Poemas Espirituais
Um homem sábio viverá tanto nos limites da sua presença de espírito quanto nos dos seus próprios rendimentos.
Um homem que acaba de arranjar um emprego já não faz uso do espírito e da razão para regrar a sua conduta e as suas atitudes perante os outros: toma de empréstimo a regra do seu posto e da sua situação; donde o esquecimento, a altivez, a arrogância, a dureza e a ingratidão.
Ainda é mais fácil avaliar o espírito de um homem pelas suas perguntas do que pelas suas respostas.
A dúvida é o sal do espírito, sem uma pitada de dúvida, todos os conhecimentos em breve apodreceriam.
Ao abuso das nossas faculdades físicas sucede a dor; às perversões do espírito seguem o pesar e o arrependimento.
A nobreza do espírito, com respeito àquela tradicional, oferece-nos a vantagem de podermos atribui-la a nós mesmos.
O amor que enlouquece e permite que se abram intercadências de luz no espírito, para que a saudade rebrilhe na escuridão da demência, é incomparavelmente mais funesto que o amor fulminante.
Não haverá, entre um espírito que abarrota de invenções alheias e outro que inventa por si próprio, a mesma diferença que vai de um recipiente que se enche de água à fonte que a fornece?
Nada é mais perigoso do que o axioma comum de que é necessário consultar o espírito da lei. Esta é uma barreira rompida pela torrente das opiniões.
Estou convencido que nem a ciência nem a tecnologia podem satisfazer as necessidades espirituais a que todas as possíveis religiões procuram atender.
É um gládio perigoso o espírito, mesmo para o seu possuidor, se não sabe armar-se com ele de uma maneira ordenada e discreta.
A memória é muitas vezes a qualidade da estupidez; ela caracteriza geralmente os espíritos pesados, os quais torna ainda mais pesados, mercê da bagagem com que os sobrecarrega.
O desenvolvimento do espírito, como todos os outros desenvolvimentos, é um progresso do indefinido para o definido.
A quem darei o novo, espirituoso libreto / ainda há pouco polido com pedra-pomes seca? / Cornélio, a ti, que costumavas / não julgar mal as minhas tolices.
Os espíritos pequenos são domados e subjugados pelo infortúnio; os grandes, porém, sabem como fugir à desgraça.