Poemas e Poesias

Cerca de 55767 poemas poesias Poemas e Poesias

⁠Será?

Às vezes me pergunto
Se vou algum dia
conseguir esquecer seus olhos castanhos claros
Seu sorriso encantador
Seu perfume doce
E dos seus lábios macios?
Será que conseguirei seguir em frente?
Será que haverá um momento
em que eu me acostumarei a não a ter mais comigo?
Será que o tempo vai curar as feridas
do meu coração?
Secar as minhas lágrimas?
E deixar o que sobrou de você em mim
partir para sempre?

Massacrante -

⁠Aprender a conviver com
a dor calada,
com a falta de respostasque
sufoca,que angustia;
Com a decepção amarga,
cortante da rejeição,
é extremamente massacrante.

Afeta o corpo, a mente
— dilacera a alma.
Nos faz desacreditar de
muitas coisas.

Mas,
às vezes,
depois de tudo ter sido feito,
depois de todos os esforços
e cuidados,
a gente não tem mais nem
a escolher.
Simplesmente
alguém escolheu partir da
gente e,
como uma memória
cravada no
tempo,
a gente — inerte —
olha, chora e
fica.

— ⁠Pare.Pergunte se está tudo bem.
— A quem?
— Antes de tudo, a você.

Fugirei dos seus braços
Ao perceber que, diante do gatilho,
Estou completamente perdido por você

(Trecho da poesia Fuga)

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

Acordar

Tem dia que a gente acorda
Com vontade de acordar
O que está adormecido
O que nos deixa reprimido
O que não nos deixa levantar
O que nos impede de sorrir
De sonhar, de nos despir
Aquele medo de amar
Acordar o grito preso
Entalado na garganta
Que sufoca a esperança
E prende,
A vontade de lutar
Acordar os sonhos
Levantar a autoestima
Calçar-se de coragem
Vestir-se de vontades
Fazer acontecer e mudar
Mudar de dentro pra fora
Mudar o rumo,
Mudar o jeito,
Despir-se por inteiro
E mandar ir embora
O medo de acordar
Acordar pra vida
Abrir-se para o mundo
E os sentimentos mais profundos
Mesmo os que em forma de ferida
Possam nos libertar
Acordar o choro
Sacudir a alma
Externar os traumas
Encontrar a calma
Deixar as lágrimas lavar
Lavar a alma
Limpar a áurea
Reestruturar
Fazer voar os pensamentos
Aproveitar cada momento
E acreditar que o tempo
Tudo pode transformar

Quarentena ... Vamos poetizar?

Enquanto estamos afastados
Nos unimos em pensamentos
Num grande traço
De rabisco, palavras e sentimentos.

Poetas surgem do anonimato
Trazendo conforto e
Expressando sua arte
Afloradas na quarentena enfim...

Afastados de tudo
Os poetas se juntam
Tentando criar um novo mundo.

Com prosas, rimas e contos
Vão escrevendo seus acalantos
Trazendo mais amor, esperança e encanto.....
Para nova terra que está se formando.

Dani Raphael
@poemasefilosofia

Barganha Trivial

O sujeito alorpado, loquaz e pacóvio havia o jaez frugal, porém tinha que engodar até o fenecimento. A balbúrdia existia nas vielas mórbidas contemplando o arroubo, e meu homizio sutil era ignóbil aos vastos alaridos cânions de blocos.
Fui ardiloso ao tal belicoso que enfatizava o hedonismo por curra e jurava o fugaz fleumático; minha alcunha era ígneo, pachorrento e parco. Com meu âmbito de sumidade supri o tal nódoa; pérfido de calamidades, perscrutou aos minuciosos cantos geométricos do lar, num desejo perene o pederasta ficava cada vez mais plissado, e eu taciturno. Ele estava rubicundo de voracidade, era leigo do existencial piso falso que eu adorava exercer o ócio. Como eu estava recôndito, estava pândego. Ele começou a suscitar, chorar e atreveu a tergiversar. Levantou, e foi ruar. Incólume estou aqui.

⁠⁠⁠A Constância da Vida é a Repetição -

A vida é feita de mudanças
e transformações.

Porém,
todas as mudanças e
transformações são partes
de ciclos repetitivos:
(segundos, minutos, horas,
dias, semanas, meses,
anos, décadas, séculos,
milênios, eras...),
em que Deus é o Tempo
e Tempo é tudo.

Ainda que, de certo modo,
os traga, (por leiguice),
aqui ignoro a precisão dos números,
da matemática, da física
- da Ciência -,
e prendo-me ao olhar (distraído) do cotidiano:

A dona de casa,
o padeiro, o taxista, o jovem
casal de namorados,
os nossos avós, os primeiros
passos dos bebês, as discussões,
a rosa murcha, a canção preferida,
o copo que se quebra,
a água que ferve, o tropeço
na calçada, o coração partido,
os dias frios, o pôr do sol,
a gargalhada espontânea,
os velórios, as fases
da lua.

Prendo-me ao comum
das falas, dos gostos e
gestos.
Dos conselhos, influências e comportamentos.
Da jornada de trabalho, das receitas médicas e cardápios culinários.

Prendo-me as manias e tocs e tiques.
Os mantras, dogmas, ritos e rituais.
Costumes, crenças, tradições e culturas.

Por que insistes em repetir palavras, inútil poeta?

De novo, não há nada
de novo:

A constância da vida
é a repetição!

⁠Em quantos mares naveguei
Cheios de esperança ou cheios de lágrimas
As minhas, não as tuas
Por amar alguém que sequer encontrei

De onde vens, de onde vieste
Não sei
Porém almejei o teu abraço
O conforto que não me deste

Soubeste, pelo acaso
De uma grande paixão
Paixão essa, fracassada
Por um longo amor sem prazo

Não adiantou sorrir entretanto
Falsa esperança, traiçoeira
Levou todo o sentimento ao qual foi dado
Deixando a tristeza consumir cada canto

Oh, se eu pudesse, quisesse
Não deixaria o teu barco passar
Alcançar-te-ia, então
Sem agarrar a tua mão
Sei que não a iria largar

Querido alguém, ou ninguém,
Foi difícil te amar
Porém, o mais árduo,
Foi não saber como te alcançar

⁠Percorro uma estrada
Incansável, insegura
Um caminho responsável
Pela tamanha amargura

No teu olhar, perco-me
No teu coração, perco-me

Estarei eu a sentir falta
De um amor que não existe?

Penso estar a cair
Num buraco ilimitado
Nunca quis te magoar
Arrepender-me-ia se o fizesse

Então, que farei eu?

Percorro uma estrada
Incansável, insegura
Um caminho responsável
Pela tamanha amargura

Dar-te-ei o meu tesouro?
Lamentar-me-ei, depois?

Com o meu coração, embevecido ficaste
Já eu, com o teu, nem uma gota de amor me deixaste

Cada "amo-te" uma faca
Cravada no meu peito
Ao saber a força das palavras
Que me enfraquecem, sendo cruas

No teu olhar, perco-me
No teu coração, perco-me

Estarei apaixonada?
Então, que farei eu?

Ao perceber o teu olhar
Choro internamente
Quem me dera saber te amar

Como faço o medo parar?
O medo de te magoar...
Por querer te amar!
E não haver paixão

Estarei apaixonada?
Não, não poderia estar mais enganada!

⁠Ao te encontrar, amor
Perderei o meu lar
Não sei onde estou
Quero me encontrar

Ao teu lado, dor
Perderei-me no meu mar
Quem sou, não sei
Quero me encontrar

Sem um barco,
Quero remar
Sem um par de asas,
Quero voar
Sem a certeza,
Quero te amar

Amor, estou perto
Estou perto de te alcançar
Perder-me-ei por completo
Para assim me encontrar

Trevo da Sorte -

⁠Aprenda:
Você não vai encontrar muitas pessoas especiais durante
sua vida.
Serão raras, pouquíssimas,
e se reduzirá ainda mais as
que estarão ao seu lado
em qualquer situação.

As idiotas, as aproveitadoras,
as sem caráter, as medíocres
— essas pessoas — serão a grandemaioria.

Cuidado, muito cuidado
para não perder seu
trevo da sorte.

⁠Como posso ter tudo se não tenhonada

Quando não tenho nada tenhotudo

É ignorância agir sem sertudo

Ese acovardarquando tem nada


Ter meu sotaque asqueroso

Ter toque de romantismo

Ser romântico impaciente

Ser impaciente para amar


Viajar no horizonte de ideias

Dos ideais que proporcionam

Dores conjugadas de moradia

Subentendida e incompreensíveis


Por tudo que vivemos hoje

Será impresso no fundo da gaveta

E pelo prazer que une a paixão

Há pedaços de mim que deixarão

⁠Gosto de escrever

Eu gosto de escrever
Eu não sei o porquê
Fico encarando o papel
Sem saber o que fazer
Fico encarando o celular
Sem saber o que digitar

Eu gosto de escrever
Ainda não sei bem porquê
Tenho muita coisa na cabeça
Que preciso despejar
Eu não devo esquecer
Eu não devo ignorar
Eu preciso registrar
Eu preciso escrever

Nenhuma idéia é inútil
Não há conhecimento fútil
Tudo é importante
Tudo é potência
Tudo é constante
Sempre em desenvolvimento
Sempre em crescimento
Como as idéias na cabeça
Giram como um cata-vento

Eu gosto de escrever
Não sei bem porquê
Só sei que sei escrever
Só sei que sei ler
Não sei se sei entender
Compreender as idéias do autor
Ver não é ler, ler não é entender
Entender não é compreender
Compreender não é aprender
Aprender não é conhecer

Ler a escrita é ler a mente
Ler a mente é ler o coração
O coração da gente
Tão impulsivo e ardente
É ler alma do agente
Que escreveu o sermão

Eu gosto de escrever
Eu não sei porquê
Mesmo se não há nada pra escrever
Escrevo mesmo assim
Um poema bem simplório
Que nasceu dentro de mim

⁠Postes Laranja

Avenida barulhenta
Se cala na sarjeta
Postes Laranja
Na beira da falência

Gasolina fedorenta
Poluição da grande empresa
Postes Laranja
Ignoram sua presença

Cidades isoladas
Vidas isoladas
Postes Laranja
Invadem nossa mata

Progresso é o que se diz
E escreve com um giz
Postes Laranja
Se espalham como chafariz

Está ficando estrelado
Está ficando clareado
Postes Laranja
Apagam o estrelato

Eu preciso ficar calmo
Fugir do urbano no marasmo
Postes Laranja
Me perseguem por todo lado

Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Postes Laranja
Por onde eu vou não tem mais vermelho
Verde, azul, amarelo
Roxo, branco, preto,
Cinza, marrom ou caramelo
Tudo o que vejo na distância
São apenas Postes Laranja

⁠Grosseiramente Selvagelmente

Acho meio estranho
Como geralmente
As conversas mais legais
São feitas sem a mente

Sim, raciocino quando converso
Sim, memorizo & observo
Mas os papos mais divertidos
Os papos mais descontraídos
Vem da emoção
Vem do coração

Não pense que é só por paixão
Nem pense que é falta de razão
Na verdade, deve ser meio óbvio
Talvez eles enxerguem enquanto uso óculos
Mas se pensa demais
Acaba tendo medo
Medo de falar o que não devia
Medo de não falar e ficar na fria

Usar a razão leva tempo
E é tudo o que não deve fazer
Demorar, deixar passar
Gastar neurônios inutilmente
Com variáveis que mentem
Sobre sua capacidade
De não trazer felicidade

É questão de personalidade
Se tem caráter ou é um covarde
Pois não deve se mascarar
Bolar um jeito de falar
Deve se expor, se mostrar
Mostrar quem é de verdade
O você sem medos, sem ressentimentos
Se criar um outro eu
Será mais complicado, não?

É questão de instinto
Só vá e faça um novo amigo
Sem pensar se vai falhar
Se vai se enrolar

Não seja quem não é
Não se iluda, não seja a mentira
Senão o você pode virar a ilusão
Sem graça tentando, divertindo quem engana
Não chame atenção, seja a atenção
Não siga modinhas, seja a modinha

Sim, estou te pedindo pra agir naturalmente
Grosseiramente, selvagelmente
Não quer ser reconhecido
Como alguém que tem um apelido
Só desligue a cabeça
Deixa que vá
Deixe rolar

⁠Bem Mais Fácil é Dizer a Um Vivo Que o Ama
Do Que Gritar o Mesmo à Quem Já Teve Seu Fim
É Tu Que Fazes o Teu Próprio Drama
Pois o Não, Sempre Foi Mais Fácil Que o Sim

⁠Ao poeta, três são os seus martírios:
Primeiro, perder aquilo que pensou antes que pudesse escrever.
Segundo, viver aquilo que com palavras não se pode descrever.
Terceiro, reler aquilo que deixou escrito e ver que o tempo tratou de reescrever.

⁠A paixão é que nem esse cigarro
É brasa quente que arde, mas aquece
E é bom até o derradeiro apagar da brasa.

⁠tu
dona dos sentimentos nus
detentora de meu lado cru
partiu meus tabus
e da canção que compus
é aquela aquém me opus
virou a chave do meu baú
maçaneta do meu corpo
nu