Poemas e versos pequenos
Madrugada fria!
Em vez de dormir, tremendo eu te escrevo versos.
É que o vento forte suspira seu nome.
De que menina falam esses versos?
Que rua da infância eles citam?
Desbotadas pelo tempo,
que lembranças eles evocam?
Talvez existam apenas para colorir
e trazer luz à tudo que um dia foi cinzento.
Cika Parolin
VERSOS NO BANHEIRO
Escrevo versos no bar
na porta do banheiro,
para o primeiro bêbado
que chegar
espalhar ao mundo inteiro.
Sobre mim
em minhas veias correm versos,
e em meu corpo,
há estrofes secretas,
que fazem parte do poema mais intenso constituido.
Enquanto escrevo
Estes versos
Estou a revelar
O som da caneta
Do meu escrever
No silêncio da noite
Onde as palavras são imortais.
Transpondo meus sentimentos nesses versos...
Tão incertos, porém...
Tão seus, sendo assim:
Mas do que meus...
se a ti pertences,
então toma !
se deixou ir, agora chora
versos e vaidades
complexos de maldade
vida e saudade . . momentos
O amor, poesia dos sentidos.
Os versos que escrevo são saudade
Do passado, do presente , do futuro
Para acalmar a dor do meu coração
Na poesia me disfarço
e a teu lado navego
nos versos que te escrevo
ternuras ancoradas
mastros de espuma
você, uma pergunta ao vento
eu, nuvem fugidia
nós, apenas um poema onírico...
Universos
O meu corpo é um universo
De versos que eu escrevi
De versos que escreveram em mim
Dos momentos que vivi
Dos segredos que irão até o fim
Diversos universos
Em cada parte de mim
Que bom que há versos nobres de um latim esmerado e que no casebre ao lado residam os verbos pobres...
Se um ao outro descobre qual parentesco de rimas, os dois vivem o mesmo clima com liames e convergências...
Curvar-se é uma reverência e não uma subestima...
Sou fiel à minha essência,
quem lê-me, vê o meu reverso,
e que há verdade em meus versos,
que imersos em incontinências
revelam inobediências,
mas sem ninguém contender...
e sem dar o braço a torcer,
verso só o que a vida dita
c'o menino qu'inda habita
todo meu jeito de ser
Poeta é sol
chuva fina
feito pássaro canta
versos e campinas
poeta é flor de cheiro
canta o verde
canta o mar
é prosa
rimas !
Aspirante, eis o que escreve
Estes versos simples
Admira as palavras, desenha esta bela poesia.
Visa esse olhar, além do humano
Pois é apenas um poeta.
Escreve meus versos na calçada enfrente da tua janela.
Achuva veiu e apagou, mas o sol pois no tue coração?
Pôr mais que navegueis nós
Mistérios do mar de minhas
Palavras rumo ao infinito.
Em versos avessos irás
Afoga-te em mar de palavras
Nas turvas linhas esta a chave.