Poemas e Poesias

Cerca de 55824 poemas poesias Poemas e Poesias

TEMPORAIS

Toda vez que perco o horizonte
Creio haver um mar a minha frente
Tão longe de mim equidistante
Como as rosas de um jardim
Ou uma nuvem passante
Que se desmancha insana
Por entre respingos de lama
Ou alvas fronhas de algodão

São aguas verdes revoltas
Remexidas pelos mesmos ventos
Que soltos conduzem minhas barcas
Serenas cada uma a seu porto
E as nuvens aos seus tantos
Destinos e encantos
Revestindo travesseiros
Sobre as camas da paixão

Todos esses travessos romances
Atravessam-me intensos
Ainda que de mim jamais saibam
Porque nunca mais retornam
Porque se tornarão propensos
A viajar outros céus e mares
Esculpindo suas torres imensas
Apesar dos temporais

Inserida por psrosseto

Você lembra...
Daquela noite escura...
Após as doses de rum...
Lembra da faísca...
Do quarto em chamas...
Da febre delirante...
Dos nossos corpos ardendo como magma...
Lembra da nossa dança...
Lembra do ápice...
Dos gritos...
Que acordaram o quarteirão...
Dos nossos corpos fracos...
Como se não tivéssemos ossos...
Você me fez acreditar no sobrenatural...
Pela primeira vez...
Naquela noite escura...
De odores almíscarados...

Inserida por POETASOLITARIO551

QUADRAGÉSIMO SEGUNDO HEXÁSTICO

Deves abortar a ignorância:
Assassina confesso d´alma.
Deves parir toda virtude:
Senhora das integridades.
Da ignorância resta mentiras!
Da virtude, conhecimento!

Inserida por joao_batista_do_lago

Assim te vejo...
Te sinto...
Permito-me lembrar daquele dia
Daqueles dias...
Suspiro fundo, porque sei que em seguida
virá teu sorriso...
Teu toque...
Teu cheiro...
Tua voz...
Teu olhar...
São coisas tão marcantes e vivas
E por um momento até esqueço
Que são apenas lembranças!

Inserida por SCarolineSCruzS

LILIUM
De longe a observo...
Tão quieta...
Parece distante...
Quero dizer-te:
Tu és meu fascínio
Deleito-me por ti
Oh! Menina colírio!
Vou roubar tu, meu lírio
Para um antídoto
E de ti, fazer uso contínuo
Oh! Menina delírio!
Aproxime-se...
Deste lado também nasce o sol
E corre o rio
Há noite, há plantio
Surgem vaga-lumes, cantam os passarinhos
Venha, minha flor!
Não deixarei te faltar suspiro
Pule a cerca, desvie-se dos espinhos
Só depende de tu teu caminho
Oh! Lindo lilium!
Custa-me sonhar?
Um dia atracarei
Mas... Daqui até lá
Vivo a te esperar
É o que me resta...
Pois não posso te obrigar a me amar
Oh! Pequena flor!
Deixe-me sentir teu calor?
“Baixem as velas!”
Berraria o capitão ao ver teu navio prestes a afundar
Do contrário, com os dedos cruzados
Pobre marinheiro...
Naufragou em auto-mar
Pois do amor, não soube desfrutar
Deixando-te morrer por uma flor
Que não sabes desabrochar.

Inserida por SCarolineSCruzS

FILOSOFIA DO AMOR


De João Batista do Lago


O amor esse desdouro
inquietante e avassalador
banha o corpo de torpor
e a alma sangra no matadouro
e o sangue escorre pelo ralo das veias
enrijecendo o corpo inteiro
e grudando-o na cruz do madeiro

O amor, meu amor, não é brincadeira
Ele está sempre à frente e também na traseira,
fica do lado direito, mas também no lado esquerdo
muitas vezes ele chora
outras tantas desespera
muitas vezes vai embora
outras tantas fica e implora

Esse maldito do amor
que ninguém sabe onde nasce nem quando
trucida os amantes incautos
enganando-os com a paixão
e dos imprudentes brinca e troça
faz quermesse na jugular das emoções
onde leiloa beijos e carícias vãs

Ah, esse sujeito vagabundo
que faz juras em desmedida profusão
prosta os amantes querelantes
debilita a palavra sussurro
derruba o abraço mais profundo
humilha o beijo com o escarro
e subjuga o gozo na raiva do presente

Enfim, ó tu louco e eterno amor
que vagueia sensações despudoradas
és o príncipe do desconhecido
a quem se busca em vidas desesperadas
alcançar a sinfonia do perfeito verbo
onde pretendemos abrigar os corações
escarlates de vidas de humanos carentes

Inserida por joao_batista_do_lago

Nunca existiu nada entre eles
Nada
Só um jeito de se olhar
Perplexo
Perdido
Perfeito
Dois prisioneiros.

Inserida por alexandra_barcellos

QUADRAGÉSIMO TERCEIRO HEXÁSTICO

Assenhora-te do espelho
Refletor de todos os caos
Ainda para ti irrevelados
Debulha-te duplo narcísico
Toda estética será falsa
Se nela faltar toda essência

Inserida por joao_batista_do_lago

Às vezes é apenas um momento
uma doce lembrança que vem
e quebra o silêncio da noite.
Da janela entreaberta
um aroma de flor invade:
presságio de poesia
E aos poucos as palavras
se aproximam
se engatam
se unem
e um poema nasce:
a vida acontece.

Inserida por elisangelabankersen

Confuso e Certo -

Agora é um encontra e vai embora; sem toques, sem gestos: triste.
É um vê, mas não olha; com medo, com pressa: tenso.
Um percebe, mas disfarça; sem lógica, sem graça: falta.
E, assim, o que antes (confuso e incerto), parecia tanta coisa, agora (claro e certo), parece nada.

Inserida por SilvioFagno

Desejo e Realidade e Equilíbrio -

Desejo -
Perceber os começos, usufruir os meios e entender os fins.

Realidade -
Na carne e lúcido: somos falhos, breves e finitos.

Equilíbre-se!

Inserida por SilvioFagno

UM POUCO MAIS DE HOJE

Ainda tem um pouco mais de hoje
Antes que a manhã volte e amanheça

São as artes das horas ocultas
Que se mostram em partes

Assim se torna mais precioso o que se aprecia
Intenso e evidente seu claro
Mansa e macia essa espera arredia

E ainda que soubesse que partisse
Passaria a vida nessa plataforma imensa
Seguindo essa roda sem freio e sem guia

Contemplando-a por nada e não quisesse
Minha teimosa tolice insana e insistente
A esperaria

Inserida por psrosseto

Um Bukowski -

Todo bom poeta tem dentro de si um Bukowski.
Mas esse Bukowski é o "Pássaro Azul" do Bukowski, dentro do Bukowski.

Inserida por SilvioFagno

Círculo Secular Vicioso -

"Deus" inventou o homem, somente depois do homem ter inventado "Deus".

Inserida por SilvioFagno

DIFRAÇÃO

Esse costume de ir deixando
Parte de quem somos
Um pouco aqui
E um pouco ali
Á cada lugares que pisamos
E ao final das contas
Permanecemos inteiros
Mas fragmentados pela estrada
Onde cada frase dita
Pode ser parte da minha difração

Inserida por lisandrapereiraFS

Desvelos

Em desvelos de lençóis
Sonhar Sonhei
Ria dessa fantasia
E distanciosamente
A tua companhia

Nadei nas expectativas
Criei asas e não voei
Não te vi...
Mas pensei
Que aconteceria
Então acordei
Desse sublime sonho
Que apago
Mas volta.

Inserida por lisandrapereiraFS

A DANÇA

Agora já tarda
O ponteiro não para
Sem intervalos nem pausa
entro na dança
Erro passos
Cometo delitos
E muito sem querer
Encontro o teu retrato
Não culpo a moldura
Então mudo o cenário
me acostumo com o ritmo
Se burlei o esquecer
Ele apenas retorna
No infringir do entardecer

Inserida por lisandrapereiraFS

BAGAGEM

És minha tormenta
passaporte para solidão
Não sei como seguir
A sombra da tua direção

És meu erro
Minha melhor estação
Afaga o meu defeito
Num riso arrependido
De incomparável medo

Não retrocedo, sigo
Canso sem parar
Num corte não desisto
Vou em frente, Sigo
É mais leve que alterne
As prioridades Que carrego
comigo na bagagem

Inserida por lisandrapereiraFS

MANIFESTO BORBOLETA

Hoje pela manhã
primeira vez do meu olhar
Com um lindo panapaná
Lisonjeada e sem acreditar
Não há quem vendo aquilo
Não pare um instante
Pra com calma observar

Aquela cidade pequena
Ruas vazias e amenas,
tomadas por essa cena
cercada pela enchente
Em nove de fevereiro
Num ano décimo sexto

A planta sobre pedra
Já estava decorada
Das pétalas alaranjadas,
Por todos os lados,
E todas as ruas
Tenho algo á Declarar...
-De todos os coletivos
Ah, eu prefiro,
Um lindo panapaná
Bem cedo, pro dia bem
Eu começar

Aquelas borboletinhas
Levaram meus pensamentos
Em suas asas á voar
Ligeiras e sem rumo,
Lá se ia a greve
De um lado á outro á migrar

Monarcas Que instigam,
os olhos de quem na vida
já pôde contemplar

Depois de tudo isso
Afirmo que no mundo
Ainda há esperanças
Baseado na confiança
Da lagarta de charneira
Achando que sobreviva
Á sua Jornada
E vendo o fim
Sem ser rotulada



Tão triste o desfecho
Das tão cheias de coragem,
batem as asas de flor em flor
Vem borboletinha
Pousar na minha mão
Contagia todo sorriso
E alegra meu coração

Inserida por lisandrapereiraFS

ANELOSER

Á cada volta
Significados gravados
Raizes intensas
Licenciosas em anelo
Do viver distensas
Calibradas entre passos
Caminhos não percorridos
Sorrisos entrelaçados
Uns bem resolvidos
E outros mal acabados

Inserida por lisandrapereiraFS