Poemas e textos sobre Jesus
tipo um calor gelado
um frio quente
a gente se prende
preso na mente
uma liberdade impotente
uma escravidão transcendental
fingimos que ta tudo certo
o mal deu oi, o bem deu tchau
afinal, como diferenciar?
a dor que machuca também vem ensinar
a verdade é uma ilusão
é tudo vista de um ponto a se olhar
preferimos o ponto que nos convém
melhor que ninguém, é o que dizemos
mas sempre um passo a frente do outro
a desculpa é que nós merecemos
cordeiros quando expostos
lobos no anonimato
ser humano de aparências
nunca quer ser pego no ato
a questão não é nem é essa
o ponto é a hipocrisia
julgamos o próximo
como se vivêssemos nas mil maravilhas
a vida é sofrida
é uma lapidação sem dó
muitas vezes ardida
vivendo o resto dos dias até voltar ao pó
aqui todo mundo nasce morto
temos rédeas na mente
e quem ousa viver
acaba morrendo novamente
nos conflitos da dualidade
terminamos cedo
começamos tarde
o que nos cura também arde
onde até o covarde
precisa de coragem
o amor vira ódio
nem sempre os vencedores estão no pódio
sérios de tanto brincar
os erros ensinam a acertar
onde obtemos calma na ira
nessa loucura onde até a verdade
é, na verdade, mentira
terrestre no terreno
embaixo do sereno
vivendo o momento
fumaça contra o vento
observando o movimento
o reflexo meio lento
com o olho ardendo
avermelhado do veneno
remédio do pensamento
torna brando o sofrimento
fica leve o passar do tempo
engrandece o pequeno
trás paz pro sentimento
semente abençoada
presente de outro reino
eu não sei a dor que eu transmito
nem o alívio que eu trago
mas sei que saber disso
faz eu ter esperança
de aguentar o meu fardo
tem males que vem para o bem
todo mundo sabe disso
mas quando os bens vem para o mal
a visualização fica mais difícil
expandir o campo de visão
ver além dos globos oculares
entender que cada cidadão
carrega em seu coração
diversos lares
tem quem tampe o sol com a peneira
o que não adianta de nada
uma hora a coisa fica feia
e a vida vira uma desgraça
é como se fossem bolas de neve
caindo pelas ladeiras
de floco em floco elas crescem
capazes de destruir construções inteiras
construções essas que tu lapidou com o tempo
que vieram do fundo da tua alma
não deixe um tormento
bagunçar e destruir a tua calma
o amanhã é só amanhã
imagina se ele não vem
não machuque o próprio coração
seja sincero consigo para viver bem
viva o agora e tenha fé
a vida é o maior tesouro
quem poema amigo é
quem poesia amigo em dobro
POEMA – PRECORDIALGIA NUMA QUARENTENA
Hoje, eu só queria falar da dor, da dor que enlaça o meu peito nesse momento de confinamento. Sei que está sendo difícil, já senti vontade de chorar, até. Talvez esse seja um momento de encontro comigo mesmo. Quanto tempo que não tive mais esse contato, esse encontro, talvez a dor surge em meio a essa dificuldade de me encontrar e de conectar-me a mim mesmo no dia-a-dia. Nesse momento, talvez um acalento singelo pudesse apaziguar essa dor tão devastadora que urge em meu peito. A precordialgia me invade! Nesse nome, percebo o quanto o preço da dor dói em mim, o quanto eu permito ela doer em mim. Qual o preço da dor? Qual o preço da cor? Não sei! Mas, sei que estou pagando o preço por guardar tudo em mim, esses sentimentos guardados se transformaram em dor no meu peito, essa dor que me sufoca, que me tira o fôlego, parece que estou morrendo, que tem algo me corroendo por dentro. Fico pensando e imagino que o preço da cor está naquilo que eu não faço ou gostaria de fazer. Até colorir isso tudo, essa dor que está aqui dentro, levarei uma quarentena. Talvez esse momento seja para isso: para transformar a dor em cor, para refletir se vale a pena cultivar essa dor, para transformar a escuridão em luz, para colorir em aquarela a algia que surgiu quando eu entrei em contato comigo mesmo. A dor tem preço, e desse preço eu quero levar o valor da cor. Ao fim da tão dolorosa quarentena, virei um pintor de mim mesmo: a dor virou cor!
PREFÁCIO
Acabou-se a fartenidade. Caminho sem norte nem Sul...trilhando o percurso da realidade.
Sou aquele que passa e não se vê, o dilema escrito que não se pode resolver...
Sou o vaso quebrado, o menino condenado, vivendo por viver...
Alma sombria, sempre incompreendido, crucificado, sem malícia alguma.
Talvez não seja a visão perfeita que alguem sonhou, que girou o mundo
e não me encontrou.
Deus é com Ele e com todos nós!
Não cai uma folha 🍃 da árvore sem que o nosso Pai celestial o queira.
Nós somos as folhas!
O mundo é o nosso galho e o universo a nossa árvore 🌲
Todos do dias quando acordo não tenho mais o tempo que passou, mas temos todo o tempo do mundo! Somos tão jovens.
Te desejo um abençoado dia 🙏🏽
Vamos confiar em Deus!
Ele sempre faz o seu melhor!
Escolhas
Não te escolhi por beleza
Talvez pela sua pureza
Mas mais pela Grandeza
Do olhar da sua certeza
O que me despreza
A desejar outra riqueza.
Tenho sonhos, princípios e traços
E em meus sonhos medonhos
Me envolver nos seus braços
E te dar abraços,
É o sonho que congraço
Além de amassos
Penso sobre os entrelaços de nossas mãos
Sobre seus olhos, claros e belos
Os mais singelos e paralelos
Distantes como torres e castelos
Pondo sobre si os mais belos elos
Apelos da vida amorosa
Sendo glamorosa
Além de esplendorosa.
Memórias:
Depois de muito tempo, hoje pensei em você. E cheguei a conclusão de que eu ainda estou aprendendo a lembrar de ti pelas lembranças boas! E as vezes me pego remoendo pela parte da nossa história que poderia ter durado mais, apesar de às vezes me arrepender de ter me entregado tanto a esse amor, por ter arriscado tanto. Por outro lado, quem não se arrisca vive uma vida chata e sem emoções, enquanto eu vivo uma vida de feridas cicatrizantes e memórias belíssimas. E sobre a parte da história que me pego remoendo, sinto como se fosse ontem quando você me deixou por aquele rapaz e talvez ele realmente seja melhor do que eu, mas, a questão nunca foi essa. Eu realmente te amava, talvez ainda te ame! Esses dias vi um documentário do mercado negro de órgãos, onde diziam que um coração valia cerca de 422 mil reais… e pensar que eu te dei o meu de graça. Depois de você parece que tudo dá errado, todas as minhas tentativas de seguir em frente parecem dar errado, assim como Tim Maia eu também tentei fugir para um lugar onde não existisse pensamento em ti: o que de fato essa fuga não foi bem sucedida. Já escrevi tantos textos desde a última vez que nos vimos, os quais nomeei com títulos de solidão e saudade, mas nem todos falavam de você, alguns apenas sobre mim. E ao mesmo tempo atribui títulos felizes a vários outros que escrevi, e que na maioria das vezes eram alimentados pelas boas lembranças que restavam em meu consciente. Você mentiu! O tempo não cura nada e a vida não fica mais fácil, nós é que aprendemos a ser mais fortes a cada dia que passa. Porém, com tudo isso pude tirar meus aprendizados, aprendi quando chorar, quando sentir saudade e até mesmo quando seguir em frente depois de uma crise de saudade. E eu não vou mentir, eu sinto sua falta mas eu não conto para as pessoas e que por muito menos pensei nessa possibilidade. Você fez suas escolhas, e eu preciso seguir com isso independentemente se está me doendo ou não, a questão muitas vezes está ligada ao apego que tínhamos um pelo outro - afinal, nós namoramos por toda adolescência, foi como primeiro amor, durante anos -. Sinceramente, tem dias que me sinto na obrigação de pedir perdão para mim mesmo por me machucar tanto com algo que eu necessariamente já deveria ter superado a anos desde a sua traição e eu sinto muito, de todo meu ser, não queria ser assim. Mas, comparado a meses atrás, estou muito melhor, e na minha melhor condição eu diria. Você me parece seguir feliz, as vezes paro e me pego "stalkeando" suas redes sociais que por sinal você não me bloqueou nelas quando me deixou, e lá vejo você bem feliz com as escolhas que fez, parte disso isso me deixa muito feliz pois eu sempre disse que se você estivesse feliz assim eu também estaria. Porém, me dói ver que a única coisa que restou de nós foram as boas lembranças dos anos que passamos juntos e quando me encontro nessas lembranças me sinto transbordar por ter vivido memórias belíssimas, eu fui feliz. Conclui na prática e na teoria o porque as vezes nos apegamos tanto ao passado e às lembranças, são porque eles nunca mudaram e nunca irão. Mas, se abrirmos os olhos veremos que nossa realidade reflete exatamente o contrário, o tempo passa, as coisas mudam… e as pessoas também. Hoje, posso dizer que algumas partes das minhas inspirações para a escrita seja você, ou a decepção que veio de ti, outras vem da liberdade que isso trás para a alma. Assim como Nicholas Sparks, eu poderia escrever livros e mais livros, dos mais diferentes romances e ainda assim me faltaria preenchimento para esse vazio que você deixou. Vazio esse que me acompanha já a um bom tempo, e quem sabe um dia eu ame alguém com tanta intensidade assim como amei você ou até mais, é… quem sabe! Enquanto isso, continuarei escrevendo sobre a saudade. E memórias, é claro… bom, foi o que me restou. E apesar de tudo, eu tô bem. E se eu não tiver, eu vou ficar.
Noite de Risos
Noite engraçada
Toda embaraçada
Parecendo uma caçada
Em busca de uma palhaçada
Riamos de tudo
Falamos sobre tudo
E ainda contudo
Perdi foi o rumo tudo
Seu jeito amigável
Tão adorável
Se tornando interrogável
Me deixando vulnerável
Com seus cabelos escuros
Usava óculos escuros
Dava sussurros
E levantava múrmuros
Seus lábios belos
Seus olhos paralelos
Me prendem como flagelos
Me fazendo ver os mais belos elos
Seus olhos brilhantes
Tão simpatizantes
Além de deslumbrantes
Tão alarmantes.
Sua voz tão intrigante
Sendo tão elegante
Além de aconchegante
Me deixando mui ofegante.
Uma noite de risos
Cheia de imprevistos
Com sorrisos precisos
Finalizo meu riso.
Deus está te dando uma benção que vc a muito tempo tem pedido, ele ouviu o teu pranto e lamento, ele sabe da tua necessidade. E ele te diz, seja fiel a mim, e tudo te darei, permaneça na minha graça e te farei próspero sobre essa terra, e viverá em alegria. Mas não retroceda do caminho que já percorreu, afaste se do ímpio, que é como a moinha que o vento vem e espalha.
Vc pediu e eu te dei, seja fiel e eu te darei muito mais...
-
A paz de Deus seja convosco.
Soneto de um amor que acalma
Anja em forma de amor
Caminha célere em minha direção
Linda, sorridente, exuberante
Olhos que brilham, refletem emoção
Intensidade guardada há um ano
Abraçou-me forte, olhou em minha´lma
Calou minha boca, senti o perfume
No abraço silente que meu mundo acalma
Paz de um amor tranquilo e saboroso
Que não pede, não exige, mas compreende
Que nem sempre o tempo é vagaroso
Retorna ao seu mundo e deixa saudade
De vivermos cada segundo novamente
Segredos envoltos a tanta afinidade
Djavan-te
Com meu bem querer, a vida ganha cor,
Um amor sem fim de calor.
Se o coração bater forte, eu te devoro num instante,
E no azul da noite, a paixão se faz constante.
A gente se embala num ritmo bacana.
No vai e vem dos dias, ele se insinua,
como um verso solto numa canção sua.
Faz o coração bater descompassado,
e a alma se encontrar num amor derramado.
Feito um oceano a gente se entrega num amor perfeito.
Esbanjando lilás nos sorrisos,
Tudo nascera mais belo para enfeitar o nosso amor puro
E no fim eu poder gritar, te adoro em tudo,tudo,tudo
Na espiral dos sentimentos, chorei à sua partida. Era um prenúncio do esperado. O vendaval desta espiral bagunçou tudo e, aos poucos, está colocando tudo em seu devido lugar. Esse vendaval levantou a poeira que um dia foi ao chão junto com as minhas lágrimas. A lágrima era perene e, junto a ela, um rio com águas puras se formara.
Na espiral dos sentimentos, chorei à sua vinda. Já era algo premeditado pelo destino. Desta vez, havia um redemoinho nesta espiral, ele acompanhava a pauta musical mais linda que já ouvi até agora. Neste redemoinho, pude ouvir a tua melodia. Ao som das teclas do piano, naveguei na sinfonia tão desejada por aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de navegar em águas puras, verdadeiras.
Na espiral dos sentimentos, chorei com sua estadia. Agora, nesta espiral, havia uma tempestade. Jorravam os orvalhos sóbrios em direção à imensidão de tudo aquilo que o vento irá percorrer um dia. Flutuei levemente como uma folha ao cair da árvore. Foi o meu melhor voo! Decolei sem medo em direção ao vento.
Na espiral dos sentimentos, chorei com o nosso encontro. Já sei que um dia o destino se encarregaria para que este momento acontecesse. Aqui, um vento leve faz morada nesta espiral. A doce e leve calmaria chegou. Um bálsamo. A lágrima desse encontro representou os tantos desencontros dos ventos vindos do sul. Estamos à deriva em busca da tão sonhada bússola.
Na espiral dos sentimentos, chorei, e continuo chorando. Desta vez, com nuvens formadas com as lágrimas que chorei um dia. Uma chuva intempestiva me invade, ela me faz renascer. Começo a dançar no vendaval. Poucos irão perceber o arco-íris que se formou durante esta tempestade. E, raramente, irão perceber como a espiral dos sentimentos chorou comigo. As sensações que permeiam estes momentos não é um mistério para quem já dançou na chuva um dia.
Viagens, viagens e mais viagens... assim resume um pouco da história de dois colibris. Num encontro ao acaso, o destino bateu asas sem destino. Houve a partida, eu sei. Houve a chegada, bem sei. Eu destilava quando a brisa tocava o meu rosto. Eu bailava ao flutuar nas águas da cachoeira. Eu me sentia leve ao voar do seu lado. Eu, eu, eu... foi um eu em nós. Cada viagem era única. Cada viagem era vivida como nunca. Cada viagem eu voava sem medo. Cada viagem eu me entregava mais ainda para um voo livre. Cada viagem me fazia sentir o quão bom é viver um voo sem ter medo da queda. Cada viagem me presenteava com uma plumagem nova travestida de amor. Cada viagem eu renascia; ressurgia das cinzas como uma fênix: o pequeno e sonhador colibri. Certo tempo, o destino me fez uma surpresa, como ele sempre me fez. Minha fênix o qual eu perseguira insaciavelmente voou bem mais alto para bem longe. Eu não consegui avistá-la! Tentava com todas as minhas forças vê-la, mas já era impossível. Chorei. Ela se foi. Ela se foi e deixou a saudade como lembrança de um voo que me fez livre, mesmo estando com os pés presos às razões que me aprisiona. Ela me apresentou a liberdade ao voar, a sua vontade de viver sem medo.
Se um dia alguém te perguntar se você voou, se você amou; pequena colibri, não hesite em dizer com todas as suas forças: eu amei e fui amada!
CARTA ENDEREÇADA À(VC)
Começo falando de turbulência, de um voo conflituoso. O destino incerto cada vez mostra a certeza de um caminho tortuoso ao longo dessa jornada. Não foi possível se dá conta do que estava acontecendo à volta, esquece-se de tudo: do avião, do voo, do destino. À deriva, poder-se-ia dizer. Aos poucos, acelera-se, esvai-se, esquece-se, de tudo e de todos. A dor surge lentamente e negligenciada é. A vida mostrou que uma pausa era preciso; essa pausa era direcionada à(vc). O corpo não soube falar de outra forma a não ser fazer uma pausa abrupta. Então, falou comigo, falou à(vc). A linguagem isquêmica eu não entendia naquele momento, não sei o que me falara. Talvez queria me mostrar os esquemas a qual não me dei conta. Não foi possível extravasar, apenas ficou recluso, se obstruiu e tentou se guardar por um momento. Enquanto se guardara, preparava-me para uma pausa necessária. Enquanto isso, tentava entender tudo a minha volta... não chegou a extravasar, a pulsar, a jorrar; não foi uma carta à(vc) em tom hemorrágico, para que morra, e sim bem álgico... uma pausa para a cura. O extravasamento se deu de outra forma, em um voo livre cheio de tripulantes a postos para mostrar que estavam ali comigo, na minha pausa, enquanto fazia uma conexão jamais vista por mim. Paralisaram-se os membros dominantes, a fala, os pensamentos, os esquemas. Morria-se aos poucos, a isquemia fez com que tudo ficasse no esquecimento, a pausa foi necessária nesse momento de obstrução. Até então não se entendia o que estava nas estrelinhas do que realmente essa carta direcionada à(vc) queria dizer. Não se sabe, ao certo, se foi um AVC, tampouco isquêmico ou hemorrágico; mas se sabe que o corpo falou à(vc) de uma forma contundente para lhe mostrar que os seus sentimentos e emoções importam. Ao chegar no destino, percebo que fiz a melhor conexão que poderia fazer até o momento, cheguei até a mim. E, agora em solo firme, ao chegar até a mim, percebo mais ainda que a carta direcionada à(vc), morreu. Posso seguir o meu voo; agora, curado e sem destino à(vc).
Em um belo dia de sol, na correria do dia a dia, peguei um trem, os pensamentos voaram em trilhos, percorreram as estações. Um turbilhão de pensamentos começou a se passar em minha cabeça, sentimentos a mil, coração pulsando acelerado.
Passavam-se as estações, a locomotiva estava a todo vapor. Todo mundo com pressa de chegar ao destino. Pessoas entreolhavam-se vagamente, friamente. Haviam também as belas e singelas emoções e demonstrações de afetos... olhares que se viam, sobrancelhas que se arqueavam, sorrisos marotos e, por vezes, piscadelas como se fosse um convite a olhar a dimensão do outro.
O trem parava a cada estação
Pessoas desciam
Pessoas subiam
O baile dos trilhos continuava sem sessar.
A cada estação, uma história
A cada estação, novas pessoas
A cada estação, um novo destino
A cada estação, uma inspiração.
Me permiti a olhar para os rostos, os semblantes que ali estavam, eles falavam impetuosamente sem dizer uma palavra se quer. Percebi que muitos queriam um amor de verão a cada estação, onde amores se vem e vão a cada vagão. Aprendi que um amor de verão não seria o suficiente para uma estadia mais longa nesta estação. A locomotiva continuou a trilhar...
Percebi, ainda, que alguns queriam um amor que pudessem estacionar, um amor de estação, a qual a estadia fosse leve e sólida. Aprendi que um amor de estação iria permanecer ali, mesmo com o passar dos verões a cada estação, embora muitos trens passassem com os seus transeuntes frios e distantes.
Presenciei tudo isso e cheguei a uma conclusão: para aquém dos amores de verão a cada estação, quero continuar pensando que o amor onde eu possa estacionar, seja trilhado pelo afeto, tão livre e leve quanto a fumaça da locomotiva que baila no ar.
E sim, eu estava lá, a todo vapor!
CARTA DO PASSADO AO FUTURO
Um convite me foi dado anos atrás, na época, eu não conseguia perceber tamanha dimensão do que estava sendo proposto a mim. Nunca me imaginei vivendo tudo isso que estou vivendo hoje. No fundo no fundo, eu sentia que algo incrível estava por vir. Algo me falava isso. Eu já conseguia sentir as entrelinhas que eu poderia viver um dia. Do interior, vim! Do interior, me vi! Enxerguei potencial suficiente para conseguir tudo aquilo que eu queria ser, para viver tudo aquilo que me foi convidado. Eu não sabia o que me esperava e o que estava preparado para mim, vivia numa corda bamba. Outrora balançava muito, me questionava como pessoa e se eu seria capaz de viver um dia os meus sonhos. Outrora, do outro lado da corda, eu conseguia sentir a sensação do que é viver tudo àquilo que sonhei um dia. Quando me foi dado o convite, velejava à deriva, à medida que o convite foi tomando forma, encontrei a minha bússola, o meu norte. Comecei a vislumbrar os horizontes. Algo me fascinava à medida que eu me aproximava do horizonte, comecei a perceber que eu nunca iria alcançá-lo, isso me dava mais força para desbravar o que estava reservado para mim! Quando fui convidado a viver o que sonhei um dia, muitas coisas se passaram em minha cabeça! Mantive o foco em pensar vivendo tudo aquilo que me esperava. Deu certo! Eu consegui! O convite foi entregue com sucesso ao destinatário. O destino do convite? É lindo! Único! Mágico! Surreal! Como dragões imaginários... sim! Não existem! Eu quem construí para poder existir! E o destino é o horizonte! O horizonte me mostra que quanto mais me aproximo dele, mais eu preciso sonhar para chegar onde nunca cheguei. Isso me fascina!
DE(EUS) PARA DEUS
O encontro se dá a partir da fagulha ora evocada. Muitas chamas acesas em prol da emissão de luzes que brilhará cada vez mais à medida que forem se conectando à outras chamas. As sombras são os reflexos dessas luzes. Há intensas rajadas de labaredas ateando fogo no interior ainda não habitado. De mansinho, sussurrando como o soprar do vento, consigo vislumbrar o brilho de uma dessas chamas. Não a conhecia ainda, ela se mostrou a mim assim como o nascer do sol: pouco ao pouco foi surgindo e me enlaçando com o seu brilho encantador. Muitas labaredas bailavam no ar, cada uma com o seu jeito de ser, com uma história para contar, com uma situação fortuita, com desejos e vontades, com muitos sonhos de brilhar cada vez mais em cada escuridão que se fizer presente. Cada sombra dizia algo, que carecia de luz. Cada sombra era um eu inexplorado, um eu não habitado, um eu não vivido, um eu que ainda não brilhou, que não foi luz. A sombra vai tomando forma à medida que ela se expõe a luz das chamas. Junta-se os eu(s) e, por conseguinte, a luz maior contempla tudo de longe e em silêncio. O silêncio permite que as chamas aumentem cada vez mais e, com isso, a luz torna-se cada vez mais reluzente. A luz maior é Deus me mostrando cada eu que está ali na penumbra do fogo, da luz. Como fagulha, eu nasci; cresci e fogo me tornei. Como fogo, consigo iluminar outras sombras, consigo produzir o reflexo que brilhará nos escuros que pairam em outros eu(s), nos outros eu(s). Deus não precisa falar nada quando Ele está em silêncio me dando o poder para ser luz, para brilhar. O meu brilho, é o brilho de Deus, é a chama que me foi dada para ser luz por onde eu passar. Pelo escuro, eu trilho e, por fim, eu brilho como nunca!
ORAÇÃO EM CARTA
É difícil escrever a salada de pensamentos que pairam ainda sobre as ideias. Pensar é o prenúncio do que poderemos fazer logo em seguida. Nos recompomos a partir do pensar e do que iremos fazer com o que ora foi refletido. Orar é a conexão que temos com nós mesmos, com o interior, seja ele qual for.
Pensar nos remete a ter atitude
Na inquietude da resolução de pensamentos
Nas atitudes que ainda estão por vir.
Se choro, também escrevo através de lágrimas
Se oro, também escrevo pelo falar
Se ignoro, também escrevo através do silêncio, mesmo que sufocante.
Choro, e me dou a oportunidade de sentir
Oro, e paro para ouvir o meu silêncio
Ignoro, e percebo que, ao ignorar, eu me torno resiliente.
A oração tem o papel de me convidar para a ação que não tive ainda. Ora! vai em busca do que queres. Ora ora... não demora! Não ignora! Podes chorar ao orar, o silêncio que grita, aos poucos, virá de mansinho como um bálsamo para te acalentar.