fazer mais nada.

Os males da vida são os nossos melhores preceptores, os bens, os nossos maiores aduladores.

Quanto mais independentes formos, devido à fortuna, tanto mais escravizados seremos pelos sentimentos e pelos deveres.

Os moços, por falta de experiência, de nada suspeitam, os velhos, por muito experimentados, de tudo desconfiam.

Os homens são geralmente tão avaros do seu dinheiro, como pródigos dos seus conselhos.

Os anarquistas são como os jogadores infelizes ou inábeis, que, baralhando muito as cartas, ou mudando de baralhos, esperam melhorar de fortuna e condição.

Em geral, a lei é a razão humana, na medida em que governa todos os povos da terra.

A probidade, que impede os espíritos medíocres de atingir os seus fins, é mais uma forma, para os astutos, de conseguirem o que querem.

Não haveria História mais insípida e insignificante que a dos homens, se todos tivessem juízo.

As paixões são como os vidros de graus, que alteram para mais ou para menos a grandeza e volume dos objectos.

Não poder suportar todos os maus carácteres de que a sociedade está cheia não revela bom carácter: e isso é indispensável no comércio das peças de ouro e da moeda.

O velho calcula muito, executa pouco: a mocidade é mais executiva que deliberativa.

Adular os tolos é um meio ordinário de os desfrutar; os velhacos empregam-no eficazmente.

Para bem conhecer os homens, é necessário primeiramente vê-los e praticá-los de perto, e depois estudá-los e meditá-los de longe.

O aborrecimento é uma doença de que o trabalho é o remédio; o prazer não passa de um paliativo.

Todos os grandes homens apenas agem e escrevem para desenvolver duas ou três ideias.