Poemas Envelhecer
E quando a caneta não escrever mais? Quando o lápis não tiver mais grafite? Quando a borracha ja estiver ressecada?
Os olhos se esforçam para enxergar, a fala mal se pode ouvir, o corpo luta para manter-se em pé. A cada dia uma batalha diferente, bem diferente das travadas no passado.
A contagem agora é regressiva, o tempo já não tem mais valor pois dele não se espera mais nada.
A mente ainda que pensante ja não se importa mais em fazer sentido, ela apenas é e ali esta. Nada mais é criado a partir da longa experiência que foi vivida.
Os sons, os textos, as músicas, as letras, organizações sistemáticas do que se aprende a sentir e que hoje ja não as expressam.
O sentimento é o que resta, a percepção mesmo que falha é o que move este antigo ser. O caminho foi longo, não tão longo que eu pudesse crer que mais 100 anos de sentimentos eu pudesse viver.
Felizes aqueles que envelhecem sem se tornarem velhos
Os eternos aprendizes de novidades
Os que aplicam as experiências vividas com sabedoria
Os que admitem os erros
Os que replicam a felicidade
Os que alimentam o espírito de amor
Esses florescem !
Já os que permanecem nas teias das frustrações e se embrenham nos emaranhados de inveja
Perecem
Tomo café bem lentamente, enquanto isso penso na vida.
Lembro da minha vó, que sempre dizia:
Não vai, filho, abrir a geladeira.
Mas eu sempre fui assim, teimoso, imprudente, curioso, separador de sujeitos e verbos.
Bebo mais um pouco de café e penso nas suas propriedades químicas. No pó que se faz líquido. Nos prótons livres sambando na minha gastrite.
Penso na vida novamente, no quanto somos transitórios.
Nascemos gasosos, expansíveis, livres, capazes de ocupar qualquer lugar e forma no espaço. Incontíveis.
Crescemos líquidos, adequados aos recipientes que nos colocaram. Metamorfos, porém carentes dos invólucros.
Envelhecemos sólidos. Rígidos. Firmes. Sustentando tudo que nos cerca. Magnéticos.
Frágeis à qualquer possibilidade de mudança.
Então sublimamos. Somos gases novamente.
E se, e se a gente começasse a dirigir?
E se, e se fechássemos os olhos?
E se ultrapassarmos o sinal vermelho rumo ao paraíso?
Porque não temos tempo para envelhecer
Corpo mortal; almas eternas
Cruze os dedos, aqui vamos nós
Infância não é um tempo.
É um lugar com ruas de terra, casinhas sem muros, sons, cores, cheiros...
que só visitamos quando envelhecemos.
Enquanto a vida passa.
Tantos sonhos presos dentro cabeça.
Perdidos nas lembranças.
A vida nos mostra outro rumo, o tempo é peculiar vezes lento feito uma tarde de domingo no campo,
em outrora passa feito ventania, como o avanço da capital.
E a vida se vai num estante.
Igual aquele intervalo em que falamos que não vamos dormir e voltamos a sonhar...
PauloRockCesar
Arqueologias
Envelhecemos, e teus projetos
aos sonhos retornam.
Aquela casa de campo,
quantos iriam visitá-la?
O filho inconcebido,
como mesmo irias nomeá-lo?
A viagem à Europa,
este país, que naquele.
Envelhecemos, no entanto,
e tudo à volta rui.
A cidade irreal,
envolta em névoa, tua.
Envelhecemos, e teus sonhos
em sonhos permanecem.
Tempo eterno muso, inspiração, poesia. “Tempo Rei” . Rei para Rei.
Tempo ninho, único intransponível caminho para saber do Amor.
Um amigo com mais “tempo” contou que o tempo só passa. Segundos, relógio, física. Tempo é como Einstein explicou. Que nós pegamos o tempo que é nosso e vivemos a vida, arbítrio. O tempo? Segundos. Coadjuvante.Tempo? Só Passa. Passou..
Trago o tempo que me faz jus ( já que o sabido afirmou), transmuto segundos em luz. Poeto meu Tempo Senhor. Tempo onipresente em cada pedaço que sou. Me lembro “ faz tempo” . Tempo ruim que passou.. A mágoa dolorosa sóTempo que levou. As rugas? São coisas do Tempo! Ou fui eu quem as riscou? Tempo é força, entidade. Tempo é o que fui, o que sou. Quem dera ser dona do Tempo, como o doutor acredita. Fiz um trato assim que o Tempo assoprou... Quero o tempo do meu lado. Gentil, delicado. Pedi me levar ao Amor. Tempo cumpriu o seu lado. Eu hoje conheço o Amor. As rugas é fato, legado. Ser velho só quem não morreu. Tempo Só o tempo é velho sem ruga. O tempo Quem morre não fica marcado. Eu prometo poesia. Idolatrar, braços abertos. Alegria mais que tristeza. Meu tempo gosta de alegria.
Na melhor idade...
Envelheci
Mas minha mente floresceu
Trago viva a adolescência em mim
Meus pensamentos, frutos em meu jardim
Envelheci
Aprendi do muito que posso
O pouco que sei... e me decorei
Me fiz simples, digno em meu eu
Envelheci
Mas minha mente engrandeceu
Meu corpo não acompanhou os anos idos
Nem alcancei a fruta no pé que me apeteceu
Envelheci
Muitos limites perdi nessa estrada
E, me dou a fazer o que não devo
Quiçá, porque o cérebro trai meus desejo
Envelheci
Ficou no passado, mais que minha força
Menos o instinto, inda jovem e aguçado
Esquecido que meu corpo se fez cansado
Dossel
Um denso dossel cobriu meus olhos, e a noite caiu.
Foram-se as vozes, as cores, o toque, e no silente de um só; resvalei em mim nas lembranças que se esfumaram no tempo.
Na urgência do destino, a selfie ausente do poente não vivido. O adeus roubado.
Caminhando de olhos fechados, uma vida esvaiu-se por entre os dedos. Cansado, adormeci nos escombros de mim mesmo, a duras penas conformado.
Despertei à luz do sol, quando o vento soprou o dossel. Nesta altura, conheci — desconhecendo, as rugas na pele e os fios brancos, nascidos na dormência de quem fui.
Na esperança, sigo lutando no presente, a guardar memórias na epiderme; trapaceando o incerto blackout.
Quanto tempo me resta, não sei!
Cá dentro, é a dor no vazio da minha metamorfose que perdi.
Sem ver, envelheci!
Em cinco meses, envelheci cinco anos
Em cinco meses, aprendi o que não aprendi em anos
Em cinco meses, cai e levantei de novo
Em cinco meses, chorei, sorri, esqueci aquele rosto
Em cinco meses, me perdi e me encontrei de novo.
O que somos, o que seremos...
O que seremos?
O que fomos?
Seremos o que fomos, mas fomos o que queremos?
Ao nascer já começamos a envelhecer...
Ser envelhecente faz parte da nossa natureza.
A criança bem instruída, tem muito mais chances nas escolhas do rumo de sua vida.
O Jovem aprendiz de si mesmo. Nossas ações são determinantes para as reações.
Quantos conselhos os mais velhos têm para nos ofertar?
Mas, quantos conselhos os mais velhos gostariam de ter tido a chance de também receber...
Ah! Quantas coisas hoje eu poderia ter feito diferente ontem...
Às vezes não foi por escolha consciente, mas por falta de instruções que poderiam ter me mostrado outros caminhos.
Mas que bom que a vida continua e ainda está acontecendo agora, e com o passado podemos oferecer novas oportunidades ao futuro de alguém... Ao nosso amanhã também.
Vamos dar as mãos nesta era que se inicia todos os dias ao nascer do sol, a era da evolução. Transformar profundamente a educação.
Quem somos?
Somos a revolução.
(Aline Salla Carvalho - inspiração matutina de um dia lindo italiano 03/08/21)
e se por vergonha ou medo
decide manter segredo
segrega enredos
entre protagonismo e claque,
adoece o corpo
entorpece a alma
milindra-os;
enquanto a mantem prisioneira de sonhos nunca d'antes (nem doravante) realizados
eis que ele, o corpo,
já desguarnecido de sua bela plumagem
cede, exaurido, triste e só!
Cabelos Grisalhos
Cada fio de cabelo branco, uma história
de tristeza
de alegria de viver
de saudade
de paixão
de amor
de amizades conquistadas e perdidas
da criação
da dor de perder
do ser ou não ser
da fé, ao perceber aonde acertou ou errou
do envelhecer
do propósito percebido após o grisalhar dos cabelos
de ver que a busca por Deus é infinita, por não perceber que ele está dentro do meu coração de menino.
Francisco Pontes
Desculpe, mas eu mudei.
Se você me conheceu a um tempo atrás, então você conheceu uma versão de mim com menos sabedoria do que hoje. Sinto muito te dizer, mas eu mudei. Algumas coisas eu ganhei assim como outras eu perdi. Portanto, encontro-me numa versão mais sábia, mas não muito diferente do que já fui, algumas coisas não mudam. Ainda sou eu mesmo, o que muda são as regras a serem aplicadas, pois aprendi que nem todo mundo merece a nossa melhor versão.
Tempo: compositor de destinos
O tempo é quem escreve a partitura
Que rege a sinfonia do início ao fim
No começo é tão extenso ... parece eterno
Mas de um instante para outro,
Torna-se escasso
O tempo vira conciso,
de forma fugitiva.
Corrói matéria viva
Quem dera ter tempo
para o tempo que preciso
É o tempo que me dá
o tempo do indeciso
O tempo para o devaneio
O tempo para o cuidado
Sem tempo para o esperneio
Sem tempo para o açodado
Porque o tempo é dono da razão
É maestro do aprofundado
É dono da vida; até do coração
Sem pena do acovardado
O tempo é assim: abusado
Já não tenho mais este segundo
O agora? Aqui é passado.
Tita Lyra
Ah!
Som do mar, música que nunca envelhece
música que nunca se repete
música que nunca para
música que dá fôlego para viver,
Som do Mar...
CANÇÃO PARA DESENVELHECER (letra)
Meu Pai, Meu Pai, Meu Pai
Meu Pai eu peço
Meu Pai eu peço
Meu Pai eu quero
Desenvelhecer
Meu Pai, Meu Pai, Meu Pai
Meu Pai eu vou mudar
Eu vou mudar meus sentimentos
Meus pensamentos
E meu comportamento
Meu Pai eu peço
Meu pai eu quero
Desenvelhecer
Eu vou, eu vou, eu vou
Eu vou mudar meu coração
Eu vou mudar minha paixão
Meu Pai eu peço
Por esta canção
Meu Pai eu peço
Por todos os irmãos
Meu Pai eu peço
Meu Pai eu quero
Desenvelhecer
Os grandes mestres já disseram
Einstein já confirmou
O tempo é ilusão
Criação da nossa imaginação
Envelhecer é desinformação
É disnutrição
É desconhecer
As leis da criação
Meu Pai eu vou
Meu Pai eu vou
Mudar meu coração
Minha paixão
E minha alimentação
Meu coração será minha canção
A fé meu instrumento
O amor o meu alento
Teu ensinamento minha inspiração
O alimento meu medicamento
Meu Pai, Meu Pai
Eu quero desenvelhecer
Eu quero Te enaltecer
Envelhecer é desconhecer
As leis da criação
MARCAS
"As marcas "tatuadas" pela vida em nosso corpo e nosso "coração" são um testemunho de aprendizado, força e sabedoria que nenhuma pele limpa e nenhum "coração" sem sofrimento atestam. Amar em si mesmo essas marcas é como amar os rios, vales e montanhas que trazem consigo a história da mãe Terra. Tudo que está vivo, desde homem, animal, árvore e o próprio planeta, se "tatua" naturalmente com "estrias", "rugas" e "linhas" cheias de sua própria bela história. Ver e entender isso é um dom apenas para aqueles que aprenderam a amar sua própria trajetória nesse mundo."
Não sei se viverei para tê-los,
mas desde adolescente que eu gostaria de ter cabelos brancos.
Eu gostaria de já ser um senhorzinho de uns 70 anos,
com pele enrugada e um sorriso bondoso.
Mas o destino é cheio de ironias
e meu biotipo indígena é até difícil para envelhecer.
Sigo pois, com este semblante jovem,
sem combinar comigo mesmo.