Poemas do Século XIX
O cérebro de um erudito é uma coisa terrível. É como uma loja de velharias, quase todas cobertas de pó e com o preço marcado muito acima de seu valor.”
A moralidade é simplesmente a atitude que adotamos em relação às pessoas de quem pessoalmente não gostamos.
La rebeldía a los ojos de todo aquel que haya leído algo de historia, es la virtud original del hombre.
Para recuperar minha juventude eu faria qualquer coisa no mundo, menos fazer exercício, levantar cedo, ou ser respeitável.
Recomendar à um pobre que economize, é o mesmo que aconselhar um homem que está a morrer de fome a comer menos.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos e fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Qualquer um pode ter empatia com o sofrimento de um amigo. É simpatizar com o sucesso dele que exige uma natureza delicada.
Descobrir exatamente o que não aconteceu nem vai acontecer é um privilégio inestimável de todo homem culto e talentoso.
Estou convencido de que Deus fez um mundo diferente para cada homem, e de que é nesse mundo, que está dentro de nós mesmos, que devemos tentar viver.
"...Escolho meus amigos pela sua boa aparência, meus colegas pelo bom caráter,
os inimigos pelo bom intelecto...!"
Neste mundo existem somente duas tragédias. Uma é não conseguir o que se deseja, e a outra é conseguir.
A única diferença entre um santo e um pecador é que todos os santos têm um passado e todos os pecadores têm um futuro.
O motivo do nosso empenho em julgar bem o próximo é que temos medo de nós mesmos: a base do otimismo é puro receio.
(O retrato de Dorian Gray)
O cinismo (*) consiste em ver as coisas como realmente são, não como deveriam ser".
(*) corrente filosófica
Todo retrato pintado com sentimento é o retrato do artista e não do modelo.
(O Retrato de Dorian Gray)
Devo dizer a mim mesmo que eu me arruinei, e que ninguém, grande ou pequeno, pode ser arruinado, exceto por sua própria mão. Estou quase pronto para dizê-lo. Estou tentando dizê-lo, ainda que, no presente momento, talvez não seja o que pensem. Essa cruel acusação eu trago sem piedade contra mim mesmo. Foi terrível o que o mundo fez para mim, mas muito mais terrível foi o que eu fiz a mim mesmo.
[...]
Diverti-me sendo um flâneur, um dândi, um homem da moda. Acerquei-me das naturezas mais baixas e das mentes mais mesquinhas. Tornei-me o dissipador do meu próprio gênio, e trouxe-me uma curiosa alegria desperdiçar uma eterna juventude. Cansado de ficar nas alturas, deliberadamente desci às profundezas, à procura de uma nova sensação. O que me era o paradoxo na esfera do pensamento tornou-se para mim a perversidade na esfera da paixão. O desejo, no fim das contas, era uma doença, ou uma loucura, ou os dois. Cresci sem prestar atenção às vidas dos outros. Sentia prazer no que me agradava, e segui em frente. Esqueci que toda pequena ação do dia comum constrói ou destrói o caráter e que, portanto, o que alguém fez na câmara secreta um dia terá que clamar do alto dos telhados. Deixei de ser senhor de mim mesmo. Deixei de ser o capitão da minha alma, e não sabia. Permiti que o prazer me dominasse. Terminei em terrível desgraça. Só me resta agora uma coisa: a humildade absoluta.
(Na obra "De Profundis")