Poemas e Poesias
"Quando vejo gringos me apavoro
Me apavoro porque estou presa no Brasil
Mesmo que seja a terra dos encantos mil".
"Ora me alegra com fervor,
Ora me enche de pavor,
Ai como ele trama
Faz ver-me horrenda como lama."
"Muitos não prosseguem
Sempre fica uma cicatriz
A princípio nada conseguem,
Na jornada pra ser feliz."
"Todos temos uma criança dentro de nós
Ela nunca morreu
Aquela baixa voz.
Porém, você a esqueceu..."
"Nos momentos de enfermidade
Mal fico de pé
Bate uma saudade
De quando eu era
Mais forte que uma maré."
"Para mim não há mais Sol
Vou tentar esquecer
Sinto-me como um peixe preso no anzol.
Que o melhor venha suceder!"
Os sonhos muitas vezes são só enganos,
idealizamos, inventamos, mas é uma sensação tão boa, que criam imagens tão poderosas e tão verdadeiras, que nos fazem vibrar.
Ah, eu adoro sonhar.
A chuva faz pirilampos nas poças
que pulam de um lado a outro
respingando brilhos frescos.
A minha loucura vê o que quer e faz troça.
Sei como pesa
o peso da ausência,
a essência da alegria,
e a magia da presença.
A importância e a beleza
da certeza que leva
alguém a me esperar.
Detalhes bons que ficam
entre tantos outros,
que são ruins e
que também marcam
como as palavras que ouvi,
direcionadas para alguém
que não era eu.
Certamente erros,
consequências automáticas
da insanidade juvenil.
Imperfeição entre pureza,
sujeira entre sentimento,
logo então me resta a refletir,
amei e fui amado,
cuidei e senti os
melhores cuidados,
errei e também senti os
erros sobre mim.
Amada expectativa,
cá estou a te sustentar
em mais um querer
que confusas criamos
jurando durar.
Antes de tudo,
me comove esse mundo
de representações vibrando
outras vidas em nós,
pulsando sem compasso
a poética dessas pobres emoções.
Profundas e superficiais,
desse tempo ou não,
por mais arriscado
e louco que pareça
permaneço colecionando
os beijos (que não dei)
nas mulheres que amei
sem coração!
À beira, fora do centro,
me ponho a amar
tudo que lambe,
arranha,
lava,
escorre,
abre caminhos,
desmorona margens
e vai embora.
À beira
sempre perto
de estar longe,
como um rio
vivo de tudo
que passa.
O rio e o mar
(Parte II)
Ao cruzar florestas, me fiz grande,
seguindo o percurso da vida,
fui tão estreito que pensei nunca te alcançar.
Mas a terra com o impulso dos ventos,
me puseram aos teus pés
para ouvir os ruídos à superfície.
Atento, senti até o som
do teu silêncio debaixo d'água.
Sem medo da fundura,
tomei fôlego, abri o peito,
mergulhei.
E tu,sedento
pelo doce de todos os rios,
profundo e urgente
o oceano me deu.
Estelar
Somos corpos celestes
que a atração gravitacional uniu
inversamente à distância
como um sonhar que nunca existiu.
Viemos de nuvens interestelares
distantes em fusos iguais,
feito Acre e Nova Iorque,
com temperaturas tão desiguais
capazes de explodir
qualquer estrela milenar.
Imersa na floresta densa,
longe de tudo que informava,
senti uma galáctica conexão
incumbir a tensão de uma supernova
ardendo mais que o sol,
os olhos do coração.
Sem a energia da cidade,
vi a cortina do céu se abrir.
Eu era platéia de primeira fila garantida
na própria estreia, sem roteiro a seguir...
Na cena da mínima significância,
assisti sem piscar o esplendor
de uma estrela nova iluminando o altar
de infinitos desejos que conectavam o céu
da Times Square à Serra do Divisor!
Faísca
Ainda que eu não pudesse te olhar diretamente,
o céu enviou pingos de luzes
para a tua miragem transbordar
em meus olhos de rios turvos.
Ainda que eu não pudesse te tocar sentidamente,
Deus baixou a lona dos céus
para que eu pudesse crer
que nem a estrela mais alta
é impossível de se alcançar!
Quis
Disseste-me que estava se apaixonando
e pediu que lhe guardasse.
Nunca me senti tão em casa,
na expectativa que um dia me amasse.
Quis que eu não parasse de escrever,
mas que a ti não enviasse.
Tu não podias dar bandeira
das fronteiras que em mim
deixei que explorasse.
Pediu que eu não esquecesse,
que as porteiras do meu coração devastado,
para ti eu não fechasse.
Acreditei!
Fiz coisaque sozinho
não se faz enganado.
Suplicou que eu não te deixasse.
Ora, paixão inconstante!
Desfez tudo o que um dia
eu jamais pensei que publicasse.
Utopia
Entre ondas de loucuras
desenhei o barulho do mar
e chovi ao ver o sol morrer
velando a ideia de uma vida feliz
que sequer passou de um plano ilusivo.