Poemas Fáceis de Decorar
Beijei outras bocas, tentei deitar em outras camas. Apostei tudo em amar outra pessoa... Mas não consigo, meu coração ainda te ama.
Essa frase faz parte do meu poema: Em meus braços.
“Cozinhando”
Tinha cheiro perfumado
de cardamomo moído
no ar
nosso jeito de amar
Vermelho
Rubro
Intencional
Despido
Tomates descascados
despelados
refogados
sufocados no azeite
ferviam
esparramando desejos
Não dava para esperar
ervas benziam
alecrim
tomilho
mangericão
coentro
hortelã
para acalmar o mar de dentro
Esperei...
Abri um vinho...
Ele não chegou
MEU DEUS !...
Para AMAR
COZINHAR
Basta o Sal
do mar
e das lágrimas
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Secas folhas de caderno
sessadas pelo árduo
e vil das amarras
do seco espaço-tempo
nas lembranças
nem chuva ou lamento
faz calar os murmúrios
do verão.
Secas folhas que estralam
pelo tempo não são falas que levadas pelo vento
o que o poeta riscou na estação.
Meu amor de ontem
Ele havia chegado.
Foram 25 cinco anos de sertão. Barba por fazer, desodorante faltando, mal-cheiro falando.
Português capenga, só ficava rachando lenha, trabalho braçal mesmo. Verbalizar algumas palavras somente depois de uns goles de pinga.
Até que morava bem, num “igarapé” fresquinho às margens do Rio das Mortes, uns 100 quilômetros da cidade, na seca. Na chuva nem tiro ideia. Ventilação só do vento nos buritis.
Lugar bonito por lá. Tem duas estações: a seca e as águas. Ouvi dizer que vendem perfumaria nos alagados.
Vizinhança próxima, toda sorte de animais silvestres e rastejantes.
Ele me explicou bem como era feliz. E fez esta viagem com proposta de sermos mais unidos.
Na verdade fiquei embasbacada e pensando se o banheiro
tinha lixa de pé e “bidê”.
Olhei sua camisa de um algodão rústico e desbotado, seus pelos agora também descoloridos saindo revoltos entre os botões.
O vento derrubou meu chapéu panamá e ele não se inclinou para pegá-lo.
Disse que tinha hóspedes e muita pressa.
Saí da conversa com um calor sufocante e uma pergunta im- pertinente.
“Será ele o mesmo que tanto amei ?”
Ele virou Anhanguera e não o reconheci.
Lembranças, às vezes, é um lugar confortável.
Livro Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury
Estávamos assim, frente a frente,
Eu e o meu eu lírico,
foi um intrigante discussão...
Há tempos que ele me cobra,
me intimida, incomoda.
Sua primeira pergunta...
Que tal transformar a dor em flor?
Eu cego, no meu ego, franzi a testa e respondi...
Não consigo falar, sem a mim observar.
Só sei falar de mim,
da minha própria dor, do meu desamor...
Meu eu lírico, triste, decepcionado,
Colocou-me contra a parede e propôs-me um desafio...
Tente, ao menos tente, seja o que vier na mente.
Aprenda a flutuar, ao escrever sejas tudo. Permita-se.
Antes que eu lhe perguntasse, nem mesmo deixou que eu falasse,
Transportou-me de mim mesma, a ser outras coisas,
a ter outros olhares. Olhe em volta! Veja os versos!
Dos poetas que admiras. Eu, o eu lírico, sempre estou.
Num poema sejas flor, no outro, um gato
ou qualquer outro bicho…
Seja uma dama recatada…
Em outro uma amante debochada…
Fale como se fosses um nobre Cavalheiro,
ou quem sabe sejas, um bêbado na estrada…
Criança, adulto ou idade avançada,
liberte-se e escreva sobre tudo!
Seja o que desejares, o que na escrita te inspirares!
Na natureza sejas tudo!
Fogo, água, ar, tempestade!
Sinta e seja todos os sentimentos,
para uma escrita intensa, fundamentada.
Fale de fé, com cuidado e respeito,
fale do bem e fale do mal.
Eu já sem fôlego, entusiasmada e o eu lírico?
Não parava, pois, era infinito o seu ser,
e queria a minha escrita ampliada!
Enquanto ele falava, eu fechava os olhos
e tudo imaginava.
Desejando que ele nunca mais se calasse.
E segui caminhado na imaginação da minha estrada,
passando por eles, todos os personagens,
que na caminho me esperavam.
À medida que eu andava, percebi,
eu e o eu lírico éramos um,
ele era tudoo que eu internamente desejava.
E todos os meus futuros poemas,
há tempos moravam em mim.
Você é a pessoa mais linda de ser contemplada
Consegue amo mesmo tempo ser básica e sofisticada
É organizada, determinada...
O que pode te parar? Nada
Pois você é gentil e corajosa
É atenciosa, estilosa...
E claro, muito amorosa
Enfim, você é maravilhosa!
E sempre tem um propósito claro ao levantar da cama:
Amar o que faz e fazer o que ama
No calor da tarde,
Um simples abraço -
Sinal covarde.
Virou amasso.
Perdurou por dias,
aquela Paixão (ardente).
Acabou-se porque vias:
o final era pendente
Como um emaranhado -
tão difícil para ser arrumado
(Se faz).
Como apenas um fio
(Se desfaz).
Sente que se vai;
não se vê quando vem
Grito!
Ó paixão!
Preferiria a solidão...
Não fosse tão difícil seguir a razão.
Silêncio; Pensamento
Amor te quero!
Mas ninguém quer me dar-te.
Me desespero.
Procuro pelo abate.
Abate da solitude.
Um fim sem finitude.
Arrasado...
Em busca do parado,
Pela noite acordado.
No amor marcado;
Encontra-se um agrado
Amor onde te acho?
Na rua,
Dentro de um carro,
Sob a luz da lua,
Ou no meio do riacho?
Pensamentos desvairados
Seguem o passado.
Daquilo que já foi,
Áquilo que há tentado.
Indignado,
Coração sem rumo
segue o traçado.
Quem sabe o luto
Te deixa paralisado.
ELA ...
Ela entendeu que ninguém fica
Não existe prisão somente liberdade
Ela entendeu que seu cuidado maior é dela
Ela se ama,
Ela se cuida
Ela sabe que as noites na cama vazia não são solitárias por tê-la consigo
Mas ela também sabe que nunca será esquecida
Todos que sentiram seu gosto jamais a esquecerá
Ela estará povoando seus pensamentos pela eternidade
Porque todos que ela possuiu sentiram seu doce veneno capaz de embriagar o espírito
Indo à Luta
Antes de sair deixo
último poema beijado em
cada corpo que despede
o calor da mão acarinhando na
pele a certeza da presença
que me alimenta
olhos vendo que chegam as
dúvidas, companheiras de viagem
que me abençoam.
Antes de sair
fica último abraço pregado em
cada rosto que despede;
e você, não fique triste
nem se preocupe comigo:
preparei as palavras para quando
a saudade soprar o sabor
do teu perfume. O teu perfume.
Seja Resistência
Subversivo
Intrépido
E audacioso
Leve paz onde há guerra
Luz onde há escuridão
Amor onde só há violência
E resistência onde há opressão
Seja um rebelde
Um herege
Mas nunca um covarde
Lute até a sua última gota de sangue
Até suas forças se esvaírem
Até o cansaço se apossar do seu corpo por inteiro
Onde quer que vá
Leve revolução!
Eu tenho medo de me olhar no espelho e ver uma flor despedaçada e amargurada.
Com as pétalas machucadas e ao acaso deixadas.
Alguém me amava e eu só ignorava.
Era uma flor ignorante e de amor próprio vivia.
Fui tão cego que isso não percebia.
Mais agora as coisas mudaram, uma tempestade veio e de mim afastou quem tanto insistia em me dá valor.
Por que ontem choveu, a chuva me molhou, pingos escorreram pelo meu rosto e se perderam em algum lugar.
Ontem eu era narciso, agora que o vento me frustrou, a visão voltou e o coração meu próprio orgulho danificou.
A ignorância acabou e o vazio ficou.
Trago na mente a essência de poeta...
Nas rimas a purificação da alma...
Que tudo no meu interior se acalma...
Até o coração se aquieta.
Sinta como é doce essa teia que criei para você
Como um algodão que você saboreia devagar
Que desmancha como açúcar na sua boca,
no calor da sua língua,
aos pedaços
Sinta a intensidade e o amargo da minha picada
Ela é pontiaguda e perfura fundo...fundo
Você não a vê penetrar, tampouco sangrar
Apenas sente quando está lá dentro
Como uma lâmina afiada e enterrada dentro da sua carne
Sente como destila
pela sua circulação
Posso ver evaporar pela
sua pele
E pelos seus olhos
É doce? ou amargo?
É bom?
eu gosto!
Já não tenho pressa
Já não faço mais nada com pressa
Descobri o prazer de dar tempo ao tempo
A dadiva de estar no presente
Quanta graça existe no devagar, uma lindeza
Agora mesmo, eu estava lavando umas frutas, senti seus cheiros, texturas, vi suas cores
Tão sem pressa que praticamente tivemos um diálogo
Isso me inspirou tanto que eu não resisti a escrever esses versos
Afinal, eu não tenho mais pressa, e as frutas, elas podem esperar
Então, inesperadamente, me assaltou um pensamento
Por que demorei tanto para entender que é melhor viver sem pressa?
E eu entendi por que esse pensamento me assaltou
Pra provar para mim mesma que aprendi
Afinal, demorar é não ter pressa.
Instante
Te vi
desvi
mas continuei vendo
-
Por olhos cegos do arrependimento
-
Quero te dar o mundo de quando em vez
mas com olhos de freguês
e não de dono
-
Tem vezes que espero
e outras atravesso
-
Não sei que mal revelo
-
Se não aprofundo com essência
que nada mais a resistência
-
Julga se fico ou não fico
se vou ou não vou
e agora?
Ainda de pé
Te ameicom a mais boa das intenções
-
Você rejeitou
e não adiantou de nada
-
Você não pôs um ponto final
na minha história
"QUE SEJA ASSIM"
Rafahel Ramos
Que seja com gracejo e encantamento
Cada hora da infância de um pequeno.
Que seja de alegria e aventura
Doces feitos em casa e travessuras.
Que seja a infância a parte mais leve
E que não sofra tristes interrupções
Que seja de fantasias e acolhimento
Que seja de novidade e boas lições.
Que o joelho ralado seja aprendizado
Que o brinquedo oferecido seja livros
Que o dia das crianças seja de esperança
Pra esse futuro que está sendo construído.
A noite se aproxima com o cantar dos pássaros anunciando o fim de mais um dia, pássaros cantantes dão espaço para a música que só a alma consegue apreciar - a música do silêncio agonizante que anuncia que na vida nada é, mas que tudo está.
Nem as mais belas canções ou os poemas mais sensíveis conseguem retratar, com exatidão, a silenciosa verdade revelada pela madrugada aos ouvidos atentos - o luto da morte de mais um dia.
O subjetivo inflama, seu corpo te ensina,
A sua alma enxerga no espelho a verdade escondida na luz do dia, à luz do conveniente. Tudo quem você é, com todas as suas delícias e dores, traumas e hipocrisias.
Renove sempre as suas certezas, e ao final do dia, descanse em paz.
Fiz de tudo, acendi vela, fiz promessa, torci para que tudo desse certo, mas deu errado, doeu e ainda dói, porém com menos intensidade.
Julho/2020
Chora comigo saudade,
chora comigo sem pena,
machuca sem piedade,
a falta dessa morena,
levando minha felicidade,
em uma noite serena.