Poemas e Poesias
eu disse eu te amo pra tantas pessoas
uma delas foi embora
outra morreu
outra está à beira da morte
dentre todas essas a que mais me amou
fui eu.
Seu olhar
Um simples olhar, pode mostrar
Um sentimento que não
quer se expressar...
Uma dor que não quer aparecer
Um amor que está prestes acontecer
Seu olhar diz muito sobre você.
meu café é amargo
meu vinho é seco
mas...
meu colo é suave
e meus beijos são doces
perde o juízo por um minuto
e vem..
Bela, mulher dos meus sonhos.
Não só por ser bela, mas por ser pura beleza.
Encarnação de um poema.
Poesia andante.
Diário de um mendigo
Sozinho no meio da multidão
Minha companhia é solidão
Jogado na calçada
Com a roupa toda furada
Entre becos e vielas
Hora no luxo, hora na favela
Entre o céu e o inferno
Entre o verão e o inverno
Quantas vezes já ouvir falar
Pobre mendigo desgraçado
Levo comigo aquele ditado
“Melhor pedir de que roubar”
Sou mais um num mundo injustiçado
Onde o ódio e amor andam juntos e disfarçados
Diz
Gosto de quem gosta de mim.
Gosta, e simplesmente gosta,
Gosta do meu ser em si,
Eu gosto, de quem gosta de mim.
Pessoas são pessoas,
Pessoas não vivem sem pessoas,
Uma pessoa precisa da outra.
Sou gente, e gente gosta de gente,
E se não gosta perde,
E se não gosta, não gosta,
Mas um dia aprende a gosta de gente,
porque gente é gente.
Gosto da gente, gosto de gente
Com muito amor, gosto de quem gosta do
Meu ser, e quem não gosta aprende a gostar.
Sou gente, você é gente, somos povos
Meu povo, pertenço,
Pertenço também ao seu povo.
Gosto de tudo, gosto de você,
Você pode gosta de mim..
Gosta, gosta, diz!
Exercício
Subi a ladeira
Desci a ladeira
Subi a ladeira
Desci a ladeira
Salvador, Bahia, Brasil
Faz bem ao coração.
E assim subo ladeiras,
Desço ladeiras,
Entro em becos
Saiu de becos,
Subo ladeira
Desço ladeira
E em cada esquina
Uma música
Um reggae
Um rap
Um funk
Um pagode
Um samba
E vou seguindo
Subindo ladeira
Descendo ladeira
Entrando em uma esquina
Saindo em outra.
Salvador, Bahia, Brasil
Pulsa em meu coração.
Pertenço
A Bahia.
Malandragem
Vem do nada...
- Diga aí, cara!
Como vai, “broder”...
E eu respondo
Vou indo, mano...
Como vai a mina?
A desconfiança responde
- A nega está estirando
Os cabelos chapa.
- E a sua mãe,
Broow, como vai?
- A coroa vai levando
Meu...
-(Chega à bisteca).
...Beijos...
-seus cabelos, hem!...
Gata estilo rock hooll
Mana...
E o amigo dá no pé
No dia seguinte
Surge do nada
-diga aí, cara!...
Livro / cérebro
Vou conectar o meu cérebro ao livro,
E fazer de cada livro uma leitura
Um interpretar, um convívio
Quero penetrar no livro, andar com
as palavras e aprender cada
significado, seu sentido
real e abstrato.
Quero que o livro faça parte da minha vida
E a minha vida quem sabe venha
A fazer parte do livro.
Quero ser mais que cabeça,
Quero saber a hora de me colocar
Em todas as situações
E a hora de sair de fininho
Ou de não me colocar
Em situação alguma.
Quero conhecer um pouco de tudo,
E fazer o máximo para conhecer
mais ainda o mundo, a vida, os seres, as coisas…
Quero ter ideias, quero praticar
as ideias, quero vivenciar cada
situação num livro e fora do livro.
Quero conectar o meu cérebro no livro,
fora do livro,
dentro do livro,
na capa do livro,
nas folhas do livro.
No mundo do livro.
Meu aniversário
Meu aniversário, 25 de junho,
21 anos, anos atrás nascia
Em 1994, e o tempo passa
Sou poeta, e continuo vivo
Passar de 21 anos, não é muito
Neste tempo de poetas maior
De idade, que sobrevive
O tempo em nossa contemporaneidade
E vejo dentro do meu ser
A confiança de que cresci
E ganho autonomia
Vivo cada instante e momento
Quero todo dia,
Poder respirar poesia.
Moça do meu sonho
Não sei quem era,
Mas tinha uma noiva
Nas areias
Do cais
Era uma virgem
Dona de um olhar
Casto, de um corpo terno
De um jeito singelo.
Não sei por que
O sonegar.
De tanto negar,
De tanto brincar.
Tinha uma marca
Danúbia
De um corpo adulto
De uma alma jovem
O vestido pesava
Mas estava só
Não sei mais onde...
Naquele altar!
Não me esqueça
Venhas pros meus braços
Não se aflija!
Quero sentir a essência
Do seu perfume de jasmim,
Quero designar
A cor dos teus olhos.
Teus olhos são o azul do céu
Mesclado com o amarelo
Das flores
E resultam nos verdes dos rios
Venha meu amor,
Saciar minha sede,
lembrar momentos
Perdidos
Que sequer sabemos
Onde achar!
O Cálice do Chico
O cálice do chico
Não foi feito pra beber
carrega a censura
De homens fardados no poder.
O cálice do chico
Traz em seu olhar
Uma canção, dá pra ver a tristeza
Que passa em seu coração
O cálice do chico
É um protesto
Um pedido
Mais que humano
“Pai afasta de mim esse cálice”
E a ditadura buscava calar
E já calou diversos artistas
E esse trocadilho de palavras
Dá força a música
Transforma a canção
Em poesia, penetra na mente
De quem raciocina
E busca fazer a revolução
Um cálice, de muitos cálice
Muitos sangues já foram
Jorrados no chão
Até hoje nos querem
Empregar
O cálice, maldito,
Que mete medo na nação.
Bola
Sou uma bola entre espinhos
Sem peito, sem ar,
Humilhado e chutado
Por um ser inadmissível!
Perfeição
Olha a perfeição,
Rebolando,
Dançando,
Cantando,
Como se fosse uma rosa,
Olha a perfeição rosa,
Morta em sua direção como
O céu ao vento
Olha a perfeição tranquila
Beijando o relento.
Olha a perfeição vermelha cor
De guerra chorando a beleza…
Olha a perfeição como o sótão
Escuro; como a cortina da noite,
Suja; como o branco de um assento,
Visível; como a transparência
Do dia.
Olha a perfeição jogando tudo
Pra trás e se entregando ao seu
Inverso…
Olha a perfeição
Não está mais perfeita.
Sentimento Novo
Estou gostando de algo novo
Estou gostando de você
És a criatura mais bela
Meus olhos a te ver
Meu sorriso florescer
Minha mente a se perder
Seu sorriso monótono
Seu jeito é ótimo
Sua voz me alivia
Seu olhar me contagia
Alucinado por você estou
Garota eu não vejo a hora
Quero te ter ao meu lado agora
Admirado por você estou
A vida é assim! Assim é a vida!
Sempre haverá chegadas.
Sempre chegará a hora da partida.
A vida é assim! Assim é a vida!
Casamento
Um dedo e uma aliança,
Um juramento, em elos,
Que não pode ser quebrado.
…
Mas muitos quebram,
Lindo seria, se vivessem
Eternamente…
Eu me renderia aos seus encantos
Aos seus e de mais alguns
Eu derramaria o meu pranto
Se o âmago não fosse o nu
Eu despiria a alma
Verias mais que minhas estranhas
Sentiria na palma
O pecado imperdoável
De cobiçar o que é alheio
Pois pertenço a outro
A outro que muito me deseja
Porém que jamais me teve e nunca terá
Pertenço mais a mim mesma
E sem muita destreza
Me entregaria a vários uns
Mas jamais me esqueceria
Dos diversos acalantos
Nos mais escondidos recantos
Do pecado de me entregar
Eu me renderia aos seus encantos
Aos seus e de mais alguns.
Acho que não sou deste mundo. A falar a verdade, eu sempre me senti estranhamente deslocado neste aqui. Sou de outro, só posso concluir.
Tenho dificuldades, confesso, de conviver com as perversidades deste planeta – as grandes e as pequenas. Fico confuso com os jogos de poder. Pergunto: o que é mesmo que se ganha? E carrego, agarrada e apertada no peito, esta saudade esmagadora do bem que eu queria pra mim... Do bem que eu queria em mim...
Quem sabe, também no afã desta saudade, não se orou “Pai, leva-nos ao teu reino”, mas, inversamente, “Pai, venha o teu reino”. Porque não está fora, nalgum lugar distante, este outro mundo que tanto anseio, mas lá dentro, à espera da minha coragem e disposição de reconhecer que, no fundo, sou eu o estrangeiro aos olhos de mim mesmo.