Poemas Fáceis de Decorar

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FLORES PARA BILLIE

Tempo fechado, chuvoso
o mundo fechou mais cedo hoje,
meus olhos não,
acendo um cigarro
e Billie Holiday canta
na fumaça sobre meus olhos
fechados pro mundo
e abertos para a vida,
essa voz me cura feridas,
seu espectro com flor na cabeça
solta a voz direta em meu peito
já não sou mais um sujeito,
sou um deus na neblina
buscando salvar aquela menina,
mas salvá-la de que?
se na sua vida sofrida
foi ela que me levitou
do porão do descrédito
e me trouxe o velho inédito
jazz perfeito, rarefeito,
cantado com a voz calma da alma,
gritado por desespero parir
a voz gestada na solidão,
no abandono e falta de pão,
o cigarro queima, Billie queima
e já há agora chamas nos céus
fechem os olhos, se cubram de véus
já há agora chamas nos céus,
mas daqui a pouco,
somente na rua, um poucos loucos,
desafortunados indigentes,
assistirão descrentes,
em primeira mão
a voz de um anjo
cantando no chão

Pérsio Pereira de Mendonça

Inserida por PersioMendonca

"....escrevo versos as vezes extraordinários,
mas em geral totalmente ordinários,
sou um poeta comum, pardal e não canário,
meus poemas voam sozinhos,
a procura de um caminho à qualquer ninho,..."

Inserida por PersioMendonca

O bardo é livre no coração,
se mantém do dom que tem,
não se prende a uma razão,
serve ao verso e mais ninguém.

Inserida por PersioMendonca

PEQUENO INFINITO

O amor é o pequeno espaço infinito em que habito,
onde se perdem meus gritos e todos os meus ritos,
o amor é o labirinto em que encontro o que sinto,
dédalo de vários atalhos em que se perder é a saída,
o amor é o voo mais alto, o grande sonho de Ícaro,
auge da existência, linha do céu, um fugaz píncaro.

Inserida por PersioMendonca

VAIDADES

Tem dias que meu olhar faz o espelho chorar.
e a lágrima rola pelo avesso do vidro espesso,
corre lenta e contamina como orvalho todo ar
respiro a minha dor na intenção do teu apreço,

então miro a imagem que não mais me reflete,
apenas reproduz o esboço do que já foi alegria,
todo logos que conduz agora à emoção deflete,
e remete a patética visão do que fui eu um dia.

reflexos, esboços embaçados de meu passado,
o presente se apresenta esmaecido, e dormente,
indolente, nubla a visão do dia, é desencantado,
antes, com você me mirava com o sol nascente,

aguardo, me guardo e pergunto para o reflexo,
se existe amor ou alguém mais dedicado que eu,
a resposta é límpida e torna o mundo convexo,
a imagem sorri, me devolvendo a fé no apogeu.

e meu olhar de conto de fadas é novamente feliz.
Já não chora agora mais o espelho, reconsidera,
evapora todo vapor que encobria o luzir da íris,
vaidoso coro outra vez e minha tez se reverbera,

Inserida por PersioMendonca

Venho de tantos lugares de tantos luares,
vivi no ventre e em meio a tanta gente,
estive feliz como um passarinho em vôo,
batendo livre as asas por sobre os mares,
visitei varias mulheres, milhares de casas,
amei, amei muito, ah! como eu amei.....

Inserida por PersioMendonca

Embarcou na calada madrugada,
levando contigo minha alvorada,
sumiu sob o manto da escuridão,
deixando no caos o meu coração.

Inserida por PersioMendonca

Te falarei verdades mas não acredite em todas
apenas ouça, grite se quiser, porém ouça
e quando o silêncio chegar, sorria
É o coração meditando você
por estradas e montanhas
noites e luares
lugares absurdos que só a gente soube chegar

Inserida por OscarKlemz

VIAGEM NO TEMPO

Lanço ao mar meu olhar,
ele é minha ponte
com o horizonte,
olhos atentos de navegar,

visão lisa, assaz precisa,
me da o norte,
da nossa sorte,
ao destino que não invisa,

minha pele cheira alvorada
respira nova liberdade,
pois nunca é tarde,
se meu lugar é tua parada,

ouço sons verdes de farfalhar,
é a brisa da nova sina,
ou talvez tua saia menina,
talvez ambas a me esperar,

Ó mar, ó amar, provei teu sal,
temperei meus anseios,
me deitei em teus seios,
agora fujo para o teu madrigal.

Pérsio Pereira de Mendonça – 14/07/2016

Inserida por PersioMendonca

BURLESCO


Gira mundo no vazio e gira a vida no vazio,
gira mulher que dança, gira e nunca cansa,
o resto passa inerte e rápido na paisagem,
a cada volta uma esperança e uma viagem

Flutua lua indiferente ao espaço renitente,
flutua menina o doce bailado intermitente,
entre estrelas e cometas na melodia vazia,
e eu aqui a olhar o céu em completa afasia.

Da pérgola, ao longe vejo refletido o olhar,
reflete cintilante dança na espuma do mar,
saia rendada branca e olhos cheios d’água,
vem em ondas, devagar, pela areia dançar.

Linda criatura criada na fonte das latências,
linda sereia no mar dança com onipotência.
Gira mundo repleto, gira mundo completo,
gira a mulher adorada no silêncio predileto.

Ganho cores e sons ao ritmo de sua dança,
agora já tenho de novo o fio da esperança,
tomastes corpos e almas com teu encanto,
agora valsas livre também pelo meu canto.

Pérsio Pereira de Mendonça – 14/07/2016

Inserida por PersioMendonca

Minha Terra

sabia que o sabiá sabia assobiar?
para que saber que sabiá
assobia
se já sei que ele pode voar
apenas com cortes do vento
saber cantar?
pois um sabiá não apenas assobia
mas sabiam que eu sabia
seu maior segredo que assobiou
o segredo da sua terra:
são sábios,
dizem os assobios.

Inserida por Franciscodeolivas

Casal Contemporâneo

Te odeio a ponto de te amar.
Tanta sede, sou capaz de beber o mar.
Sua chama de tão azul é fria.
Você é tão distante que eu iria
Tornei-me cego que viu até demais.
Você é a prova do desgosto que quero mais.

Inserida por Franciscodeolivas

"já é tempo, chegou o momento
já é hora de quarar a alma
e colocar os sentimentos fora,
o horizonte é o nosso varal,
onde penduramos as amarguras,
dores, tristezas, coisa e tal.."

Pérsio Mendonça

Inserida por PersioMendonca

As Vozes no Espaço

O silêncio
no enterro das vozes
altas
fora gritante.

tão alto que estou surdo,
mas não sei estar cego
ou apenas poeta mudo.

e ainda escuto
do fundo do espaço
esse miúdo
esse miúdo opaco.

o som
ainda ressoa
o som
de uma única pessoa.

Inserida por Franciscodeolivas

Átomos

Somos partículas de Carbono
Dentro de um vasto universo,
Mas com você me sinto dono
De cada planeta, de cada verso
Desta poesia que lhe escrevo.
Universo esse que lhe concedo.

Sou meu corpo, menos você.
Sou as cores da arte que não vê.
Sem você, sou alma que não lê.
Pequenos como átomos
Gigantes como estrelas
Humanos como humanos.

E teus amores são cometas
Rasgos de pó em meu noturno
São luzes, as lunetas
Chega a noite penso e durmo.
Com a paixão que se abraça em calor,
Em teus buracos negros de amor.

Inserida por Franciscodeolivas

Consulta

"Onde, dor na mente?"
- não doutor é além:
um infinito ausente...

"Um infinito ausente
ou apenas um coração carente?"
- não, me entenda doutor
é o esquecimento do amor.

"Ora pois então não é ausência.
é apenas um infinito no escuro,
ou sintomas de corpo mudo"

- e isso é grave doutor?
pois posso ter contaminado
para paixão anterior.

"A única coisa contaminável
é céu sem estrelas, meu irmão!"
- que vida mais afável...
examina meus vãos?

Inserida por Franciscodeolivas

Amantes

Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua
Caminha Solidão opaca,
Negra e com ressaca
Após arrastadas bebedeiras,
Com pessoas sorrateiras
Na noite sem estrelas
Sem amor e sem belezas

Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua,
Caminha um homem opaco
Meio a meio Mulato.
O homem do dia a dia
Sentindo a ressaca da ironia
Em noites sem estrelas encontra-se com Solidão
Sem perceber apenas sua ingênua traição.

Sob o brilho da luz da rua
E a escuridão pálida da lua
Os Outros se assombram por uma janela
No quarto escuro acendem uma vela
Rindo do Mulato até doer
Do quão banal é ter que o olho ver
Pessoas tão ignorantes
Em nosso mundano mundo repleto de amantes.

Inserida por Franciscodeolivas

Através da Natureza-morta das Frutas

Numa cesta se encontram maçãs
Belas, avermelhadas e suculentas maçãs!
Junto, uma recheada rachada romã,
Pela tarde ensolaradas laranjas
Maduras e verdes mangas;
O tempo passou...
O tempo se alargou...
O tempo sem o tempo enfim acordou.

Moscas pousam nas maçãs pretas
Na romã, apenas pálidas sementes
As laranjas agora dia a dia mais azedas
E as mangas enrugadas em seus ventres.
Uma natureza morta
tal qual uma humanidade
Que caminha torta, torta, torta...
Um descaminho sem idade.

Maldito seja quem tenha comido a maçã!
Que não percebeu as passagens do tempo,
E alimentou-se sem consciência sã.
Condenara sua própria espécie ao desalento.
Agora resta-nos apenas decompor,
Na mãe terra e em seu vão,
Afundar e acabar com a dor;
Esperar novas flores renascentes de seu chão.

Inserida por Franciscodeolivas

Noite Oblíqua

Se eu te contasse
Que sou o último homem da Terra?
E a última alma que respirou?

Chorarias?

Inserida por Franciscodeolivas

Surrealismo Realístico

Ela faz história como se fosse pincel.
Para ela não há limites entre a arte, o céu e a celulose do papel.
O sangue tão vermelho como tinta
E ela que se sinta
Surrealista como Dalí
Como se nem quisesse ser dali.
Personifica o quadro de minha sala
Com o contemporâneo amor que sua alma iguala.
Abraçado ao meu e o meu
Corpo pintado ao teu.

Inserida por Franciscodeolivas